Manchas de um Governo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h40

Denúncias graves e suspeitas de corrupção em setores do Governo Flávio Dino (PCdoB), algumas com repercussão e de alcance nacional, têm manchado a gestão da “mudança”.
São denúncias que vão desde a cobrança de propina, como o emblemático caso da ex-assessora especial do governador, Simone Limeira, meses depois candidata a prefeita pelo PCdoB em Grajaú, e que se estendem ao escândalo do “Aluguel Camarada” e à organização criminosa, segundo a Polícia Federal (PF), liderada por Danilo dos Santos Silva, no Sistema Penitenciário do Estado e que pode ter desviado milhões dos cofres públicos.
De 2015 até aqui também já foram levantadas, principalmente na Assembleia Legislativa, denúncias de superfaturamento na compra de medicamentos para tratamento de câncer, no âmbito da Secretaria de Estado da Saúde (SES); uso da máquina (Programa Mais Asfalto) para interferência direta no resultado das eleições 2016 - o que está sob a análise da Justiça Eleitoral -; além de realização de obra sem processo regular de licitação (a exemplo de praça na Lagoa da Jansen) e de superfaturamento no pagamento de jatinhos.
Em relação a quase todas elas, o Governo sempre adotou dois tipos de postura: tentar desqualificar o denunciante ou silenciar sobre os casos.
A bem da verdade, independentemente da postura articulada, os casos de suspeita de corrupção vão fazendo desmanchar, ou seja, desconstruir, a própria imagem criada pelo marketing de campanha do PCdoB em 2014.
Transparência, moralidade e mudança na administração pública são conceitos que ficaram num discurso apelativo/eleitoral.
Os “diálogos pelo Maranhão”, agora, são outros.

Privilégios?
Um dos discursos do governador Flávio Dino (PCdoB), logo após ter assumido o comando do Executivo, era de que na sua administração não haveria privilégios.
Pouco mais de 2 anos depois do início de sua gestão, relatório do MPF entregue à Justiça Eleitoral, no bojo da Operação Turing, prova o contrário.
Danilo dos Santos Silva contratava e nomeava familiares e amigos por critério de “compadrio” e “troca de favores”, para aparelhar a Seap.

Sem respostas
A base do Governo na Assembleia Legislativa tem evitado tratar da suspeita de corrupção na Seap.
Apesar de Operação Turing ter ganhado forte repercussão e de a Polícia Federal e o MPF terem apontado para uma organização criminosa na estrutura de Governo, os parlamentares silenciaram em defesa.
Talvez uma estratégia do Palácio dos Leões, que já informou oficialmente que iria aguardar decisão do Poder Judiciário ao pedido de compartilhamento de informações da operação para tomar providências.

Compartilhados
Por falar em compartilhamento de dados, a Justiça Federal decidiu deferir o requerimento da Procuradoria Geral do Estado (PGE).
Todas as informações levantadas nas investigações e no bojo da Operação Turing serão repassadas ao Governo Flávio Dino (PCdoB).
O argumento do Governo é de que quer apurar o caso de suspeita de corrupção na Seap.

Novo presídio
O MPF citou à Justiça Federal uma articulação de funcionários da Seap, no Governo do Estado, para fraudar licitação de construção de um novo presídio no Maranhão.
Danilo dos Santos Silva, um dos articuladores, foi interceptado em ligações telefônicas e atuava no aparelhamento da pasta.
Na trama, há suspeita de influências sobre o projeto do presídio, comissão de licitação, e envolvimento de empresas que já prestam serviços ao Estado.

Deve ter doído
A Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (Fiema) apresentou parte dos equipamentos viabilizados pela Codevasf, no pátio da entidade.
São tratores, retroescavadeiras e outros equipamentos de grande porte. Todos sinalizados, por meio de faixas que diziam: “Obrigado, presidente Temer” e “Obrigado, senador Roberto Rocha”.
E isso deve ter provocado uma dor de cotovelo no Palácio dos Leões.

Bacias
O ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho (PV), coordenou o seminário “Revitalização dos rios maranhenses e suas nascentes”, na sexta-feira, na Fiema.
Ele proferiu palestra sobre o tema e defendeu a preservação das bacias do estado.
O ministro também assegurou ajuda do Governo Federal em ações que tenham a revitalização por objetivo.

E o Mais Asfalto?
Intensificado pelo Governo do Estado em parceria com vários municípios no período eleitoral de 2016, o Programa Mais Asfalto parece ter sido de fato esquecido.
Não há mais máquinas trabalhando dia e noite na periferia da capital, muito menos no interior do estado.
Alvo de graves denúncias na Justiça Eleitoral, o programa foi paralisado pelo Governo. Ninguém nunca mais ouviu falar. E a buraqueira prolifera em ruas e avenidas da capital.

E MAIS

• Em que ano será concluída a obra de reforma e ampliação do Hospital da Criança?

• É alarmante o crescimento da violência na capital. Somente este mês, mais de 50 mortes violentas foram registradas.

• A base do governador Flávio Dino tem encontrado dificuldade na Assembleia Legislativa para alcançar o quórum mínimo nas votações de interesse do Palácio.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.