Segurança alimentar

Operação ‘Carne Fraca’ tem apoio de auditores em São Luís

Objetivo do ato foi pedir à população que mantenha a confiança no trabalho dos auditores para garantir a segurança alimentar de produtos no mercado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h40

SÃO LUÍS - Auditores fiscais federais agropecuários de São Luís se reuniram, na manhã de ontem, em frente à sede da Superintendência Federal de Agricultura do Maranhão, na Praça da República, no bairro Diamante, em um ato em defesa da fiscalização federal agropecuária e dos trabalhos desenvolvidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para garantia da segurança alimentar de qualidade da população.

Objetivo da manifestação foi pedir à população que mantenha a confiança no trabalho dos auditores. “A sociedade precisa ficar tranquila quanto ao alimento que consome. Ele é seguro e a fiscalização é feita com responsabilidade. Os servidores do Ministério da Agricultura são profissionais de excelência. A má-conduta daqueles que foram presos pela Polícia Federal não coloca em dúvida o trabalho que desenvolvemos”, afirmou Fábio Bessa, auditor fiscal federal agropecuário.

De acordo com Fábio Bessa, a ideia do ato é responder a sociedade quanto à credibilidade do trabalho realizado pelos auditores, cuja função existe desde 1915, demonstrar apoio à Operação Carne Fraca e repúdio aos atos criminosos que foram identificados no esquema de corrupção deflagrado pela Polícia Federal (PF) na sexta-feira, dia 17.

Os auditores ficaram concentrados em frente à superintendência com faixas e um carro de som. Além deles, participaram do ato representantes do Sindicato dos Servidores da Fiscalização Agropecuária do Estado do Maranhão (Sinfa-MA). “A qualidade da carne consumida pela população do Maranhão é excelente. Há problemas que precisam ser combatidos, mas a população pode ficar tranquila”, disse Jorge Mesquita, tesoureiro do Sinfa.

Número insuficiente

Durante o ato, o vice-presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária, Lauro de Queiroz, destacou que o número de fiscais estaduais e municipais no estado ainda é insuficiente. Em São Luís há apenas três abatedouros de carne bovina, um de carde suína e dois produtores de laticínios que são inspecionados. “A carne caprina consumida no estado vem de fora porque não há inspeção nos abatedouros do estado. Para sanarmos esta pendência é preciso fazer concursos públicos estaduais e municipais. Este ato hoje também é para isto”, disse.

Na manhã da sexta-feira, 17, a Polícia Federal deflagrou uma operação contra a venda ilegal de carnes. A investigação revelou que diversos frigoríficos usavam em suas operações carnes podres com ácido ascórbico para disfarçar o gosto, frango com papelão, pedaços de cabeça e carnes estragadas como recheio de salsichas e linguiças, além de reembalar produtos vencidos.

A Operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal na semana passada, atingiu quase três dezenas de empresas, entre elas grandes nomes do setor alimentício, como a JBS e BRF. O escândalo fez com que importadores, entre eles a União Europeia e a China, anunciassem restrições temporárias à entrada de carne brasileira em seus territórios. O Governo tem reiterado que o problema é pontual.

Mais

O Ministério da Agricultura divulgou ontem uma lista com as condutas que são investigadas nos 21 frigoríficos citados na Operação Carne Fraca – entre eles, estão os três que foram interditados pelo ministério.

Segundo o ministério, o frigorífico da BRF localizado em Mineiros (GO), que produz carne de aves, foi interditado por corrupção, embaraço da fiscalização internacional e nacional e por tentativa de evitar suspensão de exportação.

Já as unidades da Peccin de Jaraguá do Sul (SC) e Curitiba foram interditadas por suspeita de uso de carne estragada em salsicha e linguiça, uso de carne mecanicamente separada acima do permitido, uso de aditivos acima do limite ou de aditivos proibidos.

A carne mecanicamente separada é recolhida a partir da carcaça do animal, como é o caso da carne de cabeça de porco. O Ministério da Agricultura já informou que a utilização de cabeça de porco é permitida desde que em produtos determinados e nas quantidades certas.

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