Medo de surto

Vacina contra febre amarela é muito procurada em SL

Mesmo não havendo surto da doença no estado, notícia de casos em Minas Gerais fez muitas pessoas resolverem se imunizar na capital; últimos casos em São Luís ocorreram há 75 anos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h41
Mesmo sem surto, febre amarela assusta e procura por vacina aumenta
Mesmo sem surto, febre amarela assusta e procura por vacina aumenta (Vacina)

SÃO LUÍS - A preocupação com a febre amarela está provocando uma corrida aos postos de saúde em São Luís. A procura pela vacina aumentou nos últimos dias, depois que as notícias sobre o surto da doença em Minas Gerais começaram a ser veiculadas na televisão. Na capital, não existe, por ora, risco de surto da doença, que não é registrada há 75 anos na cidade. A orientação é que apenas aqueles que moram em áreas endêmicas ou viajarão para essas áreas devem receber a vacina.

A professora Solange Araújo, 52 anos, decidiu não perder tempo e ontem foi até o Centro de Saúde Paulo Ramos, localizado na Rua do Passeio, centro da capital, tomar a vacina contra a febre amarela. “Se eu já havia tomado, foi quando era criança e andava muito pelo interior do estado. Depois de adulta, nunca tomei. Aproveitei essa notícia do surto para atualizar minha Carteira de Vacinação e me prevenir contra a febre amarela”, conta.

Ela não foi a única a ir até o posto de saúde na manhã de ontem. De 11h a 11h30 cinco pessoas foram até o local em busca da vacina. Quem também aproveitou para se imunizar foi Raquel Soares, 22 anos. “Eu vi as notícias de que está havendo casos de febre amarela em Minas Gerais. Achei melhor me vacinar logo antes que os postos fiquem lotados e a vacina falte”, comenta.

Surto
Em São Luís, não há surto da doença. Segundo o Ministério da Saúde, atualmente o Brasil tem registros apenas de febre amarela silvestre, transmitida por mosquitos Haemagogus e Sabethes, que vivem à beira de rios e nas matas. Os últimos casos de febre amarela urbana (transmitida pelo Aedes aegypti) foram registrados em 1942, no Acre.

Ainda de acordo com o Ministério, Minas Gerais é o estado com o maior número de registros até o momento. Foram 391 casos suspeitos em 39 municípios, com 58 já confirmados. Do total de confirmados, 31 evoluíram para óbitos. Outras 52 mortes continuam em investigação. O estado de São Paulo confirmou três mortes por febre amarela, em três municípios paulistas. São os casos ocorridos na Região Sudeste do Brasil que está levando muita gente aos postos de saúde nas demais regiões, incluindo a capital maranhense.

Imunização
A Secretaria Municipal de Saúde (Semus) informa que a imunização contra a febre amarela é feita com a administração de duas doses da vacina. A primeira delas pode ser aplicada em bebês a partir de nove meses de idade. Neste caso, a segunda dose deve ser administrada antes dos quatro anos. A Semus ressalta que as pessoas que receberam apenas uma dose da vacina antes de completar cinco anos de idade devem receber uma dose de reforço, respeitando o intervalo mínimo de 30 dias entre as doses.

Ainda segundo a Semus, para quem tem a partir de cinco anos de idade e nunca foi vacinado ou não possui comprovação de vacinação a recomendação é administrar a primeira dose da vacina e fazer o reforço após 10 anos. A secretaria comunica que 64 postos de saúde do município estão disponibilizando a vacina.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não recomenda a vacina para pessoas com doenças como lúpus, câncer e HIV, devido à baixa imunidade; grávidas e alérgicos a gelatina e ovo. Para idosos a partir de 60 anos, o médico deverá avaliar o benefício e os riscos da vacina.

Procurada por O Estado, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) enviou nota confirmando que o Maranhão é um dos estados brasileiros que não têm registro de febre amarela, mas, por estar localizado em área endêmica, tem recomendação de vacinação de 100% de sua população.

Segundo a SES, o esquema de vacinação contra febre amarela acontece em duas doses, tanto para adultos quanto para crianças. As crianças devem receber as vacinas aos nove meses e aos quatro anos de idade. Assim, a proteção está garantida para o resto da vida.

Para quem não tomou as doses na infância, a orientação é de uma dose da vacina e outra de reforço, 10 anos depois da primeira. Pessoas a partir de 5 anos, que nunca foram vacinadas ou sem comprovante de vacinação, devem receber a primeira dose da vacina e um reforço, 10 anos depois.

A vacina não é recomendada para crianças menores de seis meses, idosos acima dos 60 anos, gestantes, mulheres que amamentam crianças de até seis meses, pacientes em tratamento de câncer e pessoas imunodeprimidas. Nesses casos, o médico deverá ser consultado antes da imunização.
A imunização contra febre amarela faz parte do calendário de vacinação e está disponível em todos os postos de saúde dos municípios durante todo o ano.

São consideradas áreas de maior risco as regiões de Pedreiras, Imperatriz, São João dos Patos e Barra do Corda, devido aos 12 municípios que registraram casos estarem localizados nessas regiões. Os casos confirmados ocorreram entre os anos 1973 a 1995, com 101 registros e 19 óbitos.

SAIBA MAIS

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (Semus) não há registros de caso de febre amarela, em São Luís, desde 1942, ou seja, há 75 anos.

Sintomas
Os sintomas iniciais da febre amarela incluem febre de início súbito calafrios, dor de cabeça, dores nas costas, dores no corpo em geral, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. Os meses de dezembro a maio são o período de maior número de casos com transmissão considerada possível em grande parte do Brasil.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.