Sujeira para todo lado

Ratos e urubus proliferam com a coleta de lixo ineficaz em São Luís

Pontos de sujeira, incapacidade de gestão pública de aproveitar melhor os resíduos sólidos e falta de educação dos cidadãos são fatores que contribuem para o problema; feiras e mercados são os principais alvos desses animais nocivos

Thiago Bastos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h40
Urubus se acumulam nas proximidades do Mercado do Peixe
Urubus se acumulam nas proximidades do Mercado do Peixe

SÃO LUÍS - Ratos e urubus proliferam em São Luís – especialmente em pontos de concentração de lixo. Em feiras, mercados e até mesmo em áreas residências, é comum ver os roedores e aves se apoderando dos restos de comida e outros resíduos sólidos, contribuindo para um cenário anti-higiênico e para o aparecimento de doenças.

De acordo com especialistas, a situação tende a se agravar com a intensificação do período chuvoso, já que o grande volume de água e a ausência de pontos de escoamento, especialmente nas áreas da periferia, estimulam o acúmulo de sujeira em galerias e o transporte de lixo. Em áreas residenciais, por exemplo, alguns moradores tentam minimizar o problema com uma solução caseira: a fixação de suportes de ferro nas calçadas para impedir que cachorros rasguem o lixo. No entanto, em outros bairros – mesmo com os containers – a incapacidade de um recolhimento mais regular do lixo favorece o acúmulo de animais nocivos à saúde.

LEIA TAMBÉM:

Doenças transmitidas por ratos são mais comuns do que se pensa


Mas a situação é mais grave mesmo nas feiras e nos mercados. O Estado percorreu, durante as duas últimas semanas, alguns destes locais e constatou que a presença de ratos e urubus é constante.

No Mercado do Peixe, por exemplo, alguns feirantes – por ausência de boxes suficientes na parte interna – montam seus pontos ao lado da estrutura do local. Ao tratarem os peixes, as vísceras e escamas ficam no chão e não são guardadas em sacos ou descartadas de outra forma. Com isso, os urubus – que se apoderam em especial de carne em putrefação – se concentram no local.

[e-s001]Apesar do problema, os vendedores do Mercado do Peixe dizem que no momento não há outra forma de descarte. Eles afirmam que é feita uma coleta periódica por agentes de limpeza. No entanto, o trabalho não é suficiente.

Os clientes do local reclamam do cenário de sujeira. “É muito triste a gente vir fazer compras aqui no Mercado do Peixe e ver toda esta sujeira em volta e todos esses urubus”, disse a aposentada Vera Garcez.

Explicação
A adaptação dos urubus ao ambiente urbano é um problema recente e foi facilitado pela presença dos lixões, que são espaços propícios para eles. O odor fétido sobe com o ar e a ave consegue sentir a até dois quilômetros de distância.

Nos lixões, a ave se alimenta de restos de carne e comida em estado de putrefação. A legislação ambiental prevê punição para quem matar os animais, sobretudo porque os urubus têm função no ecossistema urbano, já que estes são decompositores naturais de alimentos.

SAIBA MAIS

A grande presença de urubus na cidade já colocou em risco as operações de voos do Aeroporto Marechal Hugo da Cunha Machado, em São Luís. Em julho de 2015, um avião com quatro pessoas a bordo por pouco não sofreu um grave acidente ao decolar do aeroporto de São Luís. Com dois tripulantes e mais dois passageiros, a aeronave de pequeno porte se chocou com um urubu durante a decolagem.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.