Reforma da Previdência

Deputados pedem ao Supremo suspensão da tramitação da reforma da Previdência

Grupo de 28 parlamentares ajuizou um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal para barrar projeto

Agência Câmara

Atualizada em 11/10/2022 às 12h41
Adelmo Leão afirma que o governo precisa comprovar o deficit no regime previdenciário
Adelmo Leão afirma que o governo precisa comprovar o deficit no regime previdenciário (ADELMO CARNEIRO )

BRASÍLIA - Um grupo de 28 deputados de quatro partidos (PT, Psol, PTB e PMB) ajuizou um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender, liminarmente, a tramitação da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados. O projeto do governo (PEC 287/16) está sendo analisado em uma comissão especial.

O recurso é encabeçado pelo deputado Adelmo Carneiro Leão (PT-MG), que obteve assinaturas de outros parlamentares. O mérito do mandado de segurança pede a anulação de todos os atos relativos à tramitação da PEC praticados até agora na Câmara.

O relator da ação judicial é o ministro Celso de Mello. O mérito só é analisado após a concessão ou não da liminar.

Para os deputados, a tramitação da PEC 287 viola dispositivos constitucionais, legais e até regimentais. Eles alegam que a PEC foi enviada à Câmara sem um estudo atuarial prévio comprovando o deficit sustentado pelo governo, como determina a Constituição.

Também afirmam que não houve discussão do texto com o Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), uma exigência da Lei 8.213/91, que trata dos planos de benefícios previdenciários. O conselho é um órgão colegiado, integrado por representantes do governo, dos aposentados, dos empregados e patrões, que entre outras competências analisa as decisões políticas aplicadas à Previdência.

Análise prévia
Para Adelmo Leão, a falta de consenso sobre a existência ou não de deficit no regime previdenciário exige uma análise prévia dos números. “Não podemos permitir que uma reforma desta natureza se faça sem o pleno conhecimento das razões da reforma. Primeiro tem que ter um diagnóstico”, disse. “Se tem uma divergência tão brutal, tão abismal, quem vai responder essa questão? O cálculo atuarial.”

O parlamentar defende que o CNPS seja ouvido sobre as mudanças propostas pelo governo e sobre a avaliação atuarial da Previdência Social. “Dele podem sair ideias, propostas relevantes para as reformas que queremos”, afirmou.

Mérito do mandado
Além da anulação dos atos praticados, o mérito do recurso pede que o Supremo determine ao presidente Michel Temer o envio de mensagem modificativa à proposta, com documentos comprovando o estudo atuarial e a aprovação da proposta de reforma no CNPS.

O mandado de segurança foi impetrado contra os presidentes da República, da Câmara dos Deputados, da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania e da comissão especial. Michel Temer é questionado por não ter apresentado o estudo atuarial e nem ter submetido o texto ao CNPS.

Em relação ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia, questiona o fato de ele não ter devolvido ou arquivado a PEC 287 diante das omissões de Temer. Finalmente, o mandado cita que o presidente da CCJ, à época o deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), conduziu a votação da admissibilidade da proposta ainda que ela não atendesse aos requisitos formais de tramitação. O presidente da comissão especial é mencionado no recurso por ter dado continuidade “ao processo legislativo viciado”.

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