Perigo

Comércio ilegal de alimentos e produtos piratas causa risco à saúde

Lanches e almoço, perfumes, produtos de beleza e até óculos de grau podem ser encontrados facilmente no comércio ambulante no Centro, sem nenhuma fiscalização

Atualizada em 11/10/2022 às 12h41
Óculos de grau, sem receita, e de sol, sem proteção UV, podem causar danos à vista de quem os usar
Óculos de grau, sem receita, e de sol, sem proteção UV, podem causar danos à vista de quem os usar

SÃO LUÍS - Tradicionalmente, o comércio de rua vende todo tipo de mercadorias e tem grande número de clientes, porque, além da variedade, os preços mais em conta atraem. Mas é preciso tomar cuidado, pois o consumo de determinados produtos pode colocar a saúde em risco. Em São Luís, alimentos, produtos de beleza, produtos medicinais, entre outros, são vendidos sem fiscalização nas ruas do Centro, apesar de proibição legal.

É função da Blitz Urbana, órgão ligado à Secretaria Municipal de Segurança com Cidadania (Semusc), fiscalizar o comércio irregular em São Luís. Entre as atribuições do órgão está apreender produtos vendidos irregularmente e autuar o comerciante. Mas, em diversas ruas do centro da capital, como Rua Grande, de Santana e de Santaninha, os vendedores ambulantes não enfrentam qualquer tipo de resistência.

Lanches dos mais diversos tipos são vendidos em bancas improvisadas ou até mesmo em carro de mão. Churros, salada de frutas, mingau de milho, caldos e até refeições completas estão à disposição de quem está com fome, pressa e pouco dinheiro no bolso.

A venda deveria ser fiscalizada pela Vigilância Sanitária já que oferece riscos à saúde. Mas isso não acontece. “Vendo caldos aqui há mais de um ano. Nunca me pararam ou fiscalizaram”, diz com tranquilidade a vendedora Carla Pereira de Sousa.

Alimentos comercializados em barraquinhas de rua são um perigo à saúde de quem, por algum motivo, precisa fazer refeição fora de casa. E os riscos são causados por diversos problemas, como manipulação incorreta e falta de higiene, os grandes vilões da proliferação de bactérias em alimentos que, podem causar diarréia, náuseas e dores abdominais, principais sintomas da intoxicação alimentar.

[e-s001]Produtos piratas
Mas este não é o único risco que o consumidor do comércio popular de São Luís está sujeito. Além de alimentos, perfumes piratas também são vendidos em frascos reciclados de marcas conhecidas do grande público.

O perfume é um produto químico e, como tal, pode causar malefícios para pessoas mais sensíveis. A fragrância, cor, aroma e fixação variam de pessoa para pessoa, de acordo com a sensibilidade da pele. Irritações, alergia, vermelhidão e manchas na pele, além de espirros, coceiras, são alguns dos sintomas que os produtos de má qualidade podem provocar.

Outro perigo é a venda de óculos piratas. E é fácil colocar os olhos em perigo. Óculos de grau são vendidos sem receita médica pelo comércio ambulante. Os mesmos comerciantes também têm óculos de sol pirata.

No caso dos óculos de sol, as lentes falsificadas não têm proteção adequada contra os raios ultravioleta. Já os de grau não cumprem o efeito que deveriam para minimizar os problemas da visão.
Óleos, cremes e ervas com supostas propriedades medicinais também são vendidos abertamente nas ruas do centro de São Luís, e o mais preocupante é que eles são comercializados em bancas que vendem também veneno para ratos, baratas, formigas e outras pragas.

O Estado entrou em contato com a Prefeitura de São Luís e o Governo do Estado do Maranhão para saber como os órgãos competentes atuam na fiscalização e disciplinamento desse tipo de comércio, mas até o fechamento desta edição ninguém se pronunciou sobre a questão.

SAIBA MAIS

Legislação

No Brasil, é a Resolução - RDC nº 12, de 2 de janeiro de 2001, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que estabelece os padrões de qualidade higiênico-sanitária que devem ser seguidos para a comercialização de alimentos.

Recomendações

A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera o perigo potencial dos alimentos vendidos nas ruas para a saúde pública. Recomenda-se aos consumidores de lanches rápidos vendidos em barraquinhas que observem, de maneira geral, as condições de higiene do estabelecimento (ponto de venda, equipamentos, utensílios etc.), a higiene pessoal do vendedor, a maneira como ele manipula o produto (armazenamento e preparo) e a qualidade dos ingredientes utilizados nos lanches.

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