Patrimônio prejudicado

Força da maré e falta de reparos causam danos no Espigão Costeiro

Um dos principais pontos turísticos de São Luís, inaugurado há menos de três anos, sofre com a ação da natureza e ausência de política de conservação; força da maré e falta de reparos põem em risco a segurança dos frequentadores

Thiago Bastos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h41
Parte da mureta de proteção do espigão desabou com a erosão causada pela falta de manutenção
Parte da mureta de proteção do espigão desabou com a erosão causada pela falta de manutenção (Espigão)

SÃO LUÍS - Inaugurado em novembro de 2014, o Espigão Costeiro – considerado um dos principais pontos turísticos de São Luís - apresenta consequências da ação da natureza e ausência de política de conservação. A força da maré e falta de reparos por parte da atual gestão do Governo do Maranhão contribuem para os problemas, que põem em risco a segurança dos frequentadores.

Entre os principais danos verificados por O Estado no local estão a queda de parte da barreira de proteção de pedras, montada justamente para conter a erosão na Península da Ponta d’Areia.
Em alguns trechos, a deterioração é tamanha que causou o afundamento do piso usado pelos transeuntes. Um trecho de apro­ximadamente 10 metros do parapeito de madeira que serve de apoio para os frequentadores já caiu devido à queda da barreira.

Segundo os vendedores ambulantes e donos de barracas que atuam na área, os problemas se agravaram nos últimos 15 dias. Além da ação do mar, as chuvas também teriam contribuído para o problema. “Faz umas duas semanas que essa parte começou a ceder. Eu até ficava com meu carrinho de pipoca ali perto, mas me afastei, pois a gente não sabe se isso não pode ceder uma hora”, disse Francenilson Duarte, vendedor de pipoca.

Ele também disse que, na semana passada, uma idosa por pou­co não torceu o pé, ao passar pelo piso com afundamento. “Teve uma senhora de uns 70 anos, mais ou menos, que quase se machucou. Ela estava com uma moça mais no­va, que acho que era filha dela, e quando pisou ela quase machucou o pé”, afirmou. O vendedor também disse que ainda não viu representante do Governo no local para avaliar os danos.

A vendedora de água de coco Jandiara Torres também está com receio dos danos da estrutura no Espigão Costeiro. A barraca onde ela comercializa os seus produtos fica a alguns metros do ponto onde o piso está cedendo. “A gente sempre fica de olho, mas o que mais me impressiona é que uma obra dessas, que foi entregue outro dia, esteja assim”, afirmou.

Turistas reclamam
Uma família de Itumbiara, em Goiás (distante 206 quilômetros da capital Goiânia), está em São Luís curtindo férias e esteve no Espigão Costeiro.

Entre um clique e outro no celular para registrar as belezas naturais da Ilha, um dos integrantes do grupo, José Aparecido, se decepcionou ao ver os problemas. “Aqui é muito bonito, o calçadão, os prédios em volta. Mas olhar tudo assim, quebrado, não é legal”, disse.

O Estado entrou em contato com o Governo do Estado para saber que providências serão tomadas para recuperar os danos ao espigão, mas até o fechamento desta edição não obteve respostas.

Dados Espigão Costeiro

Valor: R$ 32 milhões
Extensão: 500 metros
Duração das obras: 1 ano e meio

Espigão sem manutenção

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