Março Lilás

Descoberta do tumor no início é fundamental para a recuperação

Maria Elisabeth Almeida descobriu que tinha câncer de colo de útero há cerca de quatro anos; ela iniciou tratamento e em nenhum momento perdeu a esperança

Leandro Santos / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h40
Maria Elisabeth faz tratamento há quatro anos; hoje se sente curada e faz planos para o futuro com sua família
Maria Elisabeth faz tratamento há quatro anos; hoje se sente curada e faz planos para o futuro com sua família

SÃO LUÍS - A lavradora Maria Elisabeth Almeida, de 40 anos, é um exemplo de vitória sobre o câncer de colo de útero. Casada e mãe de quatro filhos, há cerca de quatro anos ela descobriu que tinha o tumor uterino e desde então começou o tratamento. Em nenhum momento perdeu a esperança de que poderia ficar curada da doença e hoje é um exemplo de perseverança a ser seguido. “Hoje eu posso dizer que estou curada”, relatou.

Moradora do município de Itinga do Maranhão, distante aproximadamente 700 km de São Luís, a lavradora descobriu que estava com o câncer após ter sangramento. Ela foi a um hospital na cidade de Teresina (Piauí) e o médico a diagnosticou com a enfermidade, informando ainda que deveria se submeter a todos os procedimentos para a retirada do tumor, o que incluía a quimioterapia e radioterapia.

Início
“Eu não sentia dores. Quando comecei a sentir, foi logo uma hemorragia. Por causa dela, eu procurei um médico e pelos exames foi diagnosticado”, relatou Maria Elisabeth. “Fui informada que estava no início e que teria cura. Então, não me senti abalada”, complementou a paciente, que disse também que anualmente fazia os exames preventivos e a situação contribuiu para a descoberta do câncer logo em sua fase inicial.

No tratamento contra o câncer, o apoio da família e dos amigos é fundamental, porque ajuda diretamente o paciente a passar pelos transtornos causados pela doença. E nesse aspecto, Maria Elisabeth também não teve do que reclamar. “Em nenhum momento eu guardei o que tinha descoberto. Todos abraçaram a causa e estiveram sempre do meu lado me apoiando. Foi muito bom, porque ninguém virou as costas para mim. Minha família e amigos, todos me ajudaram”, destacou.

Tratamento
Após o diagnóstico em Teresina, ela retornou ao Maranhão e foi encaminhada para a cidade de Imperatriz, para o início do tratamento, onde foi submetida a uma cirurgia. Como lá não disponibilizava os serviços de quimioterapia, radioterapia e braquiterapia, a paciente foi encaminhada para o Hospital Aldenora Bello, em São Luís para dar continuidade às atividades.

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Na capital maranhense, ela não tinha amigos e nem familiares onde pudesse ficar enquanto fazia o tratamento, uma vez que ele é demorado. Como a paciente é de baixa renda, a Casa de Apoio da Fundação Antônio Dino a acolheu enquanto permanecia na cidade para os exames periódicos no Hospital Aldenora Bello. “Chegando aqui, eu fui muito bem recebida e estou há quatro anos. Aqui nós nunca nos sentimos sós”, afirmou.

Assim que Maria Elisabeth chegou à cidade, ela passou três meses seguidos na Casa de Apoio. Como o tratamento é longo, atualmente ela está retornando para a sua casa e se deslocando para a unidade mantida pela Fundação Antônio Dino duas vezes ao ano (de seis em seis meses) para o acompanhamento médico e para fazer todos os exames, a fim de evitar que o tumor volte a aparecer.

“Hoje eu me sinto curada e qualquer pessoa também pode ser curada. Daqui para frente eu planejo valorizar mais a minha vida, continuar com o tratamento até quando Deus permitir e repousar”, afirmou Maria Elisabeth.

Casas de apoio são importantes para tratamento da doença

[e-s001]O tratamento contra o câncer, seja ele qual for, é extremamente desgastante e, nesse momento, toda ajuda para o paciente é importante para que tenha boa recuperação, que muitas vezes não depende apenas da parte medicamentosa, mas também de todo o auxílio das pessoas que estiverem próximas.

É aí que se encaixa o trabalho desenvolvido pelas casas de apoio, mantidas pela Fundação Antônio Dino. Localizadas nas imediações do Hospital do Câncer Aldenora Bello, elas facilitam o atendimento e a continuidade do tratamento para aquelas pessoas que vêm do interior do Maranhão.

São duas casas existentes. Uma delas é a Casa de Apoio Erosilda Mota, que hospeda senhoras carentes, a maioria com câncer de colo uterino, em tratamento ambulatorial no Hospital Aldenora Bello. Além do apoio material (medicamentos, passagens e exames) recebem suporte espiritual e participam de atividades socioculturais.

A outra é a Casa de Apoio Criança Feliz, criada para atender crianças e adolescentes com câncer vindas do interior do estado. Os jovens em tratamento recebem apoio de voluntários e profissionais especializados e participam de vários programas e atividades educativas.

Além da acolhida os pacientes recebem alimentação, transporte, medicamentos, roupas, brinquedos, cestas básicas e toda uma ajuda psicológica, pedagógica e espiritual e várias atividades desempenhadas por profissionais e voluntários incansáveis. A fundação está com planos de construir uma casa para o público masculino.

“Sem essas casas de apoio, muitos desses pacientes não teriam como continuar com o tratamento. Há toda uma equipe preparada para trabalhar com esses pacientes. Aqui eles têm um ambiente de carinho e aconchego e uma troca de experiências. Para nós é gratificante estar ajudando esses pacientes e eles também estão nos ajudando, pois ficamos mais engrandecidos como pessoas”, destacou Alice Dino, coordenadora das Casas de Apoio da Fundação Antônio Dino.

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