Na internet

Cibercrimes são investigados no Maranhão

Departamento de Combate a Crimes Tecnológicos apura uso de aplicativos de comunicação para pedir dinheiro, de apps de bancos, para roubo de dados, e clonagem de cartões

Atualizada em 11/10/2022 às 12h41
Maranhão está registando  crimes  virtuais.
Maranhão está registando crimes virtuais. (Cibercrime)

SÃO LUÍS - Os crimes digitais evoluíram. Se há cinco anos muitos internautas caíam no golpe do vírus enviado por e-mail, hoje os alvos preferidos dos fraudadores virtuais são redes sociais, como Facebook, e aplicativos de mensagens instantâneas, como o WhatsApp. No Maranhão, o Departamento de Combate a Crimes Tecnológicos (DCCT), da Superintendência Estadual e Investigações Criminais (Seic), está investigando três práticas que se tornaram muito comuns: o uso de aplicativos de comunicação para pedir dinheiro, o uso de aplicativos de bancos para roubo de dados dos clientes e a clonagem de cartões.

Segundo o delegado responsável do DCCT, Odilardo Muniz, em junho do ano passado cinco pessoas foram indiciadas, no Maranhão, por aplicarem golpes via WhatsApp. “A prática, que contava com o apoio de um funcionário de operadora de telefonia móvel, era bem simples. O chip de uma pessoa era desativado e depois o número reativado em outro chip. Por meio do backup de conversas do WhatsApp, o criminoso mandava mensagens passando-se pelo proprietário original do número, pedindo aos contatos dessas pessoas que fizessem depósitos em dinheiro, porque ela estaria passando por algum problema”, explica.

Mais de 10 pessoas caíram no golpe, em São Luís. Uma das vítimas chegou a fazer depósitos que somaram quase R$ 2 mil. “A quadrilha desativava o chip de um usuário de linha pós-paga, cujo valor da conta mensal era elevado, porque, na avaliação dos criminosos, na rede de contato do proprietário do número, havia pessoas com condições financeiras de fazer depósitos de valores significativos”, informa Odilardo Muniz.

Agora, uma quadrilha do Rio Grande do Sul está aplicando um golpe semelhante e as contas usadas para depósito são no Maranhão. Por isso, as polícias maranhense e gaúcha estão trocando informações.
Mas este não é o único crime virtual que está fazendo vítimas no Maranhão. Contas bancárias de clientes maranhenses estão sendo invadidas por meio dos aplicativos das instituições bancárias. Dados preliminares mostram que o mesmo está ocorrendo nos estados do Pará e Rio Grande do Norte. Casos de clonagem de cartões também estão em investigação pelo departamento.

Facilidade
Segundo o delegado, no caso de crimes virtuais muitas atitudes das vítimas facilitam a ação. No caso das redes sociais, a explosão recente de sites como o Facebook faz com que esse seja um terreno fértil para os golpes no Brasil. “Geralmente, as vítimas de crimes virtuais cometidos pelo Facebook são pessoas que têm mais de dois ou três mil seguidores, que foram adicionados sem critérios e dos quais a pessoa conhece de fato 10% deles. Esses perfis, que muitas vezes têm todas as suas informações e postagens públicas, acabam sendo os principais alvos”, alerta.

Outro hábito que ajuda os criminosos é a crença em boatos e outras informações divulgadas pela internet. “Muitas vezes a vítima não checa a origem das informações e acaba fazendo o que está sendo pedido, tornando-se um alvo fácil para os criminosos. Se a informação vem de uma entidade, empresa, instituição, o correto é procurar entrar em contato para confirmar a veracidade dela”, orienta.

Legislação
No Brasil, a Lei 12.737 de 2012, a chamada “Lei Carolina Dieckmann”, torna crime a invasão de aparelhos eletrônicos para obtenção de dados particulares. A lei está em vigor desde abril de 2013. Também passa a ser crime interromper serviço telemático ou de informática de utilidade pública. Além disso, dados do cartão de crédito passam a equivaler aos dados do documento particular para atribuir punição à falsificação de identidade.

Segundo a legislação, crimes desse tipo serão punidos com multa e detenção de seis meses a dois anos. Se houver divulgação, comercialização ou envio das informações sensíveis obtidas na invasão, como comunicações privadas, segredos industriais e dados sigilosos, a pena pode ser elevada de um a dois terços.

SAIBA MAIS

Para saber como evitar as armadilhas, conheça a seguir os novos crimes digitais:

Sequestro de perfil

- o crime: ocorre quando um perfil na rede social tem sua senha roubada e alterada, de modo a barrar o acesso do verdadeiro dono. O criminoso pode então postar informações falsas, deletar o perfil ou ainda passar a extorquir o antigo usuário, para que lhe devolva o acesso

- como evitar: a primeira dica é não usar uma senha óbvia, como datas de nascimento, nome dos filhos, etc. As senhas devem conter preferencialmente letras, números e símbolos. Outra medida de segurança é não digitar sua senha em computadores públicos ou em máquinas conectadas a redes wi-fi desprotegidas

Roubo de dados via wi-fi

- o crime: roubo de informações de um computador através da conexão wi-fi na qual ele está ligado

- como evitar: existem navegadores (como o Google Chrome) e programas que permitem a navegação anônima, sem deixar rastros que possam ser vistos por outras pessoas conectadas. Mais uma vez, uma senha forte garante boa parte da privacidade.

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