Comemoração

Vaticano apresenta membros de organismo feminino no Dia Internacional da Mulher

Criada pelo papa Francisco, ''Consulta Feminina'' tem 37 mulheres como representantes; cardeal nega que se trate de ''maquiagem''

Atualizada em 11/10/2022 às 12h40
A coordenadora do grupo, Consuelo Corradi, admitiu que tem "a ambição de refletir sobre temas universais da perspectiva das mulheres".
A coordenadora do grupo, Consuelo Corradi, admitiu que tem "a ambição de refletir sobre temas universais da perspectiva das mulheres". (papa)

ROMA - O Vaticano, conhecido por contar com uma pequena representação feminina, apresentou ontem os membros de novo organismo integrado apenas por mulheres, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, 8 de março.

Sob o nome "Consulta Feminina", o organismo conta com a representação de 37 mulheres de todos os continentes, entre elas a ex-embaixadora do Chile para a Santa Sé Mónica Jiménez, a jornalista turca Yasemin Taksin e a teóloga iraniana Sharaz Housman.

O papa Francisco, junto com outros cardeais e bispos da Cúria (o governo do Vaticano) não participaram do evento, pois se encontram em exercícios espirituais em um pequeno povoado nos arredores de Roma.

A Consulta Feminina, criada em 2015 e que se reúne três vezes ao ano, é uma iniciativa impulsionada pelo pontífice para dar um maior peso "ao olhar feminino da sociedade contemporânea", explicou à imprensa o cardeal italiano e presidente do Conselho Pontifício da Cultura, Gianfranco Ravasi.

"Até pouco tempo não havia nenhuma mulher no Conselho Pontifício da Cultura", admitiu Ravasi.

O cardeal, que afirmou não se tratar de uma operação de "maquiagem", citou uma frase emblemática do escritor Joseph Conrad sobre o assunto. "É muito terrível ser mulher porque, essencialmente, tem que se relacionar com os homens", disse, e "eu acrescentaria que ainda mais se for com padres", assegurou em tom de brincadeira.

A coordenadora do grupo, Consuelo Corradi, admitiu que tem "a ambição de refletir sobre temas universais da perspectiva das mulheres".

Luta contra a escravidão sexual

Hoje, pelo Dia Internacional da Mulher, elas irão se reunir para um simpósio sobre a luta contra a escravidão sexual, a educação dos refugiados e o acesso ao cuidado dos pobres. O encontro tem como objetivo mostrar a contribuição da mulher para a paz mundial.

Uma edição especial da revista "Cultura e Fé", a cargo da Consulta Feminina, foi apresentada nesta terça-feira.

Segundo o texto, entre os temas-chave para o futuro destacam-se o de "chegar aos jovens e sua linguagem peculiar; superar as desigualdades de acesso ao trabalho e remuneração; apoiar a presença positiva das mulheres nas religiões e criar uma ponte com as culturas masculinas".

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.