EUA

Secretário dos EUA pede que países Otan aumentem orçamento militar

''É justo pedir que quem se beneficia da melhor aliança do mundo assuma sua parte proporcional dos custos'', afirmou James Mattis; a chanceler Angela Merkel disse que a Alemanha continua comprometida com meta da Otan de gastos em defesa

Atualizada em 11/10/2022 às 12h41
James Mattis fala durante coletiva de imprensa na sede da Otan.
James Mattis fala durante coletiva de imprensa na sede da Otan. ( James Mattis fala durante coletiva de imprensa na sede da Otan)

Munique - O secretário de Defesa dos Estados Unidos, James Mattis, advertiu na sexta-feira,17, sobre a crescente instabilidade e as ameaças em torno da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), apostou em reforçar seu flanco sul e insistiu que é "justo" que seu país peça aos aliados que aumentem seus investimentos em defesa.

Em discurso na inauguração da Conferência de Segurança de Munique, após ter se reunido com os ministros da Defesa aliados em Bruxelas, Mattis ressaltou que o presidente americano, Donald Trump, ratificou seu "total apoio" à Otan e espera que seus membros "se adaptem à situação estratégica atual para que (a Aliança) continue sendo crível, competente e relevante".

"É justo pedir que quem se beneficia da melhor aliança do mundo assuma sua parte proporcional dos custos necessários para defender nossas liberdades", afirmou.

Após a ministra alemã Ursula von der Leyen advertir em discurso prévio que o artigo 5 da Otan é "impagável" e exige responder por outro quando um aliado tem problemas, Mattis opinou que o artigo define os "alicerces" da Aliança.

Consenso

BRUXELAS - O americano ressaltou o consenso na reunião de Bruxelas: "Como guardiões de nossas nações e sentinelas perante novas ameaças, todos vemos a nossa comunidade de nações sob a ameaça de múltiplas frentes, ao se construir um arco de instabilidade na periferia da Otan e além".

Mattis apoiou as melhorias nas capacidades de defesa europeias, convencido de que a segurança dos EUA está unida à da Europa e se reforçam mutuamente, e insistiu na necessidade de adaptar a Aliança, dando passos adiante e reforçando o flanco sul, o Mediterrâneo e as fronteiras da Turquia.

Neste contexto, o americano também lembrou o recente desdobramento de tropas americanas na Polônia, Romênia, Bulgária, Letônia, Lituânia e Estônia e a decisão de seu país de assumir, como a Alemanha, o Reino Unido e o Canadá, a liderança de um dos quatro batalhões da Otan lotados no flanco oriental.

Mattis se mostrou confiante de que os aliados darão os passos necessários para cumprir com seus compromissos e assumir suas responsabilidades como membros da Otan, "nossa principal força frente a instabilidade e a violência".

Alemanha e gastos

​A chanceler alemã, Angela Merkel, disse que a Alemanha ainda tem intenção de aumentar seus gastos com defesa para 2 por cento do PIB, de acordo com meta da Otan, de acordo com a Reuters .

"No País de Gales em 2014, a Alemanha apoiou a decisão de que desejamos alcançar a meta concordada de 2 % dentro da próxima década e este compromisso não mudou --o que significa que ainda temos intenção de seguir este caminho", disse Merkel durante entrevista coletiva ao lado do primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, que visita a Alemanha.

Durante a campanha eleitoral norte-americana, o presidente Donald Trump acusou aliados da Otan de não fazerem sua parte. Pouco antes de assumir, descreveu a aliança como "obsoleta".

A ministra alemã da Defesa, Ursula van der Leyen, alertou aos Estados Unidos contra qualquer mensagem que ameace a coesão da União Europeia (UE) e da Otan, segundo a France Presse.

"Nossos amigos americanos sabem que seu tom a respeito da Europa e da Otan tem um efeito direto na coesão da Europa. Uma UE estável interessa aos Estados Unidos, assim como uma Otan unida", declarou Ursula van der Leyen em uma conferência sobre segurança em Munique, sul da Alemanha.

A ministra alemã pediu aos países ocidentais, em particular aos Estados Unidos, que não façam da luta contra o terrorismo uma guerra contra o Islã, aparentemente fazendo alusão ao controvertido decreto migratório do presidente americano Donald Trump.

"Devemos evitar transformar tudo isso em uma frente comum contra o Islã e os muçulmanos. Senão, corremos o risco de aprofundar ainda mais as brechas, que são o caldo de cultivo da violência e do terrorismo", afirmou Leyen, ainda segundo a France Presse.

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