Mais uma noite na Academia

Atualizada em 11/10/2022 às 12h40

Neste mês de abril, na Academia Maranhense de Letras, será empossada a confrade Ana Luíza Almeida Ferro. Quero prestigiar esse ato solene.
Dizem que não, mas aposto que todo aquele que lida com as letras, seja um fazedor de versos ou um simples cronista do cotidiano, almeja um dia entrar para a Academia. É como se fosse o coroamento de tudo que fez ou procurou expressar no ato solitário e quase sempre intimista de escrever.
Academia “lugar aprazível e solitário em que Platão ensinava filosofia” é, hoje, um espaço mais democrático e eclético como ocorria no tempo dos Centros Culturais, que abrigaram os intelectuais da época em saudosos tempos; o homem nasce, vive e morre, mas a sua obra deve ser reconhecida à apropriação das gerações futuras. Este deve ser o papel da Academia: imortalizar os feitos intelectuais daqueles que se tornaram dignos deles.
Fiquei profundamente comovido com a honraria que recebi, em 2003, assim como ficará a Ana Luíza, agora; exultantes também ficaram todos os meus familiares e amigos. O que teria feito para merecer essa distinção?
Devo a muita gente. Aprendi a cultuar as letras com o exemplo dos meus saudosos mãe e pai, Nadir e Antonio Brandão, com os meus queridos (as) professores (as): Doralice Carvalho, Nereu Bittencourt, Lafayette de Mendonça, Filomena Machado Teixeira, José Dulce Melo Frota, Djalma Silva, entre outros ilustres.
O professor Djalma Silva, por exemplo, ensinou-nos a cantar o Hino francês - La Marselleise - e a mim decorar a primeira poesia que declamei numa “hora de arte”, no antigo Ginásio Caxiense.
Fiquei devendo a honraria de ser membro da Academia Caxiense de Letras - ACL, depois da Academia Ludovicense de Letras - ALL, a muitas outras pessoas, principalmente à minha mulher, Conceição, e aos meus filhos que sempre me incentivaram.
Fiquei devendo também a Haroldo Tavares e José Maria Cabral Marques, que me acolheram no início do governo Sarney e a partir do qual dediquei
toda a minha vida profissional ao setor público maranhense, estadual e municipal.
Fiquei devendo sobretudo aos que idealizaram a fundação e fizeram funcionar a primeira escola pública de ensino superior no Maranhão - a Escola de Administração -, hoje, Universidade Estadual, da qual me tornei professor fundador e titular; depois, na Universidade Federal, somei mais tempo - ao todo quase 30 anos - procurando transmitir conhecimentos e educar os jovens do meu Estado, muitos de Caxias.
Acho que foi por tudo isso que confrades votaram em mim elegendo-me para a ACL e ALL: um pouco pelas minhas origens, um pouco por tudo que fiz, um pouco pelo que ainda estou tentando fazer. Fiquei,
repito, honrado e feliz.
No dia 11 de agosto daquele ano - como será no dia 6 de abril deste - aconteceu “mais uma noite na Academia”, como se fosse a noite do Oscar dos intelectuais, em que os novos acadêmicos foram devidamente empossados.
Ser admitido (a) na Academia merece toda a liturgia do Ato, como o que vai viver, merecidamente, a confrade Ana Luíza Almeida Ferro, em uma noite que foi e
sempre será inesquecível.

Antônio Augusto Ribeiro Brandão
Economista, membro da Academia Caxiense de Letras e do IWA, fundador da Academia Ludovicense de Letras

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