Crise

Flávio Dino tenta evitar racha da base na Assembleia Legislativa

Governador deve comparecer a ato de reabertura dos trabalhos do Legislativo, um gesto de que a intenção é de estar mais próximo de sua base na atual legislatura

Ronaldo Rocha da editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h41
Flávio Dino vai à Assembleia Legislativa
Flávio Dino vai à Assembleia Legislativa (Flávio Dino)

SÃO LUÍS - O governador Flávio Dino (PCdoB) deve participar da solenidade oficial de reabertura dos trabalhos da Assembleia Legislativa, com a posse da nova Mesa Diretora da Casa. Trata-se de um gesto, que mostra a intenção do comunista de estar mais próximo de sua base na atual legislatura. O objetivo é tentar amenizar a crise junto às suas lideranças na Casa.

Isso porque há, desde o início deste mês, uma articulação entre deputados aliados que tem por objetivo a divisão do Bloco Parlamentar Unidos Pelo Maranhão, o Blocão, que possui 23 parlamentares. O colegiado é o maior da Casa e assegura a aprovação de matérias de interesse do Executivo.

O racha na base governista tem sido cogitado desde o ano passado, após o Governo ter deixado de cumprir acordos e imposto dificuldades para liberar o pagamento das emendas parlamentares.

O Blocão, que deve a sua divisão oficializada já na primeira semana de reabertura dos trabalhos do Legislativo, integra hoje nove partidos políticos.

Com a divisão, o PCdoB e o PDT, os maiores partidos no plenário, discutem a liderança e nova composição de colegiado.

Levi Pontes (PCdoB), líder do Blocão, tenta se manter no comando do colegiado após o racha. Já Rafael Leitoa (PDT) negocia a liderança de um segundo bloco, caso seja inevitável a divisão.

O Governo do Estado aposta na intervenção do secretário chefe da Casa Civil, Marcelo Tavares (PSB), para amenizar o desgaste. Tavares tem atuado como articulador do Executivo junto ao Governo.

Ontem O Estado tentou falar com ele, mas as ligações não foram atendidas.

No fim do ano passado o vice-presidente do Legislativo, Othelino Neto (PCdoB), falou a O Estado sobre a divisão de blocos. Na ocasião ele afirmou que o Governo sempre manteve uma relação respeitosa com a Assembleia Legislativa e considerou normal, uma nova composição de blocos e bancadas na Casa.

“A busca por espaços e a reestruturação de bancadas é algo natural no Legislativo. Há uma discussão nesse sentido, mas encaramos com muita naturalidade”, disse na ocasião.

Insatisfação – Além da divisão do Blocão, uma nova composição de blocos pode ser consolidada na Casa. Isso por causa da insatisfação de deputados com o Executivo. A intervenção política de Flávio Dino no processo eleitoral de 2016 é um dos motivos do racha.

Em São Luís, por exemplo, os deputados Wellington do Curso (PP) e Eduardo Braide (PMN) foram adversários diretos de Edivaldo Holanda Júnior (PDT), reeleito. Os parlamentares chegaram a pedir publicamente a neutralidade de Dino no processo, o que não ocorreu.

Flávio Dino gravou mensagem e pediu apoio a Edivaldo, e provocou a insatisfação de Braide e Wellington, que decidiram se afastar do Governo.

Alexandre Almeida (PSD) também ficou insatisfeito com Dino por causa da atuação politica do comunista na cidade de Timon.

Almeida foi candidato a prefeito do município contra o prefeito Luciano Leitoa (PSB), reeleito e que havia recebido o apoio de Flávio Dino no pleito.

Outros deputados insatisfeitos são César Pires (PEN) e Max Barros (PRB).

Apesar da insatisfação, os deputados Wellington do Curso, Eduardo Braide, Alexandre Almeida, César Pires e Max Barros, não devem atuar, num primeiro momento, na oposição. Todos ficarão no campo da independência no Legislativo. A criação de um novo bloco também é cogitada.

Saiba Mais

O Estado entrou em contato com o secretário de Estado de Comunicação e Articulação Política, Marcio Jerry (PCdoB) e perguntou de que forma a possível divisão da base governista tem sido tratada pelo Governo. Até o fechamento desta edição, contudo, não obteve respostas.

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