Carta-bomba no FMI e tiroteio em escola elevam tensão na França
Assistente da direção do FMI, que abriu o pacote nesta quinta-feira, teve queimaduras no rosto e nas mãos; em Grasse, jovem de 17 anos foi detido; o Ministério do Interior da Grécia informou que a embalagem tinha um selo grego e um remetente falso
PARIS - A seis semanas das eleições presidenciais na França, uma carta-bomba foi enviada para o escritório do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Paris. O ataque, que aconteceu na manhã de ontem, deixou uma pessoa ferida.
De acordo com a polícia local, a vítima é uma assistente da direção do FMI que abriu o envelope. Ela sofreu queimaduras nas mãos e no rosto. No prédio onde fica o FMI, na Avenue d'Lèna, perto do Arco do Triunfo, está também a sede do Banco Mundial e de uma representação da polícia francesa. Todos os escritórios foram evacuados após a explosão e as autoridades investigam o caso.
O pacote foi entregue no escritório pouco antes do meio-dia, no horário local (o que equivale às 8h, no horário de Brasília). De acordo com o jornal francês Le Monde , a diretora-geral do FMI, Christine Lagarde, condenou o ataque, ressaltando que foi um "ato covarde de violência".
Já o presidente da França, François Hollande, declarou que a explosão da carta-bomba foi um atentado. "Estamos enfrentando um atentado, não há outra palavra para a entrega de uma carta-bomba. Isso comprova que estamos sempre visados", disse.
Selo grego
O Ministério do Interior da Grécia informou que a embalagem tinha um selo grego e um remetente falso - um deputado do partido conservador Nova Democracia. A Grécia investiga como foi possível a embalagem passar pelos serviços de segurança e sair do país.
O envio do pacote explosivo contra Wolfgang Schauble foi reivindicado pela organização extremista Conspiração de Núcleos de Fogo, que praticou, desde a sua criação, em 2008, dezenas de atentados com bomba na Grécia.
A Alemanha e o FMI são credores da Grécia, país que foi obrigado a aplicar duros ajustes desde 2010 em troca de vários resgates financeiros.
Tiroteio assusta
Ainda ontem, um tiroteio em Grasse, no sudeste de França, deixou pelo menos dois feridos. O tiroteio começou depois que um estudante de 17 anos abriu fogo na escola Alexis de Tocqueville.
Segundo o site de notícias RTP , o estudante foi detido pela polícia, que acredita que outra pessoa, suspeita de fazer parte da ação, esteja foragida.
De acordo com as primeiras informações da polícia, o ataque não teve relação com terrorismo, sendo apenas uma briga entre dois estudantes. A cidade de Grasse fica a 44 quilometros de Nice e é considerada a capital do perfume francês. Com o envio da carta-bomba ao FMI, o tiroteio na escola em Grasse foi tratado com ainda mais preocupação pelas forças de segurança.
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