Brasília

Em meio a manifestações, deputados opinam sobre temas de sensíveis em BSB

Bancada maranhense já se posicionou favorável à Reforma Trabalhista e, agora, será chamada a debater Reforma da Previdência, Lei do Abuso de Autoridade e fim do foro privilegiado

Gilberto Léda

Atualizada em 11/10/2022 às 12h39
Deputados divergem sobre aprovação de matérias
Deputados divergem sobre aprovação de matérias (Deputados)

No momento em que setores trabalhistas voltam a se manifestar em todo o Brasil contra reformas em tramitação no Congresso Nacional – a Reforma Trabalhista já foi aprovada na Câmara e a Reforma da Previdência segue tramitando – e ao mesmo tempo em que a opinião pública se mostra mais atenta a projetos como o do fim do foro privilegiado e do endurecimento da lei de abuso de autoridade para juízes e procuradores, o posicionamento dos deputados federais passa a ser alvo de maior controle social.

No caso do Maranhão, são 18 os parlamentares que representam o Estado na Câmara dos Deputados e que precisam se posicionar publicamente sobre os assuntos de maior interesse dos eleitores neste momento.

Depois de aprovar a Reforma Trabalhista – com votos favoráveis de 12 dos 18 maranhenses -, o Legislativo se prepara, agora, para apreciar a lei do abuso de autoridade, após a aprovação, pelo Senado, de um substitutivo de autoria do senador Roberto Requião (PMDB-PR).

Consultados pela reportagem de O Estado, alguns dos deputados do Maranhão emitiram opinião sobre o tema, e já anteciparam como devem se posicionar quando a matéria for colocada em pauta no plenário da Casa.

Por enquanto, os que se posicionam a favor da medida são maioria.

“Sou favorável ao projeto”, diz o deputado Zé Carlos (PT), para quem “todos temos a obrigação de trabalhar correto, dentro das normas, dentro das leis e da Constituição”.

Segundo ele, deve haver limites a atuação de todos os agentes públicos. “Quem ultrapassar limites, seja quem for, tem que responder por isso também”, destacou.

Membro do PMDB, o deputado João Marcelo é taxativo. “Pau que dá em Chico, dá em Francisco. Abusos devem ser punidos em qualquer esfera”, pontuou.

Ponderando que ainda precisar analisar melhor o texto, o deputado Weverton Rocha (PDT) – que chegou a ser agredido com uma tomatada, no fim do ano passado, justamente por defender proposta com esse teor – adiantou que segue favorável ao “tema de que trata o projeto”.

“Sou a favor de que todos respondam, nos limites da lei, pelos abusos cometidos no exercício de sua função”, ressaltou.

O pedetista diz acreditar que, após aprovada, a medida “será benéfica para a grande maioria dos agentes públicos, que são corretos e atuam dentro de suas competências”. Para ele, os cidadãos serão protegidos contra excessos.

Lava Jato – Contrária ao projeto, a deputada Eliziane Gama (PPS) tem feito campanha pela sua rejeição. Segundo ela, a proposta é casuística e, se aprovada agora, terá como única consequência a criação de embaraços à Operação Lava Jato.

“Aprovar este projeto neste momento só tem um objetivo: acabar com a Operação Lava Jato”, diz a parlamentar, em vídeo espalhado nas redes, e por meio do qual ela estimula eleitores a pressionar seus representantes por votas contrários à matéria.

Também acionados por O Estado, os deputados Hildo Rocha (PMDB) e Pedro Fernandes (PTB) preferiram não opinar ainda. “Vou analisar o projeto, discuti-lo com representantes dos promotores e juízes e depois me posicionar”, declarou o peemedebista.

MAIS

Foro privilegiado em pauta

O Senado aprovou em primeiro turno, na quarta-feira, 26, com 75 votos favoráveis, a proposta de emenda à Constituição nº 10/2013, que acaba com o foro privilegiado. O texto, que foi aprovado sem votos contrários nem abstenções, mantém o foro especial apenas para o presidente da República e para os presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF), da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. A partir da terça-feira, 2, a PEC terá de ser discutida durante três sessões deliberativas no Plenário, podendo, em seguida, ser votada em segundo turno. Se for aprovada em segundo turno, a proposta segue para análise da Câmara dos Deputados.

Maioria da bancada apoiou Reforma Trabalhista

Aprovado na madrugada de quinta-feira, 27, o projeto da Reforma Trabalhista teve o apoio de quase 70% da bancada maranhense na Câmara dos Deputados.

No total, 12 dos 18 deputados do Maranhão votaram a favor do texto-base da proposta, que passou em plenário por 296 a 177 e altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) para prever, entre outras medidas, a prevalência do acordo sobre a lei, regras para o trabalho intermitente e o fim da contribuição sindical obrigatória e da ajuda do sindicato na rescisão trabalhista.

A matéria, agora, será enviada ao Senado.

Veja como votaram os representantes do nosso estado

A favor
Alberto Filho (PMDB)
Aluisio Mendes (PTN)
André Fufuca (PP)
Cleber Verde (PRB)
Hildo Rocha (PMDB)
João Marcelo (PMDB)
José Reinaldo (PSB)
Junior Marreca (PEN)
Juscelino Filho (DEM)
Pedro Fernandes (PTB)
Victor Mendes (PSD)
Waldir Maranhão (PP)

Contra
Deoclides Macedo (PDT)
Eliziane Gama (PPS)
Luana Costa (PSB)
Rubens Júnior (PCdoB)
Weverton Rocha (PDT)
Zé Carlos (PT)

Reforma da Previdência tem prognóstico difícil

A Comissão Especial da Reforma da Previdência (PEC 287/16) adiou o final da discussão do relatório do deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA). O presidente da comissão, deputado Carlos Marun (PMDB-MS), disse que pretende terminar a lista de inscritos na terça-feira (2) e votar o substitutivo até quinta-feira (4).

Marun justificou o adiamento da discussão desta quinta-feira (27), quando não houve quórum para os debates, pela votação da reforma trabalhista no Plenário da Câmara, que se estendeu até a madrugada de hoje. Ele afirmou também que “o Plenário da Câmara estará mais tranquilo nos próximos dias, o que vai permitir uma maior concentração de deputados na comissão especial”.

Entre os deputados maranhenses, é difícil cravar um prognóstico sobre como se posicionará a bancada. A maioria deles ainda estuda o texto a ser apreciado para definir seus votos.

Pedro Fernandes, por exemplo, diz ser favorável à reforma, no entanto, admite que há necessidade que o texto da proposta seja melhorado.

“Sou favorável as reformas, mas é claro que estamos melhorando os projetos. E o voto depende do relatório que será apresentado”, afirmou o parlamentar do PTB.

Hildo Rocha diz que sabe das necessidades das mudanças, mas que também está analisando o relatório para depois se posicionar. “Ainda estou analisando o relatório. Lógico que as mudanças são necessárias, mas tenho que ter a certeza de que elas de fato beneficiarão o conjunto do povo brasileiro”, completou.

Aluísio Mendes (PTN), por outro lado, é contra a Reforma da Previdência. Tanto o texto original enviado pelo Governo Federal quanto o apresentado pelo relator da comissão especial, segundo o parlamentar, não atendem as demandas da população brasileira.

“Em princípio, a da Previdência eu sou contra o texto que o governo enviou ao Congresso. E também contra ao que foi apresentado pelo relator”, disse.

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