Ameaça nuclear

''Se a China não resolver a Coreia do Norte, nós resolveremos'', diz Trump

Presidente dos Estados Unidos disse que discutiria a crescente ameaça do programa nuclear de Kim Jong-un com o presidente chinês Xi Jinping

Atualizada em 11/10/2022 às 12h39
A Casa Branca considera a Coreia do Norte como a mais iminente ameaça aos Estados Unidos, depois que Barack Obama alertou seu sucessor sobre o progresso obtido por Pyongyang no desenvolvimento de mísseis de longo alcance e armas nucleares.
A Casa Branca considera a Coreia do Norte como a mais iminente ameaça aos Estados Unidos, depois que Barack Obama alertou seu sucessor sobre o progresso obtido por Pyongyang no desenvolvimento de mísseis de longo alcance e armas nucleares. (Trump assinou ontem nova ordem migratória, que entrará em vigor no dia 16 deste mês)

WASHINGTON - Donald Trump disse que os Estados Unidos agirão unilateralmente para eliminar a ameaça nuclear da Coreia do Norte, se a China não aumentar a pressão sobre o regime de Pyongyang.

Em entrevista exclusiva ao "Financial Times", o presidente dos Estados Unidos disse que discutiria a crescente ameaça do programa nuclear de Kim Jong-un com o presidente chinês Xi Jinping, no primeiro encontro entre os dois, esta semana, em um resort da Flórida.

"A China tem grande influência sobre a Coreia do Norte. E a China vai decidir: ou eles nos ajudam com a Coreia do Norte ou não", disse Trump no Gabinete Oval da Casa Branca. "Se ajudarem, isso será muito bom para a China; se não, não será bom para país algum". Mas ele deixou claro que lidaria com a Coreia do Norte com ou sem a ajuda da China.

Perguntado se aceitaria um "grande compromisso" sob o qual a China pressionaria Pyongyang em troca de uma garantia de que os Estados Unidos removeriam suas forças militares da península coreana posteriormente, Trump disse: "Bem, se a China não resolver a Coreia do Norte, nós resolveremos. É tudo que tenho a dizer".

Ameaça

A Casa Branca considera a Coreia do Norte como a mais iminente ameaça aos Estados Unidos, depois que Barack Obama alertou seu sucessor sobre o progresso obtido por Pyongyang no desenvolvimento de mísseis de longo alcance e armas nucleares.

"Existe uma possibilidade real de que a Coreia do Norte desenvolva a capacidade de atingir os Estados Unidos com um míssil nuclear, pelo final do primeiro mandato de Trump", disse KT McFarland, assessor assistente de segurança nacional da Casa Branca, em entrevista separada ao "Financial Times".

Antes da conferência de cúpula entre Estados Unidos e China, Trump despertou a esperança de que chegaria a alguma forma de acordo com Xi, a despeito de suas pesadas críticas quanto ao superávit comercial e a política cambial da China.

"Tenho grande respeito por ele. Tenho grande respeito pela China. Não seria surpresa para mim se fizéssemos alguma coisa de muito dramática e de muito boa para ambos os países. É a minha esperança", disse o presidente.

O Conselho de Segurança Nacional norte-americano concluiu uma revisão das opções quanto à Coreia do Norte ordenada por Trump logo depois de sua posse, de acordo com duas pessoas que acompanharam o processo de perto. Uma dessas pessoas disse que a revisão havia sido acelerada para que o leque de opções disponíveis para os Estados Unidos estivesse definido em tempo para a visita de Xi.

Influência

Caso não surja um ataque preventivo contra a Coreia do Norte, uma possibilidade que o governo norte-americano não descarta porque todas as opções estão sendo consideradas, muitos especialistas acreditam que os norte-americanos precisem da ajuda da China, porque é Pequim que exerce a maior influência sobre Pyongyang. Mas Washington poderia considerar outras opções, como a imposição de sanções mais efetivas ou o controverso uso de ações clandestinas.

"O que o presidente Trump está tentando fazer, agora, é pressionar fortemente os chineses, avisando-os sobre o que virá caso eles não ajudem e nem se unam aos Estados Unidos para enfrentar o problema", disse Dennis Wilder, antigo analista de questões chinesas na Agência Central de Inteligência (CIA) norte-americana e assessor do presidente George W. Bush para questões referentes à Ásia.

Trump disse ao "Financial Times" que era "totalmente" possível para os Estados Unidos enfrentar a Coreia do Norte sem a ajuda da China. Perguntado se isso significava negociar com Pyongyang diretamente, ele respondeu que "não preciso dizer mais nada. Totalmente".

Embora o presidente norte-americano continue preocupado com a Coreia do Norte, sua posição com relação à Europa se abrandou. Ele diz que sair da União Europeia é "muito importante" para o Reino Unido, e que isso também seria "realmente bom" para a União Europeia, mas está menos convencido de que outros países seguirão o exemplo britânico. "Creio que [a União Europeia] vai se manter unida. Creio que eles estão fazendo um trabalho melhor desde o 'brexit'".

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