Reforço

Bill Gates entra na briga contra o Aedes aegypti

Homem mais rico do mundo vai destinar US$ 18 milhões para modificar geneticamente os mosquitos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h39
Mais rico do mundo, Bill gates investe em pequisa
Mais rico do mundo, Bill gates investe em pequisa (Bill Gates)

SÃO PAULO - O homem mais rico do mundo - com patrimônio de US$ 29,5 bilhões segundo a revista Forbes - vai investir no combate ao Aedes aegypti, transmissor no Brasil de zika, dengue e chikungunya. O fundador da Microsoft, Bill Gates, revelou em Genebra que fechou um acordo com o governo e entidades dos Estados Unidos, em 2016, para destinar US$ 18 milhões para modificar geneticamente os mosquitos, tornando-os estéreis.

Gates relatou que os testes estão sendo realizados principalmente em Antioquia, na Colômbia, nos subúrbios do Rio e também na Indonésia. O experimento ocorre depois que, na Ásia, cientistas obtiveram resultados positivos no Vietnã e em outros países tropicais. Seus assessores dizem que a iniciativa tem o potencial de ser a iniciativa de saúde de maior impacto da Gates Foundation que, ao longo dos últimos anos, destinou mais de US$ 500 milhões para tratar doenças.

A estratégia consiste em contaminar o mosquito com a bactéria Wolbachia. Como consequência, os descendentes não teriam a capacidade de transmitir doenças. A bactéria está presente em 60% dos mosquitos e insetos. Mas não no Aedes aegypti. "Essa é a novidade. Estamos realizando os testes e, até o fim do ano, saberemos se isso vai funcionar", contou Gates. Se os testes derem resultados positivos, a proteção para populações de locais com a presença endêmica do mosquito poderia aumentar em 40%.

Além do experimento no Brasil, Gates revelou que está aplicando sua fortuna na busca por novos pesticidas que possam trazer melhores resultados. Entre 2005 e 2016, ele já investiu US$ 100 milhões em um projeto de pesquisa no Reino Unido. Para os próximos cinco anos, prometeu mais US$ 75 milhões "Estamos fazendo muito para lidar com o controle de vetores. Aqueles produtos que temos hoje já criaram resistência (nos mosquitos)", contou.

Segundo ele, seu financiamento passou por um debate dentro da Organização Mundial de Saúde (OMS) para garantir que os novos produtos químicos estejam dentro dos padrões aceitos pela entidade. "Queremos maior eficiência", disse Gates. Segundo a Organização das Nações Unidas e a Cruz Vermelha, o fortalecimento do mosquito em diversas regiões tropicais do mundo é uma ameaça ao combate à pobreza.

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