SÃO LUÍS - Em entrevista a O Estado, o economista José Ribamar Silva Campos (formado em Economia pela Universidade Federal do Maranhão e pós-graduado pela Universidade Federal do Ceará), afirmou, ainda em dezembro, quando da aprovação da Lei 10.542, que a medida adotada pelo Governo do Maranhão que onera a carga tributária do maranhense deveria ser repensada. Para ele, “aumentar impostos em época de crise deveria ser dispensável”. Ainda de acordo com o especialista, a alteração no ICMS causará um impacto negativo no setor empresarial a médio e longo prazos.
Ele disse que qualquer mudança na carga tributária paga pelo cidadão comum não pode ser avaliada como benéfica, pois traz uma série de impactos negativos para a economia como, por exemplo, a diminuição do poder de compra do cidadão, que se reflete, em consequência, na arrecadação do empresário. “A meu ver, esta medida deveria ser a última ferramenta a ser usada pelos órgãos governamentais para o equilíbrio das finanças o que, me parece, que não foi o caso”, afirmou. “Eu vejo com preocupação qualquer mudança na carga de impostos paga pelo cidadão, ainda mais em imposto que é perceptível de forma diária, seja na aquisição de um produto ou de um serviço”, acrescentou.
O economista lembrou que quando o governo atribui uma obrigação tributária para o cidadão, implica fortemente na economia local, diminuindo as chances maiores de arrecadação, reduzindo a credibilidade no mercado e o aparecimento de novos investimentos. “O Governo talvez devesse avaliar a contenção em alguns setores, pois um reajuste como este, no futuro, pode retornar contra a própria gestão pública”, acentuou.
Ribamar Campos afirmou também que o reajuste do ICMS pode implicar no setor empresarial com a redução na capacidade de investimentos e na oferta de novos empregos. “Os setores produtivos locais deverão rever suas políticas de vagas de trabalho, o que deverá ser danoso para a economia maranhense”, reforçou.
Como orientação à população neste período de “arrocho financeiro” acompanhado por elevação de impostos, o economista destacou que, primeiramente, o cidadão deve rever a sua política de gastos, cortando inicialmente itens considerados bens de luxo, como viagens por exemplo. Depois, fazer a aplicação apenas em produtos de necessidade ou que estão enquadrados na faixa essencial, como escola para os filhos, combustível e alimentação. “E mesmo neste último item tem de rever inclusive se não há algum item que possa ser eliminado”, aconselhou o economista.
Saiba Mais
- Deputados aprovam redução de imposto para grandes empresários
- Mesmo após protestos, TJ rejeita iniciativa da OAB-MA e garante aumento de ICMS no MA
- TJ nega pedido para suspender lei que aumentou ICMS no MA
- Flávio Dino minimiza aumento de imposto no MA
- Dino minimiza protestos após aumento do ICMS no Maranhão: “O papel da oposição é reclamar”
Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.