Tensão

EUA apresentam provas de que a Síria realizou ataque químico

O Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos assegurou ontem à imprensa que têm "provas físicas" de que o regime sírio usou gás sarin contra a população no dia 4 deste mês; 80 pessoas morreram

Atualizada em 11/10/2022 às 12h39
Base aérea de al-Shayrat, próximo a Homs, na Síria, que foi alvo de mísseis norte-americanos
Base aérea de al-Shayrat, próximo a Homs, na Síria, que foi alvo de mísseis norte-americanos ( Base aérea de al-Shayrat, próximo a Homs, na Síria, que foi alvo de mísseis norte-americanos)

WASHINGTON - A Casa Branca apresentou ontem o que considerou como “provas claras e consistentes" de que o regime sírio de Bashar al Assad efetuou, há uma semana, um ataque com gás sarin na área rebelde de Khan Sheikhoun, no qual morreram mais de 80 pessoas, incluindo crianças. As informações são da agência de nottícias espanhola EFE.

Funcionários do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos asseguraram ontem à imprensa que têm "provas físicas" de que o regime sírio usou gás sarín contra a população. Além disso, os EUA confirmaram a autenticidade de fontes externas que demonstram que um caça sírio da base de Shayrat (Homs) lançou o ataque com o gás mortal nas primeiras horas da manhã de 4 de abril.

Do mesmo modo, as fontes do governo americano argumentaram que, levando em conta a relação de décadas entre as forças armadas sírias e russas e que militares de ambos países operavam na base aérea de Shayrat, é difícil entender como Moscou não tinha conhecimento prévio do ataque.

Motivos operacionais

As fontes da Casa Branca asseguraram que não há provas que sustentem a versão síria e russa de que as mortes por exposição a um elemento químico neurotóxico aconteceram após o bombardeio de uma fábrica de armas químicas de um grupo jihadista.

Pelo contrário, os EUA consideram que o ataque químico sírio tinha "motivos operacionais" com o objetivo de exercer pressão na retaguarda de zonas rebeldes estratégicas para manter o controle da cidade de Hama.

"Nesse contexto, o ataque químico é entendido como parte de um 'toma lá, dá cá' entre rebeldes e forças sírias", indicou um funcionário dos EUA.

Represália

A Casa Branca apresentou ontem uma pormenorizada cronologia do ataque com armas químicas da terça-feira passada, 4,que dois dias depois levou Trump a autorizar o lançamento de 59 mísseis guiados contra a base de Shayrat, em represália.

Pouco antes das 7h (horário local), um avião caça de fabricação russa Sukhoi SU-22 da força aérea síria sobrevoou Khan Sheikhoun durante 20 minutos e, por volta de 12h, começaram a aparecer evidências gráficas na internet de vítimas com sintomas de um ataque químico.

Pouco depois de 13h, as vítimas começaram a inundar um hospital próximo que, posteriormente, seria bombardeado com armamento convencional. Os EUA também têm informação de que um militar sírio de alta categoria, vinculado ao programa químico sírio, esteve na base de Shayrat antes do ataque.

No ataque químico

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse ontem ter recebido informações de que os EUA planejam falsificar um novo ataque químico na Síria para culpar o governo de Bashar al-Assad.

Putin fez essa afirmação ao lado do presidente da Itália, Sergio Mattarella, que está em Moscou para um encontro. Ele disse que a Rússia tolera as críticas do Ocidente sobre seu papel na Síria, mas espera que o tom se suavize.

Questionado se espera mais ataques com mísseis americanos na Síria, ele respondeu: “Temos informação de que uma provocação similar está sendo preparada... em outras partes da Síria, incluindo subúrbios do sul de Damasco, onde eles planejam novamente plantar alguma substância para acusar as autoridades sírias de usarem [armas químicas].” Ele não ofereceu provas dessa afirmação.

Putin voltou a dizer que deseja que autoridades internacionais conduzam uma investigação cuidadosa sobre o ataque químico perpetrado no último dia 4 na província de Idlib, no norte da Síria. Segundo ele, Moscou vai apelar à ONU para que faça essa investigação.

O presidente russo afirmou que o ataque americano à base do governo sírio lembra quando o ex-presidente George W. Bush alegou que havia armas de destruição em massa no Iraque para justificar uma intervenção dos EUA no país.

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