Dia 1 º de Maio

Dia do trabalhador tem marchas e protestos pelo mundo

Na França, manifestantes entraram em confronto com a polícia e agentes de segurança ficaram feridos; na Venezuela, movimentos sociais foram às ruas em protesto contra o governo de Nicolás Maduro

Atualizada em 11/10/2022 às 12h39
Manifestantes participam da tradicional marcha do Dia do Trabalhador em Marselha, na França, nesta segunda-feira, 1º de maio
Manifestantes participam da tradicional marcha do Dia do Trabalhador em Marselha, na França, nesta segunda-feira, 1º de maio

PARIS- O Dia 1º de Maio foi marcado por diversas mobilizações sociais em todo o mundo. Na França, manifestantes e policiais entraram em confronto em protesto de 1º de maio em Paris. Segundo a emissora BFMTV, um grupo de pessoas mascaradas se misturou a um protesto pelo Dia do Trabalho e jogou coquetéis molotov contra policiais, que responderam com gás lacrimogêneo.

De acordo com a emissora, três agentes de segurança ficaram feridos. A manifestação, liderada por quatro sindicatos atrás de um cartaz com o lema "Contra os retrocessos sociais, caldo de cultivo da extrema-direita", teve que parar em várias ocasiões.

Vários indivíduos, situados diante da manifestação, enfrentaram os policiais com projéteis, às vezes encontrados no lugar, e com coquetéis molotov. Igualmente, vários episódios de destruição mancharam a manifestação.

Na Venezuela, a oposição venezuelana, que completa um mês de mobilizações contra o presidente Nicolás Maduro, marchou novamente em diferentes pontos do país, em aberto desafio ao governo, que organizou uma grande concentração pelo 1º de Maio.

Embora até agora tenham sido bloqueados pelas forças de segurança, os opositores tentam chegar à sede do Supremo Tribunal de Justiça (TSJ) e do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) nos 24 estados para exigir eleições gerais.

"Estou lutando até que Maduro vá embora. Isso é uma ditadura disfarçada. A Venezuela está em terapia intensiva. Não há comida e te matam por um par de sapatos", declarou à AFP Matilde Rodríguez, de 67 anos, moradora do popular bairro Petare (leste), na Plaza Altamira, reduto opositor.

Policial é engolido pelas chamas em protesto em Paris
Policial é engolido pelas chamas em protesto em Paris

Grécia

Os sindicatos na Grécia marcaram o feriado de 1º de Maio com desfiles e uma greve nacional de 24 horas contra as novas medidas de austeridade, impostas em troca seguir recebendo empréstimos internacionais.

Cerca de 10.000 pessoas se manifestaram em Atenas e 3.500 em Tessalônica, segundo a polícia.

Com a greve, que coincide com um feriado no país, a maioria das lojas estavam fechadas, assim como os serviços públicos, enquanto o tráfego de barcos e trens foi interrompido.

Sob a pressão de seus credores (União Europeia, Banco Central Europeu, Fundo Monetário Internacional), o governo concordou em abril em economizar 3,6 bilhões de euros, diminuindo as aposentadorias em 2019 e aumentando os impostos em 2020.

Estas medidas devem ser adotadas em meados de maio pelo Parlamento. O governo espera chegar a um acordo global no dia 22 de maio durante uma reunião dos ministros das Finanças da zona euro.

Turquia

A polícia turca prendeu mais de 200 pessoas e usou gás lacrimogêneo para dispersar centenas de manifestantes em Istambul, em protestos contra o governo durante as festividades de Primeiro de Maio.

Segundo o canal de notícias CNNTürk, cerca de 75 pessoas foram detidas no bairro de Gayrettepe, quando aproximadamente 250 manifestantes queriam iniciar uma marcha de protesto.

Os manifestantes carregavam cartazes com lemas como "Viva o Primeiro de Maio. Não ao ditador", em referência ao presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, que obterá mais poderes após uma ampla mudança constitucional, referendada há duas semanas por uma controversa consulta popular. A polícia fez disparos para o ar, usou balas de borracha e gás lacrimogêneo.

Enquanto isso, outro grupo de manifestantes tentou chegar à praça Taksim, no centro de Istambul, onde as autoridades tinham proibido marchas ou protestos. Duas mulheres foram detidas no local.

A polícia turca deteve outros 30 manifestantes que tentaram chegar à praça, em uma marcha que saiu do bairro de Besiktas.

As autoridades turcas confirmaram a prisão de 207 pessoas e informaram ter apreendido granadas de mão e fogos de artifício.

A praça Taksim, que até os protestos sociais do ano 2013 era o centro nevrálgico de qualquer manifestação política na Turquia, esteve nesta segunda-feira completamente fechada ao público, através de barreiras e controles policiais.

O lugar se tornou simbólico para grupos de esquerda na Turquia depois dos violentos incidentes ocorridos ali em 1977 quando grupos ultranacionalistas abriram fogo contra grupos de esquerda e mataram 37 pessoas.

O alto comissário para os Direitos Humanos da ONU, Ra'ad Zeid al-Hussein, condenou nesta segunda-feira as prisões os expurgos em massa na Turquia, afirmando que o país vive "um clima de medo". Ele afirmou, durante entrevista coletiva em Genebra, que Ancara teve que responder a ataques violentos, mas não deve violar os direitos humanos enquanto o faz.

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