Disputa

Campanha eleitoral de Macron foi vítima de hackers russos

É o que aponta relatório divulgado pelos meio de comunicação da França; grupo russo é o mesmo que foi acusado de ataques cibernéticos a Hillary Clinton, nos EUA; Jean-Marie Le Pen disse Marine deveria ser mais agressiva

Atualizada em 11/10/2022 às 12h39
A campanha de Emmanuel Macron foi hackeada pelo grupo de hackers russos Pawn Storm
A campanha de Emmanuel Macron foi hackeada pelo grupo de hackers russos Pawn Storm ( A campanha do candidato à presidência da França, Emmanuel Macron, foi hackeada)

PARIS - A campanha eleitoral do candidato social liberal à presidência francesa, Emmanuel Macron, foi hackeada pelo grupo de hackers russos Pawn Storm, segundo um relatório da companhia de segurança informática Trend Micro divulgado pelos meios de comunicação franceses.

O Pawn Storm, mais conhecido como Fancy Bear, é o mesmo grupo que foi acusado de ataques cibernéticos contra a candidata democrata às eleições presidenciais nos Estados Unidos, Hillary Clinton.

O jornal "20 minutes" detalhou que, entre meados de março e meados de abril, o grupo criou quatro nomes de domínios similares aos da equipe de Em Movimento, grupo em torno do qual Macron articulou sua candidatura.

Segundo a empresa japonesa Trend Micro, os hackers tentaram roubar dados pessoais ou de identificação através do envio de e-mails fraudulentos e também tinham como objetivo infectar computadores com vírus.

A equipe de Macron já tinha anunciado em meados de fevereiro ter sofrido "milhares de ciberataques procedentes das fronteiras russas", e agora disse não estar surpresa pelas conclusões deste relatório.

O diretor da campanha digital do candidato, Mounir Mahjoubi, afirmou à "20 minutes" que nenhuma de suas contas de e-mail foi hackeada e apontou não estar capacitado para poder atribuir a origem destes últimos ataques, os ocorridos entre março e abril.

Macron, de 39 anos, foi líder do primeiro turno das eleições presidenciais de domingo com 24,01% dos votos e enfrentará n segundo turno, marcado para 7 de maio, a ultradireitista Marine Le Pen, que atingiu 21,3%.

Segundo as sondagens, o ex-ministro de Economia e antigo banqueiro tem vantagem nas eleições diante de Le Pen, que durante a campanha do primeiro turno se reuniu em Moscou com o presidente russo, Vladimir Putin.

Na segunda-feira, 24, o Kremlin, acusado de ingerência na campanha eleitoral de França, negou qualquer envolvimento e assegurou que só os franceses devem decidir quem deve ser seu presidente.

Campanha mais agressiva

O veterano líder francês de extrema-direita Jean-Marie Le Pen disse ontem que sua filha Marine, que enfrentará o político de centro Emmanuel Macron no segundo turno da eleição presidencial em 7 de maio, deveria ter feito uma campanha mais agressiva no primeiro turno, seguindo o exemplo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Com 7,5 milhões de votos, Marine Le Pen superou na votação de domingo o recorde eleitoral anterior da Frente Nacional, mas não conseguiu tomar o primeiro lugar do candidato pró-União Europeia Macron.

A intervenção de Jean-Marie veio na sequência do anúncio, na segunda-feira, no qual Marine disse que planeja se afastar da administração cotidiana do partido de extrema-direita fundado por seu pai antes da votação definitiva, e sinaliza o desentendimento mais recente dos dois a respeito da direção futura da sigla.

"Acho que a campanha dela foi muito contida. Se eu estivesse em seu lugar teria feito uma campanha do tipo Trump, mais aberta, muito agressiva contra os responsáveis pela decadência de nosso país, seja da esquerda ou da direita", disse Jean-Marie, de 88 anos, à rádio RTL.

Pai e filha vivem desentendimentos desde que Marine Le Pen adotou medidas para livrar a Frente Nacional das associações xenofóbicas na véspera para a corrida presidencial de 2017.

Jean-Marie chocou o mundo em 2002 ao avançar para o segundo turno da eleição para a Presidência da França, mas perdeu por larga margem para o conservador Jacques Chirac.

Comentários

Ele foi acusado muitas vezes de fazer comentários xenófobos e antissemitas, e sua filha o expulsou do partido em 2015 -- mas, na condição de fundador da legenda, ele continua sendo uma figura conhecida e representa a opinião de uma parcela do partido.

A decisão de Marine Le Pen de se afastar do comando do partido pareceu uma tentativa de se reposicionar como alguém acima do mundo estreito da política da Frente Nacional e ampliar seu apelo ao eleitorado como um todo antes da votação final de maio.

Seu programa de governo defende cortes profundos na imigração e nos direitos de imigrantes que vivem na França, além da expulsão de estrangeiros suspeitos de ligações com militantes islâmicos.

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