Repercussão negativa

“Aumentar impostos em época de crise deveria ser dispensável”

Economista diz que qualquer mudança na carga tributária paga pelo cidadão não pode ser avaliada como benéfica, principalmente numa época de crise

Atualizada em 11/10/2022 às 12h40
Para Ribamar Campos, elevação no ICMS causará impacto negativo no setor empresarial a médio e longo prazos
Para Ribamar Campos, elevação no ICMS causará impacto negativo no setor empresarial a médio e longo prazos (Econo)

SÃO LUÍS - Em entrevista a O Estado, o economista José Ribamar Silva Campos (formado em Economia pela Universidade Federal do Maranhão e pós-graduado pela Universidade Federal do Ceará), afirmou, ainda em dezembro, quando da aprovação da Lei 10.542, que a medida adotada pelo Governo do Maranhão que onera a carga tributária do maranhense deveria ser repensada. Para ele, “aumentar impostos em época de crise deveria ser dispensável”. Ainda de acordo com o especialista, a alteração no ICMS causará um impacto negativo no setor empresarial a médio e longo prazos.

Ele disse que qualquer mudança na carga tributária paga pelo cidadão comum não pode ser avaliada como benéfica, pois traz uma série de impactos negativos para a economia como, por exemplo, a diminuição do poder de compra do cidadão, que se reflete, em consequência, na arrecadação do empresário. “A meu ver, esta medida deveria ser a última ferramenta a ser usada pelos órgãos governamentais para o equilíbrio das finanças o que, me parece, que não foi o caso”, afirmou. “Eu vejo com preocupação qualquer mudança na carga de impostos paga pelo cidadão, ainda mais em imposto que é perceptível de forma diária, seja na aquisição de um produto ou de um serviço”, acrescentou.

O economista lembrou que quando o governo atribui uma obrigação tributária para o cidadão, implica fortemente na economia local, diminuindo as chances maiores de arrecadação, reduzindo a credibilidade no mercado e o aparecimento de novos investimentos. “O Governo talvez devesse avaliar a contenção em alguns setores, pois um reajuste como este, no futuro, pode retornar contra a própria gestão pública”, acentuou.

Ribamar Campos afirmou também que o reajuste do ICMS pode implicar no setor empresarial com a redução na capacidade de investimentos e na oferta de novos empregos. “Os setores produtivos locais deverão rever suas políticas de vagas de trabalho, o que deverá ser danoso para a economia maranhense”, reforçou.

Como orientação à população neste período de “arrocho financeiro” acompanhado por elevação de impostos, o economista destacou que, primeiramente, o cidadão deve rever a sua política de gastos, cortando inicialmente itens considerados bens de luxo, como viagens por exemplo. Depois, fazer a aplicação apenas em produtos de necessidade ou que estão enquadrados na faixa essencial, como escola para os filhos, combustível e alimentação. “E mesmo neste último item tem de rever inclusive se não há algum item que possa ser eliminado”, aconselhou o economista.

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