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Saída de Edivaldo Holanda do Blocão surpreende base governista na Assembleia

Petecista foi anunciado pelo César Pires como membro de um novo “bloco” na Casa; Rogério Cafeteira, líder do Governo, admitiu não ter sido informado da decisão

Ronaldo Rocha da editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h39
Edivaldo Holanda deixou a base do governo na AL
Edivaldo Holanda deixou a base do governo na AL

SÃO LUÍS - A decisão do deputado estadual Edivaldo Holanda Braga (PTC), pai do prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Júnior (PDT), de deixar o Bloco Parlamentar Unidos Pelo Maranhão, o Blocão, na Assembleia Legislativa, surpreendeu a liderança do Governo na Casa.

O Blocão é o único colegiado que pertence à base do governador Flávio Dino (PCdoB) no Legislativo. Os demais blocos se dividem entre a oposição e aqueles que pregam independência no Plenário.

A O Estado, o deputado estadual Rogério Cafeteira (PSB), líder do Governo na Casa, ao comentar a decisão de Edivaldo, admitiu não ter sido comunicado do ato.

César Pires anunciou novo bloco do colega
César Pires anunciou novo bloco do colega

Ele ponderou o fato de estar licenciado da Casa para tratamento de saúde, após ter se submetido a uma cirurgia, mas confirmou ter sido pego de surpresa.

“Estou afastado das atividades em decorrências de uma cirurgia a que me submeti, por isso não estou podendo ir lá [na Assembleia]. Eu fiquei sabendo no momento em que aconteceu, mas o deputado Edivaldo não me procurou para tratar do assunto, talvez até porque ele também está em recuperação [de saúde] achou por bem não falar. Mas, da minha parte eu não tinha conhecimento”, disse.

Edivaldo ainda não se manifestou publicamente sobre a sua decisão.

Anúncio – O anúncio da saída do petecista do bloco governista foi feito na sessão de ontem, durante o pequeno expediente, pelo deputado estadual César Pires (PEN).

Pires afirmou que a partir de agora, Edivaldo Holanda passa a votar as matérias que tramitam na Casa em comum acordo com a bancada do PEN, formada por ele e Sérgio Vieira.

“Eu fui instado a subir a esta tribuna pelo nosso querido amigo Edivaldo Holanda, que autorizou-me a vir aqui dizer que, a partir de hoje, eu já não estou só com o Sérgio Vieira, o partido dele também ingressa e nós já somos três. Ele sai do Blocão”, disse.

Como a formação de bloco só ocorre no início de cada ano da legislatura exercida, Edivaldo, na prática, deixa o Blocão e fica isolado, sem composição formal de colegiado.

Apesar disso, ele atuará como se membro fosse de um bloco criado pelo PEN e o PTC.

Com a saída do parlamentar, o Blocão passa a contar com apenas 22 deputados. O líder do colegiado é o deputado Rafael Leitoa (PDT), que até ontem também não havia se manifestado sobre o tema.

Saiba Mais

A decisão do deputado Edivaldo Holanda Braga (PTC) surpreendeu também o filho, prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Júnior (PDT). Ontem, após a repercussão do anúncio feito por César Pires (PEN), o prefeito chegou a ligar para o deputado federal Weverton Rocha (PDT) para saber se este tinha obtido alguma informação a respeito da motivação de Edivaldo. Na ocasião, ele se mostrou surpreso com a decisão do deputado.

Insatisfação de deputados com o Governo provoca reação

Desde o início do ano, quando deputados da base governista se dividiram e criaram um novo bloco na Assembleia Legislativa, o Bloco Parlamentar Independente, tem se evidenciado a insatisfação de aliados do governador Flávio Dino (PCdoB) com o Palácio dos Leões.

Somente neste ano, deixaram efetivamente a base do Governo, os deputados Eduardo Braide (PMN), Alexandre Almeida (PSD), Graça Paz (PSL), Max Barros (PRP), Wellington do Curso (PP), César Pires (PEN) e Edivaldo Holanda Braga (PTC), com a decisão de ontem.

Outros deputados passaram a questionar a atuação do Governo do Estado em diversas áreas, ou já manifestaram insatisfação com o Poder Executivo nos bastidores. Léo Cunha (PSC), Hemetério Weba (PV) e Josimar de Maranhãozinho (PR), são alguns dos citados.

Uma foto de Josimar de Maranhãozinho ao lado da ex-governadora Roseana Sarney (PMDB), que ganhou repercussão nas redes sociais, provocou mal-estar no Governo. A postura do deputado foi encarada pela base governista como um “recado” ao Palácio dos Leões.

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