Caixa 2

Ex-diretor diz que Odebrecht movimento R$ 3,3 bilhões em Caixa 2 a políticos

Montante financiou campanhas e pagou propinas em obras

Atualizada em 11/10/2022 às 12h40

BRASÍLIA - Em depoimento dado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta segunda-feira (6), Hilberto Mascarenhas, ex-funcionário da Odebrecht, disse que a empreiteira movimentou cerca de US$ 3,39 bilhões em pagamentos ilícitos entre 2006 e 2014. O executivo trabalhou no Setor de Operações Estruturadas, apontado pela Operação Lava Jato como o "departamento da propina" da empreiteira.

De acordo com reportagem da Folha de S.Paulo, o executivo afirmou, também, que entre 15% a 20% deste valor (algo em torno de US$ 500 milhões a US$ 680 milhões) eram destinados ao financiamento de campanhas eleitorais via caixa 2. O restante pagava propinas, obras e serviços no exterior.

Hilberto Mascarenhas disse ao ministro Herman Benjamin, relator da ação que pede no TSE a cassação da chapa Dilma-Temer por abuso de poder político e econômico, que a empresa corrompeu agentes públicos na Angola e em países da América Latina, além de ter detalhado pagamentos feitos aos marqueteiros Duda Mendonça e João Santana, já condenado a oito anos e quatro meses na Operação Lava Jato.

Segundo Mascarenhas, passaram pelo departamento US$ 60 milhões em 2006; US$ 80 milhões em 2007; 120 milhões em 2008; US$ 260 milhões em 2009; US$ 420 milhões em 2010; 520 milhões em 2011; US$ 730 milhões em 2012; US$ 750 milhões em 2013; e US$ 450 milhões em 2014.

Mais

O ex-vice-presidente da Odebrecht, Claudio Melo Filho, confirmou segunda-feira (6), em depoimento ao TSE que o presidente Michel Temer pediu "apoio financeiro" da empreiteira ao partido durante as eleições de 2014. Melo Filho foi ouvido pelo ministro do TSE Herman Benjamin, em Brasília, no âmbito da ação que pede a cassação da chapa Dilma-Temer na campanha de 2014. Melo Filho reiterou o teor da sua delação premiada em que descreveu um jantar ocorrido no Palácio do Jaburu em maio 2014.

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