Descarte irregular de lixo cresceu 30% em São Luís

Durante o ano de 2016, cerca de 230 toneladas de resíduos irregularmente descartados eram recolhidas diariamente das ruas da capital, mas nos primeiros meses de 2017 esta quantidade passou para 300 toneladas, segundo o Comitê de Limpeza Pública

Atualizada em 11/10/2022 às 12h40

O descarte irregular de lixo aumentou em São Luís este ano. De acordo com dados da prefeitura da capital, 30% mais lixo tem sido recolhido diariamente das ruas da cidade. Esse crescimento é preocupante porque o descarte irregular de resíduos sólidos causa uma série de problemas que vão desde riscos à saúde humana até prejuízos irreparáveis ao meio ambiente. A proliferação do mosquito Aedes aegypit - transmissor da dengue, zika vírus e da febre chikungunya – é uma das conseqüências mais preocupantes.

Durante o ano de 2016, cerca de 230 toneladas de resíduos irregularmente descartados eram recolhidas diariamente das ruas da capital, o correspondente a 19% do total da coleta realizada em São Luís. Mas nos primeiros meses de 2017 esta quantidade passou para 300 toneladas diárias, crescimento de 30%. Na prática, isto significa que um quarto dos resíduos coletados diariamente em São Luís foi descartado em locais indevidos, como canteiros e terrenos baldios. Os dados são do Comitê de Limpeza Pública de São Luís.

De acordo com o Comitê de Limpeza Pública de São Luís, na capital, há cerca de 400 pontos onde são feitos descartes de forma irregular. Cidade Operária, Olho d'Água e Jardim São Cristóvão estão entre os bairros com maior volume de resíduos recolhidos nessa situação, conforme levantamento feito pelo Comitê de Limpeza Pública. Na Cidade Operária, por exemplo, foram mais de 3,9 mil toneladas recolhidas durante o ano de 2016.

Pontos de descarte

Mas é possível verificar o descarte irregular de lixo em diversos outros bairros da capital onde qualquer terreno baldio acaba se tornando um lixão. Nestes locais, além do lixo doméstico, são descartados móveis e eletrodomésticos usados como sofás, armários, mesas e cadeiras, sucatas, restos de material de construção, utensílios como vasos sanitários, embalagens plásticas, pneus, galhos e troncos de árvores, caixas de papelão entre outros.

Ontem, O Estado localizou três pontos de descarte irregular de resíduos sólidos na mesma região. No Bom Jesus, bairro da área do Coroadinho, um terreno é usado para o descarte de restos de árvores após a poda. No Parque Timbiras, uma calçada e um terreno baldio na Avenida Vicente Queirogas é outro local onde a população descarta irregularmente pneus, restos de madeira e móveis danificados. Na III Travessa Presidente Médice, no Bairro de Fátima, mais lixo descartado sem a menor preocupação com o meio ambiente e os riscos que pode trazer para a comunidade.

Consequencias

Uma das principais consequências do descarte irregular de resíduos sólidos é que os objetos descartados podem se transformar em criadouros para o mosquito Aedes aegypit. No passado o crescimento no total de casos de dengue em São Luís foi de 134,4%, além dos casos de zika vírus e febre chikungunya. As três doenças são transmitidas pelo mosquito. Como São Luís está no período chuvoso o mosquito encontra as condições ideais para se reproduzir. Outros animais que também trazem risco à saúde pública acabam se reproduzindo com mais facilidade por causa do descarte irregular de resíduos sólidos, como ratos, baratas, moscas entre outras pragas.

O descarte irregular do lixo traz ainda outras consequências sérias para a cidade. Entre os problemas causados estão entupimento de bueiros e alagamentos de vias, já que as águas das chuvas arrastam os detritos, comprometendo o sistema de drenagem urbana das águas pluviais e causando a elevação do nível de canais e outros pequenos cursos d’água pela cidade. A poluição ambiental de rios, mangues e praias é mais uma consequência do descarte de lixo de forma irregular.

Serviço de coleta

A Prefeitura de São Luís informa que tem intensificado o serviço de coleta de lixo na capital. Além dos caminhões que fazem o recolhimento dos resíduos, o Município garante também a remoção manual e mecanizada dos resíduos, nos casos necessários. A ação integra a política de gestão de resíduos sólidos, implantada pela Prefeitura de São Luís e que incluiu, entre outras ações, a desativação do Aterro da Ribeira e a implantação dos primeiros ecopontos.

Os Ecopontos são espaços destinados à entrega voluntária de materiais de grande volume, como restos de poda, entulho resultante da construção civil, madeiras e móveis velhos, entre outros itens. Cada ecoponto tem capacidade de armazenamento de 100 toneladas de resíduos por mês, podendo variar com a demanda. A estrutura é padrão e possui setor administrativo, instalações sanitárias, estacionamento, áreas de recebimento e acondicionamento temporário dos materiais, área de manobra de equipamentos e veículos. As baias de depósito são de alvenaria, cobertas e sinalizadas. O equipamento possui depósito específico para resíduos de poda, capina e da construção civil.

Números

230 toneladas foi a média diária de resíduos descartados irregularmente recolhidos em São Luís em 2016

300 toneladas é a média diária de resíduos descartados irregularmente recolhidos em São Luís este ano

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