Sem conclusão

Entrega de obra na Barragem do Bacanga adiada para fevereiro

Sinfra, responsável pelos trabalhos, havia informado inicialmente que os trabalhos seriam concluídos este mês; pasta não explicou o motivo do adiamento; lago do Bacanga está secando

Thiago Bastos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h41
Alguns pontos do lago do Bacanga ficaram tão secos que o solo rachou
Alguns pontos do lago do Bacanga ficaram tão secos que o solo rachou (Lago Bacanga)

SÃO LUÍS - As obras de recuperação da Barragem do Bacanga – iniciadas no ano passado – tiveram o prazo de entrega modificado pelo Governo do Estado. De acordo com a Secretaria Estadual de Infraestrutura (Sinfra), os serviços – antes previstos para serem entregues este mês – somente serão concluídos no fim de fevereiro deste ano.

Questionada por O Estado, a pasta não informou sobre o motivo do adiamento. O Governo apenas informou que os reparos estão na fase de instalação da segunda comporta de manutenção. Este é o terceiro adiamento por parte do Governo da entrega da barragem do Bacanga. Inicialmente, os serviços seriam finalizados até o fim de 2016. Depois, a data foi remarcada para janeiro deste ano. Por fim, mais um adiamento para fevereiro deste ano.

Enquanto a obra não é concluída, os pescadores que usufruem do Lago do Bacanga questionam, segundo eles, a morosidade na recuperação da Barragem do Bacanga (responsável pela fluidez da água). De acordo com os pescadores, com a inoperância das comportas, não há circulação de água na reserva hidrográfica, o que contribui para a mortandade de peixes.

Mesmo em período de defeso (época em que a pesca é proibida para garantir a reprodução das espécies nativas), os pescadores alegaram a O Estado que – nos últimos meses – com a redução no fluxo de água no Lago do Bacanga, houve uma redução de 84% na arrecadação diária de peixes. “Há vários meses a gente vem sofrendo com esta situação da barragem”, disse o pescador Raimundo Lourenço Cutrim, conhecido por Seu Mundico, que é pescador há mais de 20 anos.

Outro pescador que reclamou da redução na oferta de peixes do Lago do Bacanga foi Pedro Paulo Neto (que atua no ofício há mais de 30 anos). “Eu nunca vi isto aqui tão seco. O Governo fez a obra, mas não discutiu nada com a gente. Não conversou, não abriu conversa. E aí a gente vê o lado secar e quando a gente vai no canteiro de obra, o responsável ainda diz que apenas está cumprindo ordens”, disse.

Dano ambiental
Além do atraso nos serviços, há o registro de dano ambiental no Lago do Bacanga, com o acúmulo de lixo às margens da reserva hidrográfica. No local, além de garrafas descartáveis, é possível observar objetos como baldes e até mesmo restos de comida.

O Estado esteve na tarde de terça-feira, 24, nos arredores do canteiro de obras da Barragem do Bacanga. Mesmo sem acesso ao local, foi possível observar a presença de poucos operários trabalhando na obra. De acordo com os pescadores, os serviços estão ocorrendo de “forma lenta”.

Diminuição de volume
Segundo estudos feitos pelo cientista ambiental Márcio Vaz – os quais O Estado teve acesso –, atualmente o Lago do Bacanga está com apenas 270 mil metros cúbicos de água. Em seu auge, a reserva chegou a armazenar até 8 milhões de metros cúbicos de água.

Barragem do Bacanga - lago está secando

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