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PSDB confirma que recebeu da Odebrecht R$ 15 milhões para campanha de Aécio

Partido diz que doação feita pela empresa foi legal e declarada a Justiça Eleitoral

Atualizada em 11/10/2022 às 12h40

Brasília - Depois do relato de Marcelo Odebrecht dizendo que o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), teria lhe pedido R$ 15 milhões no final do primeiro turno da campanha eleitoral de 2014, o PSDB emitiu uma nota para defender a legalidade da doação.

O partido afirmou que o valor de R$ 15 milhões foi doado oficialmente pelo grupo à campanha que tentou eleger Aécio em 2014 e que as doações feitas pela Odebrecht à campanha de Aécio foram declaradas à Justiça Eleitoral.

O PSDB destacou na nota que o depoimento não faz qualquer menção a uma contribuição via caixa dois à campanha e ainda citou que isso ficará claro após o fim do sigilo imposto às declarações do empreiteiro.

"Sobre o conteúdo do depoimento do empresário Marcelo Odebrecht ontem ao TSE, a assessoria esclarece que em nenhum momento Marcelo Odebrecht disse ter feito qualquer contribuição de caixa dois à campanha eleitoral do partido em 2014, o que ficará demonstrado após o fim do sigilo imposto às declarações", diz a nota. "R$ 15 milhões foi o valor doado oficialmente pelo grupo Odebrecht à campanha do PSDB de 2014", destaca o texto.

O delator e ex-presidente da Odebrecht Marcelo Odebrecht relatou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na quarta-feira, 1º, que, inicialmente, negou o pedido de Aécio Neves pela doação de R$ 15 milhões afirmando que o valor era muito alto, mas que o senador teria sugerido como 'alternativa' que os pagamentos fossem feitos aos seus aliados políticos.

Ainda pelo depoimento de Odebrecht, teria ficado definido no encontro com Aécio que o repasse seria discutido entre Sérgio Neves, que era superintendente da empresa em Minas, e o empresário Oswaldo Borges da Costa, apontado como tesoureiro informal do tucano. O PSDB afirmou que Oswaldo Borges nunca foi tesoureiro informal de nenhuma campanha do PSDB, "tendo atuado sempre de forma oficial".

O partido contestou outra informação publicada pela reportagem, que o valor pedido por Aécio bateria com a planilha e a troca de mensagens de Odebrecht apreendidos pela Lava Jato e que mostram o repasse de R$ 15 milhões do departamento de propina da empreiteira ao apelido 'mineirinho' que, segundo o delator Claudio Melo Filho, era uma referência a Aécio.

"O PSDB desconhece a planilha em questão, mas chama atenção para a última coluna da mesma onde fica demonstrado que, ao contrário do afirmado na matéria, quaisquer que fossem os pagamentos eventualmente ali planejados não foram realizados pois ficaram pendentes", diz o partido.

TSE pede explicação a tucanos

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mandou que o PSDB explique doações realizadas em 2014 pela construtora Andrade Gutierrez à campanha presidencial do senador Aécio Neves (PMDB-MG).

Em um processo que fiscaliza a prestação de contas da campanha, o PT apontou que o ex-presidente da empresa Otávio de Azevedo disse que teria doado ao candidato tucano R$ 19 milhões, valor superior ao declarado à Justiça Eleitoral, de R$ 12,6 milhões.

Em nota, o PSDB negou contradição no depoimento de Azevedo e que a doação "integral" da empresa declarada ao TSE somou R$ 19 milhões, sendo R$ 12,7 milhões para Aécio e o restante, para outros candidatos, partidos e comitês "dentro da estrutura da campanha nacional".

O partido apresentou os recibos das doações que totalizam os R$ 19 milhões e informou que irá pedir a condenação do PT por "litigância de má-fé".

A afirmação foi feita dentro de outro processo, que investiga a campanha da ex-presidente Dilma Rousseff e do presidente Michel Temer.

Além de apontar a diferença entre o valor que teria sido doado e o que foi declarado, o PT também questiona o PSDB pelo pagamento de serviços que não teriam efetivamente sido prestados.

Por isso, o relator do caso no TSE, Napoleão Nunes Maia, também determinou que o setor de análise do tribunal verifique quantos empregados as fornecedoras da campanha tinham em 2014, bem como o ano de criação das empresas.

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