Guerra

Organização recebeu 45 denúncias de uso de armas químicas na Síria

Especialistas da Opaq analisam suspeitas de que esse tipo de arma tenha sido usado cerca de 45 vezes no país desde o ano passado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h39

DAMASCO - Especialistas da Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq) estão estudando denúncias que provariam que esse tipo de armamento foi usado cerca de 45 vezes na Síria desde o ano passado, informou o chefe da organização.

A lista de acusações é enorme, declarou o diretor-geral Ahmet Uzumcu. "Na segunda metade de 2016, [houve] 30 incidentes diferentes e, desde o início do ano, outros 15, ou seja, 45 até a presente data", afirmou Uzumcu aos jornalistas, ao apresentar o relatório confidencial.

Entre os supostos ataques está o que ocorreu na cidade rebelde de Khan Sheikhun em 4 de abril, onde morreram 88 pessoas, incluindo 31 crianças.

"Todos estes relatos foram recolhidos por nossos especialistas, que seguem os casos em nosso centro de operações" indicou Uzumcu.

A Opaq está preparando uma missão de especialistas para poder mandá-la ao local dos fatos quando for possível garantir sua segurança.

Provas

Uzumcu diz que as provas recolhidas junto a sobreviventes do ataque são indiscutíveis e demonstram que as vítimas sofreram os efeitos do gás sarin ou similar.

"O governo de Bashar al-Assad já declarou que apoiará a missão, e de fato já nos convidou a ir a Damasco", afirmou. "O problema é que a área está controlada por diferentes grupos armados da oposição, dessa forma temos que alcançar vários acordos com eles para nos assegurarmos de que haja um cessar-fogo temporário", disse ainda.

O funcionário admitiu, no entanto, que a missão ainda não tem mandato para visitar a base aérea de Shayrat, na província síria de Homs, alvo de um violento ataque com mísseis por parte dos Estados Unidos depois do bombardeio contra Khan Sheikhun.

Vários países acusaram a Síria de armazenar armas químicas nessa base e a Rússia, maior aliado de Damasco, desafiou a comunidade internacional a investigar essas alegações.

Uzumcu também confirmou que a Opaq acredita que o grupo Estado Islâmico (EI) usou gás mostarda perto da segunda maior cidade iraquiana, Mossul, na semana passada.

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