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“Eu não sei o que seria, se eu não fosse militar”

Carioca, o novo comandante do 24º Batalhão de Infantaria Leve (24º BIL) de São Luís, tenente-coronel Marcos Vinícius, tem fortes e antigas ligações com o Maranhão

Jock Dean - Da equipe de O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h41
Marcos Vinícius comandará o 24º BIL por dois anos
Marcos Vinícius comandará o 24º BIL por dois anos (comandante marcos vinicius h)

SÃO LUÍS - Escolhido para comandar o 24º Batalhão de Infantaria Leve (24º BIL), em São Luís, pelos próximos dois anos, o tenente-coronel Marcos Vinícius Soares Guimarães de Oliveira é praticamente um maranhense, apesar de nascido na cidade do Rio de Janeiro. A ligação do militar com o estado vem da infância, quando decidiu seguir carreira no Exército Brasileiro por influência do seu pai que também serviu na unidade. Como sua família também tem laços fortes com o Maranhão, ele não esconde a alegria de poder voltar para cá.

A primeira vez que o tenente-coronel Marcos Vinícius esteve no Maranhão foi no período de 1977 a 1979, quando seu pai, à época tenente Ronilson - hoje, ele é coronel do Exército – serviu no 24º Batalhão de Caçadores (24º BC), hoje 24º Batalhão de Infantaria Leve (24º BIL), em São Luís. “Passei dos meus 7 aos 9 anos aqui em São Luís acompanhando meu pai nas atividades do batalhão”, lembra.

Foi como se o destino já tivesse escrito a história do militar com o batalhão. O pai do hoje tenente-coronel Marcos Vinícius chegou a São Luís no segundo semestre do ano de 1977 e, por isso, não conseguiu matricular o filho na escola e o semestre livre foi preenchido com inúmeras visitas ao batalhão. Na sala do comandante, há até uma foto dele aos 7 anos nas dependências do então 24º BC. “Eu acompanhava meu pai em todas as atividades, ia com ele para os acampamentos”, conta. Isto foi o pontapé inicial para a ligação afetiva que ele desenvolveria com o Maranhão, especialmente São Luís, ao longo da vida.

Em 1979, o pai foi movido para outra unidade militar e Marcos Vinícius sempre acompanhou de perto a carreira militar do pai, o que acabou despertando nele o desejo de também servir às Forças Armadas. “Há uma influência muito grande do meu pai na minha decisão de servir ao Exército. Eu não sei o que seria, se eu não fosse militar”, afirma.

Volta ao Maranhão

Marcos Vinícius acabou se formando na Academia Militar e, seguindo os passos do pai, também serviu como tenente no 24º Batalhão de Caçadores, em São Luís, de 1995 a 1997. “Decidi servir no Maranhão porque na época minha irmã morava aqui”, diz. Neste período, por causa das diversas missões que desenvolveu no Maranhão, o militar consolidou sua ligação com o estado. “Eu acabei conhecendo muito o interior do Maranhão nesta época, pois participei de muitas missões no estado. Foram muitos exercícios operacionais em cidades como São Mateus e Cururupu, além das viagens por Caxias, Bacabal e Chapadinha”, recorda.

Das diversas missões, uma ele recorda com mais afinco. Foi um treinamento do Estágio Básico do Combatente em Selva, que é feito por todos os soldados que entram nas unidades militares do Comando Militar do Norte e do Comando Militar da Amazônia.

“A gente fazia um deslocamento de trem. Chegando lá, montávamos toda a estrutura necessária para o treinamento. A montagem durava uma semana. Depois, um grupamento de recrutas passava uma semana no treinamento. Quando eles acabavam, outro grupamento chegava para mais uma semana de treinamento. Após isso, levávamos mais uma semana para desmontar tudo. Era um mês de isolamento total, já que naquela época não tínhamos facilidade de comunicação, mas era tudo muito divertido”, conta.

Após este período, mudou-se para Taubaté, interior de São Paulo, onde fez curso para piloto de aeronave, em 1998. Foi na cidade paulista que ele passou a maior parte da sua carreira militar, servindo o Comando de Aviação do Exército até o começo de 2016. Neste período, ele afastou-se por duas vezes. A primeira em 2002, quando fez curso na Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais. A segunda, entre 2012 e 2013, quando foi para o Rio de Janeiro, sua cidade natal, para fazer a Escola de Comando de Estado Maior do Exército.

Escolha por São Luís

Feito este último curso, ele estava apto a concorrer ao comando de umas das unidades militares do Exército Brasileiro e sua primeira opção foi o 24º BIL, não apenas pela memória afetiva , mas é que mesmo morando em Taubaté por quase 20 anos ele vinha constantemente passar férias em São Luís. “Me casei com uma ludovicense. A família dela é daqui e é uma família muito numerosa que sempre me acolheu muito bem e me faz sentir muito querido na cidade. Por isso, minha primeira opção foi o 24º BIL”, explica.

Com Izabella Palácio Fernandes de Oliveira, o tenente-coronel Marcos Vinícius, que tem 45 anos, tem duas filhas, Marcella, 11 anos, e Alice, de 3 meses. Ele assumiu o comando do 24º BIL dia 6 de janeiro, vindo do Comando Militar da Amazônia, onde serviu como oficial de logística do Centro de Operações.

O tenente-coronel Marcos Vinícius comandará a unidade ludovicense por dois anos. Perguntado sobre a possibilidade de passar mais tempo ele desconversa: “isso quem sabe é Deus. O que eu sei é que vou passar dois anos aqui e espero fazer o melhor comando que for possível”, diz. Mas o sorriso de canto de boca não esconde que dificilmente ele recusaria a oportunidade de estender sua estadia.

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