Promessa furada

Atualizada em 11/10/2022 às 12h39

No dia de sua posse no governo do Maranhão, talvez levado pela empolgação da popularidade que tinha naquele momento, o governador Flávio Dino (PCdoB) jogou em seu discurso uma promessa sabidamente impossível de cumprir: dobrar o efetivo da Polícia Militar do Maranhão nos quatro anos de mandato. O pior é que essa promessa foi reafirmada pelo comunista mesmo depois dos questionamentos quanto à inviabilidade do seu projeto. Mas ele se manteve irredutível.
Na última semana, Flávio Dino anunciou a posse de outros cerca de mil policiais militares. Na soma de 2015 e 2016, já são cerca de 2 mil PMs efetivados na gestão comunista. Ocorre que, neste período, outros 2 mil policiais pediram aposentadoria ou faleceram, o que acaba por levar o projeto comunista à estaca zero.
Para cumprir a meta proposta entusiasticamente à população, Flávio Dino teria que nomear pelo menos 3 mil policiais a cada ano do seu mandato, já que a PMMA tinha uma tropa com 12 mil homens ao fim de 2014, quando ele preparava sua posse. E precisaria, ao mesmo tempo, evitar evasões, seja por aposentadoria ou por outra circunstância. Ocorre que é impossível selecionar, treinar e efetivar 3 mil homens em apenas um ano.
Só um concurso público para provimento de vagas nas policiais dura ao menos seis meses, se for levado a cabo em ritmo de toque de caixa - e sem risco de judicialização do processo. Após a seleção, esses homens precisariam de um mínimo de outros seis meses para serem treinados, com contingente máximo de 300 homens por turma, já que é impossível treinar 3 mil homens de uma só vez. Só após este ano de seleção e treinamento os jovens soldados estarão prontos para o exercício do dever.
Os 2 mil PMs efetivados até agora não representam nem 20% da tropa da PMMA registrada em 2014. E é menos do que a governadora Roseana Sarney (PMDB) efetivou ao longo dos anos do seu último mandato. Detalhe: esses 2 mil são frutos de um concurso realizado não por Dino, mas pela própria Roseana.

Ao mesmo tempo
Uma denúncia grave ronda o atual comando da Polícia Militar do Maranhão.
De acordo com documentos em circulação nos bastidores da tropa - e já em poder do Ministério Público, o subcomandante apresentou tempo extra de serviço para se aposentar.
Ocorre que este período - em que era assessor da Câmara Federal - é o mesmo em que ele deveria estar, exclusivamente, em treinamento na Academia de Polícia.

Cadê a prova?
Professores não-alinhados ao projeto de poder do governador Flávio Dino (PCdoB) vão fazer um desafio público a ele.
Uma campanha deve entrar no ar em breve, por meio da qual vão desafiar o governador a mostrar um professor com salário de mais de R$ 7 mil, como diz a propaganda do PCdoB.
A cobrança começou a ser feita ainda no fim de semana - ainda de forma não organizada -, mas até agora nenhum contracheque com este valor foi apresentado.

Protesto
Os servidores de várias categorias do Estado vão fazer movimento de protesto hoje, contra o governo Flávio Dino.
Em boa parte dos sindicatos a manifestação não conta com apoio dos líderes da categoria.
Mesmo assim, a previsão é de reunir milhares de funcionários do Estado durante todo o dia.

Tudo arrumado
A entrada do deputado federal Waldir Maranhão no PTB teria o aval do governo comunista de Flávio Dino.
O governador quer o PTB em sua chapa, ajudando com o tempo na propaganda eleitoral nas eleições de 2018.
Em troca, o presidente da legenda, Pedro Fernandes, garante o espólio federal de Waldir Maranhão para o filho Pedro Lucas, hoje auxiliar do próprio Dino.

Adversário interno
O governo Flávio Dino vai chegar a um ponto de não retorno na relação com o deputado Weverton Rocha, também candidato ao Senado.
Rocha já juntou em sua base de apoio, partidos diversos, como PDT, PT, PSDB, DEM, PEN, PMDB e até membros do PCdoB.
Com esta base, pretende ter cacife suficiente para sentar na mesa de negociações para formação de chapa em 2018.

Dando um tempo
O deputado federal José Reinaldo Tavares (PSB) decidiu aguardar até o ano que vem para rediscutir seu projeto de candidatura ao Senado.
Ele entende que, até lá, o governador Flávio Dino já resolveu suas questões com Waldir Maranhão e Weverton Rocha.
Tempo em que o próprio Tavares terá também que resolver suas questões internas no PSB, que tem o projeto governamental do senador Roberto Rocha também em pauta.

Projeto pronto
O Democratas maranhense, hoje comandado pelo deputado federal Juscelino Rezende, tem um projeto definido para as eleições de 2018.
O partido - que tem uma aliança com o PDT - quer ter a prerrogativa de indicar o primeiro suplente de senador em uma das chapas.
Com cacife para bancar o projeto, a legenda tem um dos maiores tempos na propaganda eleitoral.

E MAIS

• As sessões da Assembleia Legislativa têm passado de forma arrastada, sem maiores embates políticos em plenário.

• A Câmara Municipal de São Luís conseguiu reaver um dos anexos que estavam cedidos à Prefeitura e transformou num amplo salão para recepções.

• Com a volta do desembargador Jaime Ferreira de Araújo, José Jorge Figueiredo, que o estava substituindo, volta à condição de juiz.

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