Imunização

Vacinação em meninos contra HPV ainda segue tímida no Maranhão

Nos postos de atendimento de São Luís, atendentes e enfermeiros dizem que os pais pouco levam os meninos para tomarem a dose; eles alegam que faltou uma campanha mais abrangente que priorizasse esse público-alvo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h40
Vacinação de meninos contra HPV não foi muito divulgada e procura em postos de saúde é pequena
Vacinação de meninos contra HPV não foi muito divulgada e procura em postos de saúde é pequena (HPV)

SÃO LUÍS - Até ontem, segundo o Pro­grama Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde, em todo o Maranhão apenas 8.008 doses de vacina contra o Papiloma Vírus Humano (HPV) foram aplicadas em meninos de 9 a 13 anos. Pouco mais de dois meses depois de iniciado o ano, esse número ainda está bem longe da meta de 152.200 crianças, previstas pela Secretaria de Estado da Saúde. Em São Luís, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, somente no mês de janeiro foram aplicadas 1.409 doses da vacina.

A vacina começou a fazer parte do calendário para meninos desde janeiro. No Brasil, a expectativa é imunizar mais de 3,6 milhões de meninos em 2017, além de 99,5 mil crianças e jovens de 9 a 26 anos vivendo com HIV/Aids, que também passarão a receber as doses.

O esquema vacinal para os meninos contra HPV será de duas doses, com seis meses de intervalo entre elas. Para os que vivem com HIV, a faixa etária é mais ampla (9 a 26 anos) e o esquema vacinal é de três doses (intervalo de 0, 2 e 6 meses). No caso dos portadores de HIV, é necessário apresentar prescrição médica.

Atualmente, a vacina HPV para meninos é utilizada como estratégia de saúde pública em seis países (Estados Unidos, Austrália, Áustria, Israel, Porto Rico e Panamá). Portanto, o Brasil assegura a sétima posição e a vanguarda na América Latina. A vacina é totalmente segura e aprovada pelo Conselho Consultivo Global sobre Segurança de Vacinas da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Nos postos da capital maranhense, parece que a procura realmente tem sido baixa, confirmando os números do PNI. Atendentes e enfermeiros dizem que os pais pouco levam os meninos para tomarem a dose. Eles dizem que faltou uma campanha mais abrangente que priorizasse esse público-alvo.

A decisão de ampliar a vacinação para o sexo masculino está de acordo com as recomendações das Sociedades Brasileiras de Pediatria, Imunologia, Obstetrícia e Ginecologia, além de DST/Aids e do mais importante órgão consultivo de imunização dos Estados Unidos (Advisory Committee on Imunization Practices). A estratégia tem como objetivo proteger contra os cânceres de pênis, garganta e ânus, doenças que estão diretamente relacionadas ao HPV.
A definição da faixa-etária para a vacinação visa proteger as crianças antes do início da vida sexual e, portanto, antes do contato com o vírus.

A vacina disponibilizada para os meninos é a quadrivalente, que já é oferecida desde 2014 pelo SUS para as meninas. Confere proteção contra quatro subtipos do vírus HPV (6, 11, 16 e 18), com 98% de eficácia para quem segue corretamente o esquema vacinal. Vale ressaltar que os cânceres de garganta e de boca são o 6º tipo de câncer no mundo, com 400 mil casos ao ano e 230 mil mortes. Além disso, mais de 90% dos casos de câncer anal são atribuíveis à infecção pelo HPV.

SAIBA MAIS

MENINAS

Já estão incluídas na vacinação do HPV as meninas que chegaram aos 14 anos sem tomar a vacina ou que não completaram as duas doses. A estimativa é de que 500 mil adolescentes estejam nessa situação. Atualmente, a faixa etária para o público feminino é de 9 a 13 anos. Desde a incorporação da vacina no Calendário Nacional de Vacinação, em 2014, já foram imunizadas 5,7 milhões de meninas com a segunda dose, completando o esquema vacinal. Este quantitativo corresponde a 46% do total de brasileiras nesta faixa etária.

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