SÃO LUÍS - No primeiro quadrimestre do ano, 29 pessoas perderam a vida em acidentes de trânsito em São Luís, que na maioria das vezes poderiam ter sido evitados. O mês de maio chama a atenção em todo o mundo para a necessidade da redução da quantidade de acidentes de trânsito que deixam feridos e mortos e por essa razão a Organização das Nações Unidas (Onu) instituiu a campanha permanente Maio Amarelo, para conscientizar a população sobre a importância de manter um comportamento seguro ao dirigir seus veículos nas vias.

De volta para a realidade da capital maranhense, os números atestam que os condutores maranhenses ainda têm muito a aprender no que diz respeito às normas de trânsito. De janeiro a abril, 29 pessoas morreram em acidentes de trânsito cidade. Os números são do Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops) da Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP).

De acordo com o relatório, foram quatro mortes registradas no mês de janeiro em acidentes de trânsito. Já em fevereiro houve um aumento de 150% na quantidade de ocorrências em relação ao mês anterior, quando foram registradas 10 mortes no trânsito. Março e abril registram oito e sete óbitos, respectivamente.

Acidentes
Outro dado que atesta a urgente necessidade de uma mudança no comportamento do condutor ludovicense vem da Delegacia de Acidentes de Trânsito (DAT). De acordo com o órgão, somente este ano foi registrada uma média de 14 acidentes por dia na capital maranhense, número esse referente a colisões com danos materiais, lesões corporais e mortes. Ainda segundo a DAT, por dia um inquérito é instaurado para investigar as possíveis responsabilidades dos envolvidos nos acidentes.

No total, segundo a polícia, foram registrados 1.406 acidentes somente nos 100 primeiros dias de 2017. Desse total, 12 resultaram em mortes. No ano passado, foram registrados 5.441 acidentes em São Luís, o que dá uma média de quase 15 por dia. Deste número, segundo a polícia, 344 casos viraram inquéritos policiais.
Ainda no ano 2016, do total de acidentes registrados em São Luís, 1.812 casos geraram lesões corporais nos envolvidos. Somente no ano passado, foram catalogados 49 acidentes que resultaram em mortes.

Campanha
Para mudar essa realidade, foi instituída a Campanha Maio Amarelo. Da mesma forma como a Outubro Rosa e a Novembro Azul, que chamam a atenção da sociedade para a prevenção dos cânceres de mama e próstata, respectivamente, a campanha deste mês alerta todos para a importância de uma mudança no comportamento para fazer um trânsito mais seguro.

Na manhã de hoje, o Governo do Estado, por meio do Departamento Estadual de Trânsito do Maranhão (Detran-MA), apresenta o calendário de ações do Movimento Internacional Maio Amarelo, no Maranhão.

Durante todo o mês, a campanha Maio Amarelo mobiliza diversos segmentos e realiza, em parceria com as instituições, uma série de estratégias de conscientização. Este ano, o tema escolhido pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran), “Minha Escolha faz a Diferença”, busca lembrar a sociedade que os acidentes decorrem das escolhas erradas. O alerta vai para o perigo que representa usar o celular ao volante; beber e dirigir; não respeitar a sinalização; transportar crianças sem a proteção necessária; não usar o cinto, entre outras regras de segurança.

Nesta edição, o Detran-MA ampliou as atividades da campanha para que a mensagem de segurança viária alcance mais cidadãos. Estão previstas ações educativas em escolas da rede pública e privada e em empresas, ações da Operação Lei Seca, do Projeto Direção Certa: Mais que um papo de Bar, entre outras atividades.

SAIBA MAIS

A Assembleia-Geral das Nações Unidas editou, em março de 2010, resolução definindo o período de 2011 a 2020 como a “Década de Ações para a Segurança no Trânsito”. O documento foi elaborado com base em um estudo da OMS (Organização Mundial da Saúde) que contabilizou, em 2009, cerca de 1,3 milhão de mortes por acidente de trânsito em 178 países. Aproximadamente 50 milhões de pessoas sobreviveram com sequelas. São 3 mil vidas perdidas por dia nas estradas e ruas ou a nona maior causa de mortes no mundo. Os acidentes de trânsito são o primeiro responsável por mortes na faixa de 15 a 29 anos de idade; o segundo, na faixa de 5 a 14 anos; e o terceiro, na faixa de 30 a 44 anos. Atualmente, esses acidentes representam um custo de US$ 518 bilhões por ano ou um percentual entre 1% e 3% do Produto Interno Bruto (PIB) de cada país. Se nada for feito, a OMS estima que 1,9 milhão de pessoas devem morrer no trânsito em 2020 (passando para a quinta maior causa de mortalidade) e 2,4 milhões, em 2030. Nesse período, entre 20 milhões e 50 milhões de pessoas sobreviverão aos acidentes a cada ano com traumatismos e ferimentos. A intenção da ONU com a “Década de Ação para a Segurança no Trânsito” é poupar, por meio de planos nacionais, regionais e mundial, cinco milhões de vidas até 2020. O Brasil aparece em quinto lugar entre os países recordistas em mortes no trânsito, precedido por Índia, China, EUA e Rússia e seguido por Irã, México, Indonésia, África do Sul e Egito. Juntas, essas dez nações são responsáveis por 62% das mortes por acidente no trânsito no mundo.

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