SÃO LUÍS - Os postos de saúde de São Luís amanheceram lotados ontem, com o início da campanha de vacinação contra a influenza, que levou centenas de pessoas para essas unidades. Iniciada ontem, a meta da campanha é imunizar cerca de 230 mil pessoas na capital maranhense.

Este ano, a campanha chegou à sua 19ª edição e a novidade é que a partir de agora os professores, tanto da rede pública como privada, passam a fazer parte do público-alvo. A campanha seguirá em todo o país até 26 de maio e no dia 13 será a mobilização nacional.

Integram o público-alvo da campanha pessoas a partir de 60 anos, crianças de 6 meses a menores de 5 anos (4 anos, 11 meses e 29 dias), trabalhadores de saúde, professores das redes pública e privada, povos indígenas, gestantes, puérperas (até 45 dias após o parto), pessoas privadas de liberdade – o que inclui adolescentes e jovens de 12 a 21 anos em medidas socioeducativas - e os funcionários do sistema prisional.

Os doentes crônicos não transmissíveis, que incluem pessoas com deficiências específicas, também devem se vacinar. Para esse grupo, não há meta específica de vacinação. Este público deve apresentar prescrição médica no ato da vacinação.

Pacientes cadastrados em programas de controle das doenças crônicas do Sistema Único de Saúde (SUS) deverão ir aos postos em que estão registrados para receber a vacina, sem a necessidade de prescrição médica.

Mobilização
Em todo o Maranhão, deve ser vacinado um total de 1.694.518 pessoas. Para isso, foram disponibilizadas 1.864.000 doses da vacina contra a influenza. Em São Luís, a Prefeitura estima que devem ser vacinadas cerca de 230 mil pessoas.

Ontem, no primeiro dia da campanha de vacinação, os postos receberam muitas pessoas. No posto de saúde do Bairro de Fátima, logo nas primeiras horas da manhã uma fila se formou no local de pessoas em busca da imunização.
O aposentado João Mendes, de 69 anos de idade, esteve no local em busca da vacina e destacou a importância de receber a a dose. “Todas essas vacinas que aparecem são importantes para ficar bem de saúde”, disse o idoso, que afirmou que mantém sempre atualizada a sua caderneta de vacinação.

Alexandra Carvalho, de 26 anos de idade, está gestante de sete meses e também destacou a importância da vacina contra a influenza. “Isso evita as patologias e ainda ajuda com que o bebê nasça com saúde”, destacou a jovem.

Em toda a cidade, serão 64 postos que estarão disponibilizando as doses da vacina. De acordo com Teresinha Lobo, superintendente de Vigilância Epidemiológica e Sanitária da Secretaria Municipal de Saúde (Semus), com o passar dos anos as pessoas estão se conscientizando cada vez mais sobre a importância da vacina. “A participação das pessoas na campanha é boa. Elas estão se conscientizando que a influenza é uma infecção viral que pode se agravar e levar ao óbito”, afirmou.

Brasil
Ao todo, receberão a vacina 54,2 milhões de pessoas em todo o país que integram os grupos prioritários. Para isso, o Ministério da Saúde (MS) adquiriu 60 milhões de doses da vacina. O objetivo do ministério é vacinar 90% desta população, considerada de risco para complicações por gripe. A meta de vacinação deste ano aumentou devido aos índices alcançados nos últimos anos, que ultrapassaram 80%. 2016 foi o primeiro ano em que este índice ultrapassou 90%, atingindo 93,5% de cobertura vacinal.

As doses adquiridas pelo Ministério da Saúde já estão sendo distribuídas aos estados, que, por sua vez, têm a responsabilidade de repassar aos municípios para a realização da campanha. Para o início desta mobilização, já foram enviadas aos estados 21,1 milhões, o que corresponde a 35% do total de 60 milhões. Mais cinco remessas de doses já estão programadas para o envio até o dia 19 de maio, totalizando 100%. No dia de mobilização nacional, 65 mil postos de vacinação, com envolvimento de 240 mil pessoas, estarão abertos em todo o país. Também estarão disponíveis, para a mobilização, 27 mil veículos terrestres, marítimos e fluviais.

A vacina contra gripe é segura e reduz as complicações que podem produzir casos graves da doença, internações ou, até mesmo, óbitos. Estudos demonstram que a vacinação pode reduzir entre 32% a 45% o número de hospitalizações por pneumonias e de 39% a 75% a mortalidade por complicações da influenza. A vacina protege contra os três subtipos do vírus da gripe que mais circularam no último ano no Hemisfério Sul, de acordo com determinação da OMS (A/H1N1; A/H3N2 e influenza B). Neste ano, houve mudança na cepa do vírus A H1N1 para A/Michigan/45/2015 (H1N1) pdm09.
Desde 2009, a cepa do vírus A H1N1 utilizada nos países ao sul da linha do Equador era A/California/7/2009 (H1N1) pdm09.

É importante lembrar que, mesmo pessoas vacinadas, ao apresentarem os sintomas da gripe - especialmente se são integrantes de grupos mais vulneráveis às complicações -, devem procurar, imediatamente, o médico. Os sintomas da gripe são: febre, tosse ou dor na garganta, além de outros, como dor de cabeça, muscular e nas articulações. Já o agravamento pode ser identificado por falta de ar, febre por mais de três dias, piora de sintomas gastrointestinais, dor muscular intensa e prostração.

Após a aplicação da vacina, podem ocorrer, de forma rara, dor no local da injeção, eritema e enrijecimento. São manifestações consideradas benignas, cujos efeitos costumam passar em 48 horas. A vacina é contraindicada para pessoas com história de reação anafilática prévia em doses anteriores ou para pessoas que tenham alergia grave relacionada a ovo de galinha e seus derivados. É importante procurar o médico para mais orientações.

SAIBA MAIS

Público alvo a ser vacinado em São Luís

Crianças de 6 meses à menores de 5 anos: 69.955
Gestantes: 12.402
Puérperas (até 45 dias após o parto): 2.039
Trabalhadores da saúde: 39.917
Idosos: 79.874
Pessoas com doenças crônicas: 26.483

Obs: a quantidade de professores, pessoas privadas de liberdade e trabalhadores do sistema prisional não foi informada

MAIS
A escolha dos grupos prioritários segue recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS). Essa definição também é respaldada por estudos epidemiológicos e pela observação do comportamento das infecções respiratórias, que têm como principal agente os vírus da gripe. São priorizados os grupos mais suscetíveis ao agravamento de doenças respiratórias.

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