SÃO LUÍS - Em reunião realizada na tarde de ontem na Universidade Federal do Maranhão (UFMA), o Conselho de Segurança da instituição anunciou o reforço na vigilância dentro do campus do Bacanga, em São Luís. As medidas são uma resposta aos recentes casos de estupro que aconteceram dentro da universidade.

Entre as medias estão: a instalação de um posto avançado da Polícia Militar na Cidade Universitária e o reforço de rondas ostensivas; a disponibilização uma de suas salas para a instalação da base da PM; e a troca de mais de 100 luminárias. Além disso, a UFMA implantará projetos de conscientização e políticas públicas voltadas para a proteção da mulher nas dependências da universidade.

A universidade informou que, mesmo com o Decreto 8.540/2015, que obrigou o corte de 20% dos recursos destinados aos contratos de serviços terceirizados às universidades federais — o que causou uma grande retração na segurança dos centros universitários —, a instituição tem adotado medidas para a melhoria da segurança no campus.

Todos nós somos responsáveis pelo que acontece na universidade. A Polícia Militar está autorizada a circular pelos prédios da UFMA, e vamos formar uma agenda de ações de políticas públicas para a mulher e de sensibilização da comunidade acadêmicaNair Portela, reitora da UFMA

Estupros
Dois casos de estupro foram relatados por estudantes na Universidade Federal do Maranhão (UFMA) em menos de uma semana. O primeiro ocorreu na sexta-feira, dia 31 de março, e o outro, na segunda-feira, dia 3. Por causa disso, um protesto foi iniciado na manhã de ontem no campus Dom Delgado, pedindo mais segurança na instituição. Estudantes, coletivos feministas, o Fórum Maranhense de Mulheres e a sociedade civil fizeram um apitaço pela manhã e tarde.
Segundo relatos, na sexta-feira, uma aluna foi estuprada durante uma calourada realizada no Centro de Ciências Humanas (CCH). Já o outro caso aconteceu na segunda-feira. De acordo com a polícia, uma estudante foi abordada por um homem enquanto aguardava por um coletivo no ponto em frente ao Paulo Freire.

Na convocatória que fez para o ato realizado em frente ao Restaurante Universitário, os organizadores do movimento frisaram que “a UFMA é um espaço que merece uma boa iluminação e também melhor sistema de segurança, principalmente à noite. Não podemos deixar que nossas mulheres tenham seus direitos violados, no ambiente que elas lutam para ter uma condição de vida melhor, que é na universidade”.

Josy Gomes, uma das coordenadoras do DCE, destacou que a violência tem aumentando na universidade nos últimos tempos. “Além desses dois casos, outra garota foi estuprada há cerca de cinco meses no Centro de Ciências Exatas. Os alunos e professores são constantemente assaltados no campus”, afirma. Para Josy Gomes, entre as soluções para o problema estão a melhoria da iluminação no campus e o aumento no quantitativo de seguranças.

Após a morte de um estudante da UFMA ocorrida dentro da Cidade Universitária Dom Delgado, durante uma calourada, em agosto de 2016, a UFMA e a Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP) assinaram um convênio para garantir patrulhamento ostensivo, com viaturas, dentro do campus. Entretanto, conforme Josy Gomes, o convênio não conteve a criminalidade. “A universidade precisa pensar em maneiras mais concretas de garantir a segurança dos estudantes, professores e técnicos”, diz.

Enquanto isso, os próprios alunos buscam meios de evitar serem alvo de criminosos. Pelas redes sociais, as alunas estão propondo e organizando grupos de caronas coletivas, para que as universitárias não precisem ficar esperando pelos coletivos nos pontos da universidade ou não andem sozinhas, mas em grupo, durante a noite.

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