Poder

Turcos da Alemanha começam a votar em referendo sobre aumento de poderes de Erdogan

Alemanha tem cerca de 1,41 milhão de pessoas com cidadania turca. Pesquisa indica que ''não'' deve ganhar

Atualizada em 11/10/2022 às 12h40
As proibições a alguns eventos de campanha de autoridades turcas na Alemanha e na Holanda levaram Erdogan a acusar líderes europeus de "métodos nazistas".
As proibições a alguns eventos de campanha de autoridades turcas na Alemanha e na Holanda levaram Erdogan a acusar líderes europeus de "métodos nazistas". (votação)

BERLIM - Os turcos que moram na Alemanha começaram a votar ontem em um referendo que propõe alterar a constituição da Turquia para aumentar os poderes de seu presidente, Tayyip Erdogan, informa a agência Reuters.

Uma pesquisa divulgada pela empresa Sonar nesta segunda indica que 51% dos turcos dirão "não" à reforma constitucional. Na Turquia, o referendo será realizado no dia 16 de abril.

A votação polêmica ocorre em meio a tensões nos laços entre Ancara e a Europa, lar de estimados 2,5 milhões de cidadãos turcos em condições de votar. Erdogan argumenta que o fortalecimento proposto para sua presidência irá evitar a instabilidade associada a governos de coalizão no momento em que o país enfrenta ameaças terroristas.

As proibições a alguns eventos de campanha de autoridades turcas na Alemanha e na Holanda levaram Erdogan a acusar líderes europeus de "métodos nazistas".

No domingo, o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schaeuble, disse que a retórica de Erdogan está fazendo a integração na Alemanha recuar anos e que outros tantos anos serão necessários para consertar esse estrago.

A Alemanha tem cerca de 3 milhões de pessoas de ascendência turca, entre elas aproximadamente 800 mil curdos étnicos. Cerca de 1,41 milhão delas têm cidadania turca e podem votar no pleito.

Protesto

Críticos, incluindo líderes europeus, afirmam que ele irá concentrar poder demais em suas mãos. Dezenas de pessoas formaram filas diante do consulado turco em Berlim para votar enquanto um punhado de apoiadores do principal partido de oposição pró-curdo da Turquia, o Partido Democrático do Povo (HDP), erguia cartazes de protesto. Um dizia: "6 milhões de eleitores do HDP não estão representados nas urnas".

Vários parlamentares do HDP foram presos na Turquia. Alguns parlamentares alemães dizem temer que opositores de Erdogan não votem para evitar repercussões para si mesmos ou seus familiares em casa.

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