Proposta

Republicanos retiram projeto de reforma de saúde e Trump sofre derrota

Proposta revogaria o ''Obamacare'', programa de saúde criado pelo antecessor Barack Obama

Atualizada em 11/10/2022 às 12h40
Trata-se da primeira grande batalha e primeira grande derrota do novo governo americano no Legislativo.
Trata-se da primeira grande batalha e primeira grande derrota do novo governo americano no Legislativo. (Donald Trump)

WASHINGTON - Os republicanos retiraram de apreciação na sexta-feira,24, sua proposta para reforma da saúde, que tentariam aprovar no Congresso em substituição ao programa do ex-presidente Barack Obama, o "Obamacare". Trata-se da primeira grande batalha e primeira grande derrota do novo governo americano no Legislativo.

Em coletiva de imprensa, o presidente da Câmara dos Representantes Paul Ryan disse que sugeriu ao presidente Donald Trump que a Casa retirasse o projeto de apreciação depois que os republicanos não chegaram a um consenso sobre o voto, e que o presidente concordou com a decisão.

"Chegamos muito perto", disse Ryan. "Mas não chegamos a um consenso hoje", afirmou, acrescentando que "isso não é o fim da história". "Chegaremos lá, mas não chegamos lá hoje", disse.

Mais cedo, um repórter do diário "Washington Post" relatou que recebeu uma ligação do próprio Donald Trump dizendo que "retiraram" o projeto.

O diário "The New York Times" relata que nos bastidores se formava uma rebelião entre conservadores e moderados dentro do próprio Partido Republicano. Da maneira como andava a negociação em torno do projeto, antevia-se uma derrota da proposta no Congresso: o presidente da Câmara, o republicano Paul Ryan, chegou a ir nesta sexta à Casa Branca para informar Trump de que não haveria votos suficientes para a aprovação.

Ryan foi à mansão presidencial faltando poucas horas para a votação na Câmara, para informar ao líder sobre a situação e tomar uma decisão conjunta sobre realizar a votação ou descartar as negociações acerca da proposta que agora está na mesa.

Adiamento

Na quinta-feira, a liderança republicana já teve que adiar a votação que estava prevista por não conseguir um consenso dentro de sua própria bancada e não contar com os votos suficientes para aprovar a legislação.

Após esse primeiro revés, Trump deu um ultimato aos republicanos, exigiu que convocassem uma votação para sexta apesar da falta de acordo e assegurou que não estaria disposto a prolongar mais as negociações. Assim caso perdesse, estaria disposto a deixar em andamento o Obamacare.

Um dos problemas enfrentados por Trump para conseguir a aprovação foi o Freedom Caucus (Bancada da Liberdade), grupo ultraconservador de legisladores que criou dificuldades para um acordo porque quer menos regulamentações e que os cidadãos sejam capazes de escolher quais os cuidados médicos serão cobertos por seus planos de saúde.

O que está em jogo

Criada em 2010, a lei conhecida como Obamacare ampliou o acesso universal à saúde, mas aumentou os preços de planos para quem não recebe assistência do governo.
A lei tem várias regras, como a proibição de que planos de saúde aumentem preços com base no histórico do paciente ou neguem cobertura a doentes graves.
Em troca, o Obamacare exige que todo americano ou estrangeiro que vive nos EUA tenha um plano de saúde.
Trump considera o Obamacare muito caro e coercitivo. Derrubar a lei e substituí-la foi uma importante promessa de sua campanha.
Uma nova lei proposta pelos republicanos manteria subsídios do governo a alguns setores da população, mas os montantes seriam menores. E a reforma tiraria a multa a quem não tiver plano de saúde.
Grupos mais conservadores do Partido Republicano não aceitam nenhum tipo de subsídio, por isso, desaprovavam a proposta de Trump.
Estima-se que o atual plano republicano pode deixar 14 milhões sem seguro saúde em um ano.

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