Lava Lato

Flávio Dino recebeu R$ 400 mil, diz delator da Odebrecht

José Filho disse que o dinheiro foi dado em troca de apoio de Dino, que na época exercia o mandato de deputado federal, ao projeto de lei 2279/2007

Carla Lima Subeditora de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h39
Flávio Dino pediu a ajuda financeira para a campanha eleitoral de 2010
Flávio Dino pediu a ajuda financeira para a campanha eleitoral de 2010 (Flávio Dino)

O governador Flávio Dino (PCdoB) foi delatado na Operação Lava Jato por ter recebido R$ 400 mil para a campanha eleitoral de 2010.

Segundo o depoimento de José de Carvalho Filho, ex-funcionário da Odebrecht, Dino, que na época exercia o mandato de deputado federal, pediu a ajuda financeira em troca de votar a favor do projeto de lei nº 2.279/2007 que beneficiaria a empresa.

Ainda de acordo com José Filho, se aprovado, esse projeto atribuiria “segurança jurídica a investimentos do grupo Odebrecht”. O temor da empresa era que leis americanas vedando investimentos em Cuba fossem aplicadas no Brasil.

“José de Carvalho Filho relata que, no ano de 2010, participou de reuniões com o então Deputado Federal Flávio Dino, tratando de questões acerca do Projeto de Lei 2.279/2007, o qual atribuiria segurança jurídica a investimentos do Grupo Odebrecht. Num desses encontros, teria lhe sido solicitada ajuda para campanha eleitoral ao governo do Estado do Maranhão, pagamento efetuado no total de R$ 400.000,00 (quatrocentos mil reais)”, relata o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF.

Fachin deferiu o pedido da Procuradoria-Geral da República, Rodrigo Janott, para que o caso do governador maranhense fosse encaminhado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Na delação do ex-funcionário da Odebrecht foi dito que a senha para que o dinheiro fosse repassado ao comunista foi entregue ao próprio Flávio Dino sem intermediários.

“A senha para receber o repasse teria sido entregue à época ao próprio parlamentar, sendo a operação realizada pelo Setor de Operações Estruturadas [o chamado ‘departamento de propinas’] e registrada no sistema ‘Drousys'”, diz trecho do despacho do relator.

Nota

O partido do governador já saiu em defesa do comunista afirmando que a Lava Jato tem excessos e que a acusação contra Dino é descabida e injusta. A nota da direção estadual do PCdoB, comandada pelo homem forte do governo estadual, Márcio Jerry, considera a operação de combate a corrupção como uma “cruzada político-ideológica que atropela as leis e a Constituição”. (Veja embaixo a nota completa).

Nas redes sociais, Flávio Dino disse ter a consciência tranquila e que se houver uma investigação, o que será encontrado será uma vida limpa e honrada.

“Tenho consciência absolutamente tranquila de jamais ter atendido qualquer interesse da Odebrecht, nos cargos que exerci nos 3 Poderes. Se um dia houver de fato investigação sobre meu nome, vão encontrar o de sempre: uma vida limpa e honrada. Tenho absoluta certeza de que a verdade vai prevalecer, separando-se o joio do trigo”, afirmou.

Nota do PCdoB

O Partido Comunista do Brasil vem a público manifestar absoluta solidariedade ao governador Flávio Dino, vítima de citação injusta por suposta prática ilícita que jamais cometeu.
A acusação descabida realça aos olhos do Maranhão e do Brasil os excessos da chamada Operação Lava Jato, que no correto combate à corrupção infelizmente se transforma, em muitos aspectos, numa cruzada político-ideológica que atropela as Leis e a Constituição.
A acusação feita ao governador Flávio Dino é totalmente sem sentido, irreal. Ele jamais relatou o projeto de lei citado como também jamais recebeu qualquer contribuição da empresa Odebrecht.
Da fraqueza da denúncia emerge forte e cristalina a verdade: Flávio Dino, uma vida limpa e honrada.

Direção Estadual do PCdoB

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