Protestos

Sexta-feira foi de manifestações em São Luís e no interior do MA

Foram registrados protestos na Avenida dos Portugueses, Barragem do Bacanga e BR-135 contra as reformas que estão sendo promovidas pelo Governo Federal. No interior do estado também houve manifestações

Atualizada em 11/10/2022 às 12h39
Manifestantes bloquearam na manhã de ontem a passagem de veículos no Km 2 da BR-135 provocando um grande congestionamento
Manifestantes bloquearam na manhã de ontem a passagem de veículos no Km 2 da BR-135 provocando um grande congestionamento (Manifestantes bloquearam na manhã de ontem a passagem de veículos no Km 2 da BR-135 provocando um grande congestionamento)

Leandro Santos

Da Equipe de O Estado

SÃO LUÍS - O dia 28 de abril ficará marcado na história como a data em que o país se mobilizou contra as reformas promovidas pelo Governo Federal que, segundo as lideranças sindicais organizadoras das manifestações, estão contribuindo para a retirada de direitos trabalhistas. Em São Luís, manifestações foram realizadas logo no início da manhã, com interdições no trânsito. Sem transporte coletivo, muitas pessoas foram a pé para o trabalho, enquanto que outras não saíram de casa. Também foram registradas manifestações no interior do Maranhão.

Por causa do protesto, a rotina da cidade foi alterada. Agências bancárias não atenderam ao público e o comércio também foi impactado pelas manifestações. Diversas instituições de ensino, tanto públicas quanto privadas. Apenas serviços relacionados à saúde e segurança estavam sendo oferecidos.

Início

As manifestações causaram transtornos para muitas pessoas. Um desses incômodos foi a ausência do transporte coletivo logo nas primeiras horas da manhã de sexta-feira, 28, Sem os ônibus, muitas pessoas tiveram de procurar formas alternativas para chegarem ao destino.

Conforme acordado em reunião realizada na manhã de quinta-feira, 27, o Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário do Estado do Maranhão (STTREMA) decidiu aderir ao movimento e desde às 0h os coletivos deixaram de circular pelas ruas e avenidas da capital maranhense.

Para garantir que os ônibus não deixassem as garagens, dirigentes do sindicato foram para as portas das empresas conferir se a determinação estava sendo cumprida. Foi assim nas garagens das empresas 1001 Expresso, Maranhense e Primor. Como prometido, às 16h os ônibus voltaram a circular pelas vias da cidade.

Bacanga

O dia mal havia amanhecido e o primeiro ato público já estava sendo realizado. Manifestantes interditaram a Avenida dos Portugueses, na Barragem do Bacanga, impedindo o acesso dos veículos para o centro da cidade ou para os bairros da região. Apenas viaturas da polícia, o Corpo de Bombeiros e ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) passavam pelo bloqueio.

O protesto foi convocado por lideranças de diversos sindicatos ligados à classe trabalhadora e representantes de movimentos sociais. Os manifestantes bloquearam a via usando pneus e depois atearam fogo, cuja fumaça podia ser vista da Avenida Beira-Mar. Eles também usavam faixas e cartazes com mensagens de insatisfação com as políticas que estão sendo promovidas pelo Governo Federal. Policiais militares estavam no local acompanhando o protesto.

Por causa do ato, um grande congestionamento se formou na via no sentido Itaqui/Bacanga/Centro. Enquanto isso, lideranças sindicais se revezavam no microfone do carro de som para mostrar as suas insatisfações. Por volta das 15h o trânsito no local foi liberado.

BR

Outro ponto de manifestação foi o Km 2 da BR-135, em frente à Vila Itamar. No local, os manifestantes interditaram as duas vias da rodovia, liberando apenas o tráfego de veículos especiais. Além da Polícia Militar, inspetores da Polícia Rodoviária Federal acompanharam as ações.

Por causa do protesto, um congestionamento foi formado ao longo da rodovia federal. Filas de carros, caminhões e ônibus de transporte intermunicipal de passageiros se formaram na pista, deixando insatisfeitos condutores e passageiros.

Muitos não gostaram de ficar mais de seis horas esperando dentro de veículo a liberação da pista. “Não sou contra a manifestação, mas o que não pode haver é o impedimento do direito de ir e vir das pessoas”, disse o motorista Almir Mendes Leal. Por volta de 11h40, a rodovia foi liberada.

