Crise

Setor da construção já demitiu mais de 1 milhão de trabalhadores desde 2014

Há 27 meses havia 3,57 milhões de trabalhadores na construção, e em dezembro no ano passado, o total caiu para 2,489 milhões; em São Luís, no ano passado, 7.006 postos de trabalho foram perdidos no setor

Atualizada em 11/10/2022 às 12h41
Setor da construção civil fechou 2016 com 414 mil vagas, uma queda de 14,33% em relação a dezembro de 2015
Setor da construção civil fechou 2016 com 414 mil vagas, uma queda de 14,33% em relação a dezembro de 2015 (construção)

SÃO LUÍS - O setor da construção civil é um dos que mais passam por dificuldades em meio à crise que afeta o Brasil. O setor demitiu 1,08 milhão de trabalhadores no país desde outubro de 2014, quando iniciou o declínio do número de empregados. Os dados foram divulgados pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP), em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV).

Segundo o estudo, há 27 meses havia 3,57 milhões de trabalhadores na construção. Em dezembro no ano passado, o total caiu para 2,489 milhões, a 27ª queda consecutiva. O setor fechou 2016 com 414 mil vagas, uma queda de 14,33% em relação a dezembro de 2015. Em relação a novembro, houve queda de 3,63%.

Entre os estados, os que mais demitiram no ano passado foram São Paulo (-97.696), Rio de Janeiro (-77.726), Minas Gerais (-37.694), Bahia (-23.772) e Pará (-21.374). Em 2016, os segmentos que mais apresentaram queda foram imobiliário (17,14%), infraestrutura (-13,96%) e preparação de terreno (13,68%).

Em São Luís, a situação não é diferente. No ano passado, 23.323 trabalhadores que atuavam no setor foram demitidos, contra 16.317 que foram admitidos, o que resulta em 7.006 postos de trabalho perdidos, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego.

No geral, São Luís perdeu 9.593 postos de trabalho, considerando 78.067 desligamentos contra 68.474 admissões em setores como construção civil, comércio, administração pública, serviços, entre outros.

No estado de São Paulo, houve queda de 2,70% no emprego em dezembro na comparação com novembro (redução de 18,7 mil vagas). O número de trabalhadores foi de 694,6 mil em novembro, ante 675,9 mil em dezembro. Em 12 meses, são menos 91.899 trabalhadores no setor.

Para o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo, José Romeu Ferraz Neto, a tendência é de mais cortes de emprego para os próximos meses. Ele defende que o governo adote “medidas emergenciais para estimular a construção civil”.

Custo da construção no Maranhão é o 3º mais alto do Nordeste

O custo da construção civil ficou em R$ 976,53 por metro quadrado no Maranhão, no mês de janeiro, o terceiro mais caro do Nordeste. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a variação no estado foi de 0,65%, em relação ao mês de dezembro, com 6,65% no acumulado dos 12 meses.

No país, o Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), calculado pelo IBGE, variou 0,38% em janeiro, ficando 0,11 ponto percentual abaixo da taxa de dezembro de 2016 (0,49%). O acumulado nos últimos 12 meses foram para 6,46%, resultado pouco abaixo dos 6,64% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em janeiro de 2016, o índice foi 0,55%.

O custo nacional da construção, por metro quadrado, que em dezembro fechou em R$ 1.027,30, em janeiro subiu para R$ 1.031,21, sendo R$ 531,93 relativos aos materiais e R$ 499,28 à mão de obra. A parcela dos materiais apresentou variação de 0,14% e aumentou 0,13 ponto percentual em relação ao mês de dezembro (0,01%). Já o valor da mão de obra, apresentou variação de 0,64%, caindo 0,38 ponto percentual em relação ao último mês do ano de 2016 (1,02%). Os acumulados em 12 meses ficaram em 2,66% (materiais) e 10,80% (mão de obra).

A Região Norte, com 1,01%, ficou com a maior variação regional em janeiro. As demais regiões apresentaram os seguintes resultados: 0,61% (Nordeste), 0,22% (Sudeste), 0,13% (Sul) e 0,12% (Centro-Oeste). Os custos regionais, por metro quadrado, foram: R$ 1.049,45 (Norte); R$ 954,49 (Nordeste); R$ 1.075,93 (Sudeste); R$ 1.069,08 (Sul) e R$ 1.039,08 (Centro-Oeste).

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