Editorial

A ameaça do Aedes

Atualizada em 11/10/2022 às 12h40

Com a intensificação do período de chuvas a população da Região Metropolitana é obrigada a conviver com mais um angustiante problema, ou seja a proliferação do Aedes aegypti, agente transmissor da dengue, febre chikungunya e zika vírus. Como se não bastassem os problemas comuns do período, tais como ruas alagadas, transbordamento de rios e riachos, maior probabilidade de enfermidades causadas por vírus e bactérias cuja incidência é maior nesta época do ano e doenças do sistema respiratório, a população tem de se preocupar com o mosquitinho ousado que transmite não uma, mas três doenças graves e que ainda deixam sequelas em suas vítimas.

A temperatura mais elevada e o maior nível de chuvas favorecem a proliferação do Aedes aegyti. O lixo acumulado também é outro grande fator para a reprodução do mosquito. Por isso, a sociedade precisa adotar medidas para enfrenta-lo. Não deixando água parada em hipóteses alguma, não deixando lixo acumulado, cuidando das calhas, cuidando de tudo o que possa ser um potencial criadouro do mosquito. Mesmo assim, a população continua exposta. Devem ser consideradas as áreas endêmicas, intituladas assim pelas autoridades sanitárias pela forma como se apresentam, a exemplo de cemitérios. O local é cheio de floreiras, que acabam cheias de água de chuva nesse período.

Apesar de a primeira vacina contra a dengue aprovada pela Anvisa começar a ser a aplicada em São Luís, mas apenas em clínicas particulares, a outra forma de prevenção combater a doença é evitar a proliferação do mosquito. É importante saber que sem criadouro, não há Aedes aegypti. Neste caso, mãos à obra e a hora é de acabar com os locais que podem vir a ser habitat do mosquito. Os ovos depositados pelas fêmeas do mosquito precisam de um tempo para que as larvas resultantes do processo de reprodução possam se desenvolver e ficar adultas, e um outro tanto para se infectarem e passarem a transmitir a doença.

É necessário entender que há uma relação direta entre os criadouros e as doenças, pois muitas vezes existe um intervalo de semanas e até meses entre o desenvolvimento das larvas e o momento em que, já adultas, passam a contaminar a população. O mosquito chega a ser mortal, se não for enfrentado como deve ser. É muito importante o controle sobre os criadouros. Dentro dessa perspectiva, também há de se considerar o futuro. Os criadouros de hoje são a fonte dos casos de amanhã, segundo os especialistas.

Não existem milagres e nem estratégias que de repente impeçam o mosquito audacioso de transmitir mais dengue, febre chikungunya e o zika vírus e suas consequências, como a famigerada microcefalia. Não há como controlar o mosquito sem ter domínio sobre os criadouros. Conforme estudos científicos, os experimentos realizados visando ao controle biológico dos mosquitos ainda vão demorar um certo tempo para ter efeito eficaz. Portanto, varrer o quintal e destruir objetos que poderão se transformar no habitat do Aedes aegypti é o principal trabalho doméstico a ser feito.

Quanto ao poder público, o que deve fazer para o enfrentamento ao mosquito é, além de promover campanhas de combate, capacitar os envolvidos, como líderes comunitários, agentes de saúde e do serviço de limpeza urbana e voluntários. Outro ponto importante é manter a cidade limpa. Para isso é fundamental a parceria. O mutirão é um exemplo. Se juntar instituições públicas e privadas de saúde, educação e limpeza e organizar um mutirão, o nocaute ao mosquito é certo.

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