Deodoro

Outro ponto de manifestação foi na Praça Deodoro, no centro da cidade. No local, em frente à Biblioteca Pública Benedito Leite, os manifestantes se reuniram e mostraram as suas indignações com relação ao Governo Federal.

O manifesto começou nas primeiras horas da manhã e se estendeu dueante toda a tarde. Representantes de centrais sindicais estiveram chamaram a atenção da sociedade sobre a perda de direitos trabalhistas que podem acontecer caso as reformas propostas pelo Governo Federal sejam aprovadas.

Fala povo

Você é contra ou a favor das manifestações em São Luís e no Brasil?

“Sou à favor porque é para melhorar o nosso país. Não podemos deixar da forma como ele está”

Zuleide de Jesus

Aposentada

“Sou à favor. O Brasil está desse jeito e ficando cada vez pior por causa da corrupção. Ela atrapalha um pouco”

Custódio Estevão Nunes

Feirante

“Tem que fazer. Se não fizer não vai para frente”

Edmilson Cutrim Rabelo

Feirante

“Sou à favor, mas essa situação atrapalha o direito de ir e vir das pessoas”

Davi Oliveira

Fiscal

“Aceito o direito de reivindicação, mas não apoio tirar o direito de ir e vir das pessoas. Estamos passando por um momento difícil, queremos mudanças, mas assim não adianta”

Lúcia Maria Santos Chaves

Enfermeira

“Se nós tivéssemos vergonha, não elegeríamos nenhum desses políticos. Iria me aposentar daqui à cinco ano e agora não vou mais”

Eva Alves do Nascimento

Trabalhadora rural

“Todos têm o direito de fazer greve, mas não pode tirar o direito de ir e vir das pessoas”

Almir Mendes Leal

Motorista intermunicipal

“Não sou contra a manifestação. O que não correto é o prejuízo que está causando para o trabalhador e para toda a sociedade. As autoridades deveriam impedir”

Alexandre Marques

Representante comercial

Comércio foi impactado pela paralisação geral

O comércio de São Luís foi diretamente impactado pela paralisação geral. Diversos estabelecimentos comerciais permaneceram o dia todo fechado, enquanto que alguns poucos abriram as portas. Nesses locais, a movimentação foi fraca.

Na região da Cohab, a maioria dos estabelecimentos comerciais permaneceu fechada durante toda a sexta-feira. A mesma situação foi observada na área do São Francisco e Monte Castelo com diversas lojas fechadas.

Na Rua Grande, principal centro comercial de São Luís, a maioria dos estabelecimentos permaneceu durante todo o dia com as portas fechadas, uma vez que os funcionários não puderam ir ao trabalho sem o transporte coletivo. Apenas as maiores lojas abriram as portas, mas o movimento foi pouco.

Logo no início da manhã houve um tumulto entre representantes dos movimentos sindicais e os lojistas que abriram os seus estabelecimentos. Os sindicalistas queriam impedir que os empresários abrissem o seu comércio. Vídeos com as discussões foram feitos e compartilhados à exaustão pelas redes sociais.

No interior

Não apenas em São Luís aconteceram as manifestações. No interior do estado também foram registrados protestos. Na cidade de Imperatriz, centenas de pessoas foram às ruas protestar contra as reformas trabalhista e previdenciária do Governo Federal.

Na cidade, o início do protesto começou na Praça Brasil e, de lá, os manifestantes seguiram pela Avenida Getúlio Vargas, passando pela BR-010, pelas avenidas Dorgival Pinheiro de Sousa, Coriolano Milhomem, Rui Barbosa até chegar à sede da Previdência Social.

Também foi registrado protesto na cidade de Vargem Grande, onde os manifestantes bloquearam a BR-222. Foram registradas manifestações também nas cidades de Itapecuru-Mirim, Nina Rodrigues e Presidente Vargas.

Em Nova Olinda do Maranhão e em Santa Luzia do Paruá houve manifestação nas margens da BR 316, mas sem interdição ou ocupação da rodovia. Houve ainda atos públicos nos municípios de Grajaú, com interdição da BR-226 e Tuntum.

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