Combate

Fórum para o Enfrentamento às Violências é instituído na UFMA

Iniciativa será desenvolvida com propostas de médio e longo prazo para enfrentamento às violências, entre elas estímulo à educação de gênero

Atualizada em 11/10/2022 às 12h39
Violência passou a ser debatida após estupro no campus do Bacanga
Violência passou a ser debatida após estupro no campus do Bacanga (UFMA)

SÃO LUÍS – No final da tarde da quarta-feira (12) foi instituído na Universidade Federal do Maranhão e sua comunidade acadêmica o Fórum para o Enfrentamento às Violências. O ato, realizado no gabinete da reitoria da UFMA, marcou a união da administração superior da UFMA - chancelada pela reitora Nair Portela - com a Secretaria de Estado da Mulher (Semu); Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara dos Vereadores; pró-reitores, diretores de centro e coordenadoras de grupos de pesquisa e projetos de extensão sobre mulheres, gênero e violência contra a mulher; e representantes da Associação dos Professores da UFMA – Seção Sindical da Andes (Apruma), Associação dos Servidores da UFMA (Assuma), Sindicato dos Professores das Universidades Federais do Maranhão (SindUFMA) e Diretório Central dos Estudantes (DCE) para a discussão e viabilização de ações que contribuam para o enfrentamento às violências, notadamente contra as mulheres, na perspectiva da construção de uma cultura do respeito e superação da cultura do estupro e outras manifestações de violência.

A ocasião originou a criação de uma comissão composta por 12 membros que sistematizará o formato do Fórum e criará um plano de trabalho, que será apresentado na próxima reunião, marcada para o dia 19 de abril, às 9h, com a finalidade de implementação das propostas que foram sugeridas e das estratégias de enfrentamento às diversas violências – físicas, morais e simbólicas - na UFMA e seu entorno. A iniciativa surge após um caso de estupro no campus do Bacanga, em São Luís.

LEIA MAIS

Estudantes da Ufma criam grupo de carona solidária feminina

Convênio assinado entre Ufma e governo Flávio Dino poderia ter evitado estupros

UFMA anuncia reforço na segurança após estupros

Entre as propostas de médio e longo prazo para enfrentamento às violências sugeridas estão: a articulação de grupos de pesquisa com o objetivo de estimular a pesquisa e extensão sobre gênero e violência contra a mulher; o estímulo à educação de gênero na educação básica e superior; a formação, revisão e divulgação de normas e regimentos da universidade relacionadas à segurança e questões de gênero; além de várias outras sugestões a serem analisadas pelos componentes do fórum e comunidade acadêmica.

Para a reitora da UFMA, Nair Portela, o problema é complexo e deve ser enfrentada em conjunto, com ações de curto, médio e longo prazo. “Este primeiro momento do fórum é para nos dar a sustentação e pensar esse momento que a universidade passa. O problema da violência não é somente da UFMA, mas é um problema social em que a universidade faz parte. Por isso, se o enfrentamos com ações concretas imediatas, como foram propostas aqui, vamos atingir o nosso objetivo”, frisou.

A secretária adjunta de Estado da Mulher, Susan Lucena, também sugere que ações e discussões sobre o assunto em várias esferas podem ajudar. “Nós vivemos um momento em que precisamos enfrentar o tema com ações concretas, debates e formações. Noventa por cento das mulheres não registram os casos de violência cometidos contra elas, por isso, devemos trabalhar para que se sintam fortalecidas para denunciar todos os tipos de violência”, completou.

De acordo com a professora da UFMA, Maria Mary Ferreira, que realiza pesquisa e extensão sobre Relações de Gênero Étnicos, Raciais, Mulheres e Feminismo, as propostas de ações ricas e podem ajudar muito no combate à violência. “Estas ações são de muita importância e com certeza são necessárias para o enfrentamento à violência que vivemos hoje, não só na nossa universidade, mas na sociedade em geral. Podemos até, futuramente, ampliar as ações a outras esferas”, analisou.

A vereadora Maria Bárbara Soeiro destacou a produtividade da reunião e a presença de vários representantes e pontos de vista sobre a questão. “Saio deste encontro muito entusiasmada com a quantidade de sugestões que foram dadas aqui. Podem contar com meu apoio e da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher para a discussão. Irei endossar as ações e sugerir uma audiência para o debate na Câmara dos Vereadores”, pontuou.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.