Saúde

SUS passa a ofertar cirurgia bariátrica por videolaparoscopia

No ano passado, foram realizadas cerca de 100 mil cirurgias do tipo em todo o país, e apenas 10% foram feitas na rede pública; dados são da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM)

Atualizada em 11/10/2022 às 12h41
Laparoscopia é procedimento médico menos invasivo e mais seguro
Laparoscopia é procedimento médico menos invasivo e mais seguro (bariátrica)

SÃO PAULO - A videolaparoscopia foi incorporada aos procedimentos de cirurgias bariátricas realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A informação foi oficializada pela Portaria n° 5, de 31 de janeiro de 2017, publicada ontem, no Diário Oficial da União.

“É uma grande conquista, por se tratar de uma reivindicação antiga da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) e com certeza terá um efeito positivo nos serviços de cirurgia bariátrica da rede pública e, principalmente, para os pacientes que aguardam para realizar a cirurgia”, comemorou Caetano Marchesini, presidente da SBCBM.

No ano passado, foram realizadas cerca de 100 mil cirurgias bariátricas em todo país. Do total, apenas 10% foram feitos na rede pública. “Com a videolaparoscopia, podemos ampliar os atendimentos no SUS, pois tanto a cirurgia quanto a recuperação do paciente demandam um tempo menor”, acrescentou Caetano Marchesini.

Considerado um procedimento menos invasivo e, consequentemente, mais seguro a laparoscopia possibilita ao paciente um tempo menor de recuperação. A cirurgia não tem indicação como tratamento estético e sim para melhora de doenças associadas à obesidade e qualidade de vida. Deve ser recomendada apenas para pacientes com IMC igual ou maior que 40kg/m² e pode ser realizada em casos de IMC entre 35kg/m² e 40kg/m², desde que o paciente tenha comorbidades como diabetes e hipertensão.



Indicações
A SBCBM segue as diretrizes que foram estabelecidas em reunião conjunta do Ministério da Saúde e Conselho Federal de Medicina, que gerou a Resolução CFM n° 1.766, de 2005, atualizada posteriormente para resolução CFM n° 2.131/15. Nela, estão definidas as indicações para a cirurgia bariátrica, como deve ser montada a equipe multidisciplinar que fará o acompanhamento de cada paciente, os tipos de cirurgias autorizadas no Brasil, além de outras diretrizes legais.

Vale destacar que a primeira recomendação para o tratamento da obesidade deve ser o tratamento clínico pela mudança de estilo de vida, com reeducação alimentar, a adoção de hábitos saudáveis e exercícios físicos regulares. O passo seguinte é a associação de medicamentos que auxiliem na perda de peso. Quando o médico e o paciente se convencem de que se esgotou a tentativa de tratar a obesidade exclusivamente pela mudança do estilo de vida, a alternativa mais eficaz é a cirurgia bariátrica e metabólica.

De acordo com as orientações da resolução a cirurgia é liberada apenas para pacientes com IMC igual ou maior que 40kg/m² e pode ser realizada em casos de IMC entre 35kg/m² e 40kg/m², desde que o paciente tenha comorbidades como, por exemplo, o diabetes. O IMC é calculado a partir da divisão do peso pela altura ao quadrado.

O preparo pré-operatório visa diminuir o risco para a cirurgia e otimizar a segurança e os resultados metabólicos e melhora de outras comorbidades. Problemas de saúde que o paciente já venha apresentando devem ser compensados da melhor forma possível com otimização das medidas necessárias co­mo ajuste de doses de medicamentos, dieta específica, fisioterapia e preparo psicológico. Nessa fase, também é obrigatório o preenchimento do documento Consentimento Informado, no qual o paciente reconhece estar devidamente informado sobre os benefícios e riscos da cirurgia.

No pós-operatório, além do acompanhamento nutricional, o acompanhamento psicológico também é muito importante e deve ser sempre preventivo e educativo.

Fique por dentro

Aberta x laparoscópica

Na cirurgia aberta, são necessários de três a quatro dias de internação. Já no procedimento laparoscópico geralmente são apenas dois dias.

Na cirurgia realizada por videolaparoscopia, são feitas cinco ou seis pequenas incisões no abdômen de 0,5cm e 1cm para a introdução das cânulas por onde são introduzidas as pinças para realizar o procedimento e uma câmera, responsável pela visualização do mesmo, na cirurgia aberta esta incisão pode variar de 15cm a 30cm.

Enquanto na cirurgia aberta os pacientes levam de 30 a 60 dias para voltarem as suas atividades de trabalho, na cirurgia laparoscópica eles estarão liberados em 15 dias.

Dentre as vantagens estão a diminuição do risco de hérnias e infecção da ferida cirúrgica, retorno precoce às atividades, diminuição do risco de complicações pulmonares e menor dor pós-operatória.

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