Criminalidade

Violência na Ilha nos primeiros meses do ano

Foram registrados chacina, lesão corporal, achado de cadáver e assassinato de representantes do sistema de segurança pública

Ismael Araújo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h41
Colegas carregam caixão da investigadora Iran Cerqueira, enterrado na tarde de sexta-feira
Colegas carregam caixão da investigadora Iran Cerqueira, enterrado na tarde de sexta-feira (Colegas)

SÃO LUÍS - A violência está predominando na Região Metropolitana de São Luís e o registro de assassinatos cometidos por integrantes de facções criminosas está se tornando frequente neste ano. A polícia registrou uma chacina, no último dia 22, na área do Coroadinho. Este ato de barbárie resultou na morte de Tauã Victor Cardoso Silva, de 6 anos, e de Carlos Magno Soares de Almeida, de 33 anos.

Dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP) revelam que durante o primeiro mês deste ano ocorreram 72 mortes violentas, entre homicídios dolosos, lesão corporal e achado de cadáver. Nestes primeiros dias de fevereiro, cinco homicídios dolosos foram registrados na Ilha.

Entre as vítimas, duas faziam parte do sistema de segurança, o agente penitenciário Viterbo Nunes da Silva, de 49 anos, e a investigadora da Polícia Civil Iran Cerqueira Santos, de 51 anos, ambos mortos na última quinta-feira por criminosos.

O delegado geral da Polícia Civil, Lawrence Melo, disse que Iran Cerqueira era chefe de captura da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF) e bastante atuante. Em relação ao assassinato da companheira de serviço, ele disse que na manhã de sexta-feira, 3, um dos suspeitos, identificado como Rogério Batista Pereira, o Parazinho, foi preso na área da Vila Luizão e outros dois, Leandro Pimenta Silva, 24, e Charlysson Guimarães do Nascimento, 35, tinham morrido em confronto com policiais civis.

Lawrence Melo informou, ainda, que na noite de quinta-feira, 2, a vítima teria sido abordada por dois bandidos em uma motocicleta Dafra preta, de placa NNE 1571, nas proximidades de sua residência, no Residencial Vista ao Mar, área do Farol do Araçagi, em Raposa. Ela estava conversando com uma vizinha, nome não revelado, e ao perceber a presença de criminosos no local pegou a sua arma, que estava dentro do seu veículo, Renault prata, de placas não identificadas.

Em seguida, houve uma troca de tiros e uma das balas atingiu o peito esquerdo da investigadora de Polícia Civil.Um dos bandidos, Leandro Pimenta, também foi alvejado.

Após o crime, os assaltantes fugiram do local. A policial foi levada até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Araçagi, mas chegou sem vida. “O autor do tiro que atingiu a policial foi Leandro e o seu cúmplice de crime era o Charlysson”, declarou o delegado geral da Polícia Civil.

Incursões

Esse crime está sendo investigado pela equipe da Superintendência Estadual de Homicídios e Proteção a Pessoas (SHPP). Segundo as informações do superintendente da SHPP, delegado Leonardo Diniz, policiais militares e civis fizeram incursões na localidade durante a noite de quinta-feira e madrugada do dia seguinte. Ainda na área do Farol do Araçagi foi encontrado baleado Leandro Pimenta e ao dar entrada na UPA do Araçagi acabou falecendo.

O cúmplice Charlysson Nascimento foi morto durante troca de tiros com policiais civis, no Residencial Eugênio Pereira, em Paço do Lumiar. Em poder desse criminoso foi apreendido um revólver, segundo o delegado, que pode ter sido utilizado durante a ação criminosa contra a investigadora. Na área da Vila Luizão, a polícia prendeu Parazinho, e foi conduzido para a sede da SHHP, no Centro.

O delegado informou que Parazinho declarou várias versões sobre o caso para a polícia e uma delas foi que teria sido procurado pelos outros dois criminosos para assaltar na Ilha. Leonardo Diniz também disse que o trabalho investigativo vai continuar sendo feito pela polícia para saber a verdadeira motivação e identificar outros possíveis autores desse crime. “Estamos trabalhando com todas as linhas de investigações e uma delas é homicídio e latrocínio”, frisou o delegado.

Agente

Sobre o assassinato do agente penitenciário Viterbo Nunes da Silva, o delegado disse que as investigações estão bem avançadas e ainda ontem a polícia já tinha identificado um dos suspeitos, mas, não revelou a motivação do crime. Há informações de que esse crime teria sido ordenado de apenados do Complexo Penitenciário de Pedrinhas. O corpo da vítima foi encontrado dentro de sua residência, no Conjunto Lima Verde, em Paço do Lumiar, na tarde da última quinta-feira, com marcas de perfuração de tesoura.

O corpo do agente penitenciário foi velado na residência do seu pai, nome não revelado, no Conjunto Tambaú, em Paço do Lumiar; e o sepultamento ocorreu durante a manhã de sexta-feira, 3, no cemitério da Pax da União. Já o velório da policial civil ocorreu no Pax da União, no Centro, e o enterro no final da tarde, no Parque da Saudade, no Vinhais.

Mais morte

No dia 12 de janeiro deste ano, Nairon de Jesus Pinto Mendes, de 44 anos, foi assassinado a tiros na porta do condomínio onde morava, no Residencial Ribeira, área do Maracanã. A vítima era irmão de um sargento da Polícia Militar e funcionário de empresa de segurança, que prestava serviço para o antigo Presídio São Luís I (PSL I), em Pedrinhas.

No dia 24 de janeiro, a equipe da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic) conseguiu prender um dos envolvidos no homicídio, Wallison Luís Rodrigues dos Santos, o Au Au, de 27 anos, na Macaúba. Em poder dele, a polícia ainda apreendeu meio quilo de maconha.

Também foi preso o ex-presidiário Darlan Reis Leal, de 23 anos, com dois adolescentes, um de 17 e outro de 14 anos. Estes foram apreendidos devido a participação dessa ação criminosa.

Saiba mais

Chacina ocorrida no Coroadinho

A chacina do Coroadinho ocorreu por volta de 20h30 de domingo, 22, na Avenida Principal da comunidade Alto Sebastião. A criança Tauã Victor Cardoso Silva foi alvejada com um tiro na cabeça na porta de sua casa e estava na companhia de seus pais e outras pessoas. O crime foi cometido por quatro pessoas, um deles encapuzado. Carlos Magno Soares de Almeida, 33, também foi atingido por um dos disparos e morreu. As outras três pessoas baleadas são Maria Ribamar, 49; João Pedro, 49, e um homem, identificado apenas como Testa.

Profissionais da área de segurança assassinados

- Nairon de Jesus Pinto Mendes: morto a tiros no dia 12 de janeiro na porta do condomínio onde morava, no Residencial Ribeira, área do Maracanã

- Viterbo Nunes da Silva: agente penitenciário e trabalhava no Núcleo de Escolta de Pedrinhas, encontrado morto dentro de sua casa, em Paço do Lumiar, na tarde da última quinta-feira.

- Iran Cerqueira Santos: chefe de captura da Delegacia de Roubos e Furtos e morta a tiros nas proximidades de sua casa, em Raposa, na noite do último dia 2.

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