Polêmica reitoria e estudantes

UFMA tem 15 dias para sanar os problemas do campus de Pinheiro

Reivindicações dos estudantes de Medicina daquele município - os mais prejudicados - foram feitas durante reunião com a direção da instituição na terça-feira, 9; prazo foi estipulado pela reitoria da universidade

Thiago Bastos / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h39

[e-s001]SÃO LUÍS - A Universidade Federal do Maranhão (UFMA) tem 15 dias úteis para cumprir a pauta de reivindicações dos estudantes do curso de Medicina da cidade de Pinheiro - distante 340 quilômetros de São Luís. O prazo foi selado durante reunião entre a direção da instituição de ensino superior e os estudantes na manhã de terça-feira, 9, em São Luís.

Ainda segundo os estudantes, caso as solicitações não sejam atendidas, as aulas não serão retomadas. Os 251 alunos de Medicina estão parados desde o fim do ano passado, quando passaram a questionar as condições físicas do prédio que abriga atualmente o curso. Outra reivindicação da classe é em relação ao baixo número de docentes. Por fim, os estudantes também exigiram melhorias na rede de saúde usada por eles nas aulas fora do campus.

Esta é uma luta antiga da classe dos estudantes, ou seja, para melhorar o curso sob todos os aspectos”Amanda Soares, aluna do curso de Pinheiro da UFMA
Segundo uma das alunas do curso de Pinheiro da instituição, Amanda Soares, os próprios estudantes não acreditam que a UFMA cumprirá o prazo. “Somente no aspecto das melhorias do curso há uma demanda pendente que dificilmente será cumprida em prazo hábil. Outra questão é sobre a ausência de professores, que tem prejudicado nosso aprendizado”, disse.

Ainda de acordo com a estudante, é necessário que a universidade reveja o plano pedagógico, que define as diretrizes acadêmicas do curso. “Esta é uma luta antiga da classe dos estudantes, ou seja, para melhorar o curso sob todos os aspectos”, afirmou.

Além de Pinheiro, os estudantes do campus de Imperatriz também estariam lidando com os problemas. Até o fechamento desta edição, a UFMA não confirmou a informação e não se pronunciou sobre a situação dos estudantes de Medicina de Pinheiro.

Relembre
A pauta de reivindicações dos estudantes de Medicina de Pinheiro foi exposta com maior clareza durante protesto, realizado no dia 27 do mês passado, no Campus Universitário Dom Delgado (São Luís) da UFMA. Na ocasião, os estudantes - com cartazes e apitos - também realizaram passeata na avenida dos Portugueses (no sentido Centro-universidade). A manifestação causou um longo engarrafamento no trecho e uma série de transtornos para as pessoas
que desejavam se locomover para a área Itaqui-Bacanga.

[e-s001]No dia 29, a UFMA informou, em nota, que “havia se reunido com os alunos” e acertado o retorno às aulas no dia 2 deste mês. O fato foi desmentido pelos próprios estudantes, que informaram que não cumpririam o prazo.

Ainda no dia 2, finalmente houve uma reunião entre a reitoria da universidade e os alunos. Na oportunidade, ficou acertado que os alunos entregariam, em um prazo de uma semana, um documento contendo as reivindicações (fato ocorrido na reunião de terça-feira, dia 9).

SAIBA MAIS

O Ministério Público Federal (MPF) realizará, no dia 23 deste mês, a partir das 14h, na sede da instituição em São Luís (situada no bairro Areinha), audiência pública para discutir a divergência entre a universidade e os estudantes de Medicina de Pinheiro. Na ocasião, além de membros da instituição de ensino superior, também deverão se pronunciar membros do diretório acadêmico do campus de Pinheiro. Segundo o MPF, a reunião é para levantar informações sobre o tema – que serão anexadas ao inquérito civil sobre o caso. De acordo com os próprios estudantes, o Ministério Público foi acionado, por várias vezes, para verificar a problemática do campus de Pinheiro. Após a reunião, o Ministério Público - dependendo das demandas expostas pela reitoria e estudantes - deverá convocar novo encontro entre as partes. Caso haja consenso entre reitoria e estudantes, as aulas no campus de Pinheiro poderão ser finalmente retomadas já que, em 2017, não houve atividade.

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