Sem condições

Pais denunciam problemas em escolas na Cidade Operária

UEBs Professor Nascimento de Moraes e Mata Roma ficam próximas e têm problemas semelhantes, como goteiras, janelas e mobiliário danificados; pais temem pela segurança de seus filhos, que têm de frequentar colégios sem condições

Atualizada em 11/10/2022 às 12h40
Carteiras danificadas foram retiradas das salas de aula na UEB Mata Roma
Carteiras danificadas foram retiradas das salas de aula na UEB Mata Roma

SÃO LUÍS - Duas escolas de um dos bairros mais populosos de São Luís estão com a estrutura bastante comprometida. É o que denunciam pais de alunos matriculados nas Unidades de Ensino Básico (UEB) Professor Nascimento de Moraes e Professor Mata Roma, na Cidade Operária. Os prédios onde as unidades de ensino funcionam estão com problemas no teto, janelas, mobiliário, entre outros. Apesar disso, o ano letivo foi iniciado normalmente e os alunos estudam em meio aos problemas.

As duas escolas ficam a poucos metros de distância uma da outra. A UEB Professor Mata Roma fica entre as avenidas Arterial Este Interna e Arterial Este Externa, onde fica a UEB Professor Nascimento de Moraes. E basta chegar ao portão das escolas para ver parte dos problemas dos quais pais e mães de alunos reclamam.

Do pátio da UEB Professor Mata Roma, é possível ver as janelas quebradas, grades enferrujadas e com buracos, carteiras sucateadas e jogadas, quando deveriam estar conservadas e em uso pelos estudantes, além de pichações em diversos pontos das paredes. Parte do telhado da quadra de esportes desabou, deixando os alunos sem proteção contra o sol e a chuva, enquanto praticam atividades físicas.

[e-s001]E os problemas na escola não são recentes. Eles têm se agravado pelo menos desde 2015. “Depredação total! Assim funciona a escola há vários anos. A gente reclama com a direção, eles dizem que a secretaria [de Educação] está sabendo e vai resolver, mas nada acontece. Na parte de dentro, é ainda pior. As salas estão sujas, o telhado está cheio de infiltração, os banheiros estão sem condições de uso”, diz Eliziane Martins, mãe de um aluno do 6º ano.

UEB Nascimento de Moraes
Na vizinha, a UEB Professor Nascimento de Moraes, a situação é semelhante. As janelas estão vedadas com tábuas. Durante a apuração da reportagem, a direção da escola tentou impedir o trabalho de O Estado, mas mães que aguardavam seus filhos no pátio da escola intervieram e denunciaram as condições a que seus filhos estão submetidos. “Quando chove, as salas alagam, porque o telhado está cheio de goteiras. Também não tem iluminação adequada nas salas de aula e as cadeiras estão quebradas”, afirmou Rosicleude Cantanhede Sousa, mãe de um estudante do 5º ano.

[e-s001]Em março do ano passado, a Prefeitura de São Luís, por meio da Secretaria Municipal de Educação (Semed), fez melhorias na UEB Professor Nascimento de Moraes por meio do projeto “Minha escola é 10”, uma parceria da Prefeitura de São Luís com a empresa Ultragaz. A escola recebeu banheiros novos com espelhos e adaptações para pessoas com deficiências. Mas as melhorias não se estenderam ao restante do prédio. Na unidade de ensino, estudam mais de mil alunos.

Escolas sucateadas
As duas unidades de ensino fazem parte de um grupo de escolas municipais que estão com a estrutura comprometida, colocando em risco a segurança e qualidade do ensino dos alunos. Este mês, O Estado já noticiou diversos casos do tipo. A edição do dia 22 deste mês mostrou que pais de alunos matriculados na UEB Rosália Freire interditaram a Avenida dos Portugueses, onde a escola fica localizada, em protesto no dia 21.

Segundo os pais que participaram do protesto, falta água na escola, os banheiros estão sem [e-s001]condições de uso, várias janelas foram arrancadas, o telhado está cheio de infiltrações, entre outros problemas, que se arrastam desde 2015 e foram mostrados por O Estado na edição do dia 29 de novembro. Após a manifestação, a Prefeitura de São Luís informou que a unidade de ensino está incluída no plano de recuperação das escolas da rede municipal.

A edição do fim de semana de 18 e 19 deste mês mostrou os problemas da UEB Rubem Teixeira Goulart – Anexo I, localizada no Conjunto Cohab-Anil III. Em dias de chuva, a escola fica alagada, e os funcionários espalham baldes pelo chão para impedir a água da chuva alagar todo o prédio. A água jorra por causa de problemas no telhado e na calha, que não recebem reparos há vários anos. Também falta energia elétrica por causa de defeitos na instalação. A Prefeitura de São Luís não se manifestou sobre os problemas da unidade.

Na edição do dia 11, foram mostrados os problemas da Unidade Integrada Doutor Aquiles Lisboa. Os pais das crianças matriculadas não sabem quando começarão a estudar porque o prédio está com a estrutura totalmente comprometida. Com o quadro de funcionários ainda incompleto, as aulas que seriam iniciadas no mês de fevereiro foram adiadas por tempo indeterminado. Sem respostas, os pais já fizeram uma manifestação em frente à unidade de ensino, mas nada foi feito até agora. A Prefeitura de São Luís também não se manifestou sobre a situação da unidade de ensino.

Sobre os problemas das UEBs Professor Nascimento de Moraes e Mata Roma, a Prefeitura de São Luís foi procurada, mas até o fechamento desta edição não se pronunciou.

SAIBA MAIS

Sem condições

Segundo o Sindicato dos Profissionais do Magistério da Rede Municipal de São Luís (Sindeducação), pelo menos 40 unidades escolares de São Luís não têm condições de iniciar o ano letivo 2017 por causa de problemas de infraestrutura.

Números
130 mil
estudantes estão matriculados na rede municipal de ensino
280 escolas compõem a rede de ensino municipal

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