Caso Balsas

Simulação da morte de Karina Brito ocorrerá até o dia 15 deste mês

Com isso, reprodução das ações que culminaram com a morte da jovem acontecerá três meses após o fato; família convive com a dor da perda

Thiago Bastos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h40
Irmãs foram baleadas durante ação policial em Balsas; Karina morreu
Irmãs foram baleadas durante ação policial em Balsas; Karina morreu (Irmãs)

BALSAS - A reprodução simulada da morte da jovem Karina Brito – assassinada após uma desastrada operação policial na cidade de Balsas – acontecerá até o dia 15 deste mês. De acordo com a Superintendência de Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP), esta é a última etapa da apuração dos fatos, antes que os autos da investigação sejam remetidos à Justiça.

Com a previsão da polícia, a simulação dos fatos que culminaram com o óbito de Karina Brito acontecerá três meses após o ocorrido. Segundo a SHPP, a simulação ocorrerá no mesmo horário (ou seja, por volta de 1h30), nos mesmos locais e com a participação dos atores envolvidos na operação. Até o momento, a Secretaria de Segurança Pública do Maranhão (SSP) não informou quais procedimentos foram tomados com os membros das policiais Civil e Militar envolvidos no caso.

Antes da simulação, de acordo com o delegado Guilherme Filho – que está à frente do caso –, foi feita a comparação balística, ou seja, a verificação técnica para saber exatamente de qual arma foi disparado o tiro fatal.

Segundo o delegado, a polícia já tem esta informação, no entanto, por questão de sigilo, não pode informar de qual arma partiu cada disparo. A polícia apenas informou que o tiro partiu de uma viatura do Cosar, grupamento de elite da Polícia Militar.

Família abalada
A família de Karina Brito – que se estivesse viva completaria 24 anos no último sábado, 4 – ainda sofre com a dor da perda.

A irmã de Karina, a contadora Kamila Brito, confirmou que o Governo do Estado será processado, pois a família considera que “houve erros” na operação que resultou na morte da jovem.

Após o fato, o secretário de Segurança Pública do Estado (SSP), Jefferson Portela, havia informado que as jovens “furaram” uma barreira policial, para tentar justificar a ação dos policiais. “Em uma abordagem inicial próximo onde estavam os assaltantes, um carro recebeu o comando de parada e não parou. A primeira abordagem foi feita em um carro descaracterizado.

O carro [das jovens] seguiu. Mais à frente estavam posicionadas três viaturas da polícia militar caracterizadas. Infelizmente, o veículo não parou nessa barreira policial, passou correndo pelo acostamento e foi perseguido pelos policiais. Mesmo com as viaturas caracterizadas e com o giroflex ligado este carro não parou”, disse Portela no dia 16 de dezembro do ano passado.

No dia 18 do mesmo mês, Kamila Brito conversou com exclusividade com O Estado e contestou a versão. Ela disse que em nenhum momento passou por barreira policial. A versão de Kamila foi confirmada pelo delegado Guilherme, Brito, em entrevista ao repórter da Rádio Mirante AM, Domingos Ribeiro, em fevereiro deste ano.

SAIBA MAIS

Relembre
As jovens Kamila Brito e Karina Brito retornavam de um velório em um bairro da cidade de Balsas quando, ao deixarem uma amiga em uma residência, começaram a ser perseguidos por veículos que não estavam caracterizados com identificação da polícia. Ao pensarem que seriam bandidos, as jovens iniciaram fuga. Em contrapartida, os policiais começaram a atirar contra o veículo das mulheres. Um dos tiros atingiu perto do coração de Karina Brito, que morreu antes de chegar ao veículo. Já Kamila Brito foi atingida em um dos braços.

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