SÃO LUÍS - Em casa, faltam espaços para guardar tantos livros que fazem de Luciana Almeida, 28 anos, uma “bibliomaníaca”, de tão apaixonada que ela é por essas viagens literárias. Luciana é formada em ciências da computação e atualmente percorre mais um degrau na carreira acadêmica, em um mestrado na área. A professora universitária lê, em média, dez livros por mês e diz que sempre gostou de ler sobre vários assuntos, o que a ajudou muito no desenvolvimento da imaginação. Nesta terça-feira (18) é comemorado o Dia Nacional do Livro Infantil.
O que Luciana talvez nem imaginasse lá na infância é que, graças a essa criatividade oriunda de tantas leituras, ela se tornaria uma profissional mais atenta e proativa. “Eu não consigo resolver todos os problemas do mundo, mas a gente sempre encontra uma solução, um segundo plano, quando o que foi projetado inicialmente não sai bem como previsto”, revela a leitora voraz.
Intelecto
A leitura e o desenvolvimento intelectual caminham lado a lado. Segundo a psicóloga Carla Cristinne Cunha, do Hapvida Saúde, a relação se estabelece no momento em que, ao ler, a criança decodifica letras e sons, transformando-as em palavras. “A partir dessa decodificação, a criança vai associar a palavra a uma imagem. É um exercício de texto e contexto”, explica a especialista. Assim, o indivíduo consegue aumentar o conhecimento de mundo a partir de uma leitura.
Essa viagem é mágica porque, ao exercitar a imaginação, o leitor pode se permitir criar personagens, cenas e pensar em desfechos diferentes para as histórias, quando os livros são de ficção ou trazem uma narrativa. Já quando a leitura é mais formal e de cunho científico, se pessoa tiver tido boa base, vai entender muito melhor os argumentos e os pensamentos dos autores que vier a estudar.
Além disso, a psicóloga do Hapvida destaca o senso crítico, que é amadurecido a partir do momento em que as sinapses, ou seja, a ligação entre os neurônios, trabalham mais rapidamente. “Isso acelera o pensamento, o raciocínio e a lógica. Crianças que leem interpretam textos e, dificilmente, são enganadas por argumentos vazios”, garante Carla Cristinne.
Infância
A semente da leitura deve ser plantada o quanto antes, pois ela germina e dá muito mais frutos se o solo estiver ainda bem fértil e virgem. A comparação com uma plantação sugere que haverá momentos propícios para a colheita, e eles existem mesmo. “Assim como a criança pode se portar de modo muito mais independente na própria infância, certamente, quando se tornar adulta, essa pessoa terá muito mais facilidade de resolver conflitos e encontrar soluções para problemas do dia a dia”, afirma a psicóloga Carla Cristinne.
Seja qual for a atividade profissional, o ideal é que todos consigam sair do automático e pensar em formas inteligentes de driblar adversidades. Ler é fundamental e o ideal é que, na infância, o incentivo venha tanto de casa quanto da escola. “Como a maioria das crianças passa muito mais tempo em casa do que na escola, os pais, avós e parentes mais próximos precisam estimular, oferecendo à criança leituras prazerosas, com aqueles temas preferidos. Pode ser uma revista em quadrinhos, ou um livro só de imagens para começar. O que importa é estimular o contato da criança com os livros”, recomenda a especialista.
18 DE ABRIL: DIA NACIONAL DO LIVRO INFANTIL
O Dia Nacional do Livro Infantil foi escolhido pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, em 2002, em homenagem ao escritor brasileiro José Bento Monteiro Lobato.Monteiro Lobato nasceu em 18 de abril de 1882 e foi o criador da literatura infantil no Brasil.
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