Saúde pública

Um ano após surto, Zika agora é desafio para saúde a longo prazo

De acordo com as duas agências de saúde da ONU, o vírus já está presente em 76 países do mundo e continua a se espalhar

O Estadoma.com, com informações da ONUA

Atualizada em 11/10/2022 às 12h41
(Mosquito Aedes aegypti, vetor de doenças como dengue, febre amarela, chikungunya e zika)

Em fevereiro de 2016, a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou como emergência de saúde pública de importância internacional a rápida propagação do vírus zika e o aumento de transtornos neurológicos e malformações congênitas. Um ano depois, o surto da doença continua e preocupa países e outros organismos internacionais, como o escritório regional da OMS, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). A agência da ONU lembra ainda que, atualmente, especialistas consideram o zika como um desafio de longo prazo para a saúde pública, tal como definido pela declaração do Comitê de Emergência da OMS sobre a doença. Em novembro de 2016, a epidemia de zika deixou de ser considerada uma emergência internacional pela OMS

De acordo com as duas agências de saúde da ONU, o vírus já está presente em 76 países do mundo e continua a se espalhar geograficamente para áreas onde existem vetores que transmitem a doença. Nas Américas, 48 nações e territórios confirmaram a transmissão do vírus zika por meio da picada de mosquitos desde 2015, e cinco Estados notificaram casos por transmissão sexual.

Mais de 200 mil ocorrências de zika foram registradas, mais da metade no Brasil, além de 2.618 casos de bebês nascidos com a síndrome congênita do zika, a maioria também no território brasileiro. “Embora em alguns países e partes de países tenha se observado um declínio nos casos, a vigilância deve se manter alta”, apontam as avaliações mais recentes da OMS.

O gerente de incidentes da OPAS para zika, Sylvain Aldighieri, lembra que, quando grupos de bebês com microcefalia e episódios da síndrome de Guillain-Barré foram notificados ao mesmo tempo e no mesmo lugar dos surtos de zika durante os últimos meses de 2015, a agência começou a publicar uma série de advertências regionais. “Depois que a OPAS montou uma resposta regional robusta ao surto, um ponto de inflexão veio em janeiro de 2016, quando a investigação proporcionou a primeira evidência sobre a ligação entre o vírus zika e a microcefalia em bebês nascidos no Nordeste do Brasil”, afirmou.

Isso levou à declaração da OMS de emergência de saúde pública de importância internacional no dia 1º de fevereiro do ano passado. Desde então, o zika se espalhou rapidamente não só pelas Américas, mas também para outras regiões do mundo.

No Maranhão, foram notificados 4.791 casos de zika vírus, no ano passado.

Ações da Opas

Nas Américas, a Opas afirma que continua fornecendo apoio técnico aos Estados-membros em todos os aspectos da vigilância e controle do zika, com atenção especial para o manejo clínico, serviços laboratoriais e controle dos mosquitos-vetores do vírus e também da dengue, chikungunya e febre amarela urbana.

Parceiros regionais estão envolvidos nas investigações sobre a contenção dos vetores, que incluem estudos-piloto de novas metodologias de controle, como é o caso dos mosquitos infectados pela bactéria Wolbachia. A Opas considera que ferramentas cruciais na luta a longo prazo contra o zika são a educação comunitária e a participação dos próprios cidadãos na eliminação dos criadouros de mosquitos.

Enquanto não há tratamento para o vírus zika, pesquisadores estão trabalhando em vacinas, com cinco potenciais candidatas já encaminhadas para ensaios clínicos. Mais de 1,5 mil trabalhos de investigação foram publicados, confirmando que o vírus pode infectar mães e fetos e matar as células cerebrais, causando uma variedade de defeitos de nascimento.

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