SEUL - O Tribunal Constitucional da Coreia do Sul aprovou na sexta-feira,10, a deposição da presidente Park Geun-hye, 65. A decisão é tomada seis meses após escândalo de corrupção e tráfico de influência que a levou cair em desgraça.
A mandatária sofreu impeachment sob a acusação de subornar conglomerados como Samsung, Hyundai e LG, a doarem a fundações de sua melhor amiga, Choi Soon-sil, em troca de favores.
Park Geun-hye é a primeira presidente a ser deposta em um impeachment desde a divisão da Península Coreana, em 1948. O único a passar por processo similar foi Roh Moo-hyun, absolvido pela Justiça em 2004.
O Parlamento havia detonado o processo em dezembro. Agora, o primeiro-ministro Hwang Kyo-ahn continua como presidente em exercício até as novas eleições, previstas para o início de maio.
Entre os principais nomes cotados para a sua sucessão, estão o opositor Moon Jae-in, seu rival na disputa à Presidência em 2012, e o ex-secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, ainda sem partido.
Além do suborno, os deputados incluíram no processo a ação do governo no naufrágio da balsa Sewol, que matou 304 estudantes em 2014. Pais de vítimas e a população consideram que Park não fez o suficiente após a tragédia.
Com a deposição, a agora ex-presidente deverá terminar seus 43 anos de carreira política, iniciada sob a ditadura de seu pai, Park Chung-hee. Ela se tornou primeira-dama após sua mãe, Yuk Young-soo, ser assassinada em um atentado contra o então mandatário em 1974.
Cinco anos depois, ela perderia o pai, assassinado pelo próprio chefe de inteligência. Park Chung-hee é considerado o responsável pelas bases do desenvolvimento social e econômico sul-coreano.
A origem
Órfã de pai e mãe, Park aproximou-se mais de Choi Tae-min, chefe da seita religiosa Igreja da Vida Eterna, na década de 1980. Há relatos de que o religioso a teria convencido sobre seu poder de se comunicar com a mãe assassinada —o que ele negou em uma entrevista concedida em 1990.
A aproximação com o guru levou também à amizade com a filha dele, Choi Soon-sil, que virou a principal confidente de Park. Em outubro, a presidente disse que a amiga a ajudara "em momentos de dificuldade no passado".
A proximidade das duas acabou se traduzindo em negócios a partir de 2013, quando Park chegou à Casa Azul (sede do governo). Para Choi, o livre trânsito foi uma oportunidade para enriquecer e aumentar sua influência.
Além de atuar como agente da presidente, exigindo aos grandes conglomerados que doassem a suas fundações por favores do governo, conseguiu indicar funcionários e ter acesso a documentos confidenciais, incluindo informações de inteligência.
A amiga da presidente deposta foi presa em novembro. Dias antes, reconheceu sua relação com Park e disse estar arrependida. "Cometi um pecado que merece a morte."
Chamada de "rasputina", ela aguarda julgamento. O escândalo abalou irreversivelmente a imagem da primeira presidente mulher sul-coreana, que, antes da eleição, em 2012, disse que não se beneficiaria do poder.
*
Saiba Mais
- 31 criminosos presos em ação policial no interior do estado
- 16 maranhenses presos por tráfico internacional de entorpecentes
- Polícia desmonta esquema de tráfico no interior
- Líderes do tráfico de entorpecentes são presos na Grande Ilha
- Maranhenses são utilizados por traficantes internacionais de drogas
Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.