SÃO LUÍS - Grades de ferro enferrujadas, lixo, mato, rachaduras, lama e vários buracos. Esta é a situação em que se encontra a Barragem do Bacanga onde vários veículos e pessoas passam diariamente. As obras de recuperação da barragem foram iniciadas no ano passado, mas tiveram o prazo de entrega modificado pelo Governo do Estado. O serviço está orçado no valor acima de R$ 7 milhões.
“Moro no Sá Viana e tenho que transitar por esse local diariamente, mas com muito medo para não cair dentro do rio”, desabafou o técnico em eletrônica, Willame da Conceição Araújo, de 54 anos. Ele ainda disse que já ficou sabendo que alguns de seus vizinhos sofreram acidentes na barragem e chegaram a fraturar perna e o braço.
O outro morador do Sá Viana, Gildemar Marques, de 40 anos, declarou que a grade de proteção de ferro foi corroída pela erosão. Os populares colocaram pedaços de garrafa pet nos ferros enferrujados para que os transeuntes, principalmente, crianças e pescadores não possam sofrer nenhum tipo de acidente. “Os pescadores, além de viverem com o perigo, também sofrem com a falta de peixe no rio devido a não concretização dessa obra da barragem”, afirmou o morador.
Ainda segundo ele, o mato nesse local acaba atraindo usuário de droga como também para ocorrer crimes como homicídio e latrocínio - roubo seguido de morte. Na última sexta-feira, moradores acharam um homem morto dentro do matagal, nas proximidades da subestação da Companhia de Saneamento Ambiental (Caema). O corpo da vítima apresentava marcas de tiros e também havia uma tornozeleira eletrônica.
O Estado entrou em contato com a assessoria do governo para saber informações sobre o andamento da reforma da Barragem do Bacanga, mas até o final da manhã de sábado, 11, não obteve resposta.
Barragem
A Barragem do Bacanga foi construída na década de 1970 e contava com três comportas em pleno funcionamento. A obra foi realizada para ajudar na ligação rodoviária, principalmente, entre o Anel Viário e área do Itaqui-Bacanga, onde está localizado o porto do Itaqui e outros portos. Além disso, essa construção resultou na formação de um lago artificial que pescadores e moradores da região costumam utilizar para realizar a atividade da pesca.
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