Perigo para os imóveis

Mesmo sob alerta, casas são erguidas em áreas de risco em SL

Com as chuvas que caem na capital maranhense, aumenta a possibilidade de deslizamentos de terra, mas algumas pessoas optam por correr perigo

Thiago Bastos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h41
Casa está sendo construída sobre a encosta
Casa está sendo construída sobre a encosta

SÃIO LUÍS - “Estou aflita. Não sei o que fazer”. O relato de desespero é da aposentada Iraci Costa Cutrim, de 66 anos, que há quase um ano reside em um imóvel próximo a um abismo situado no bairro Salina do Sacavém, em São Luís. Ela é uma das pessoas que moram em áreas consideradas de risco na cidade e que alegam não ter para onde ir.

O Estado esteve na tarde de ontem na Salina do Sacavém – uma das localidades monitoradas pela Defesa Civil do Município – e constatou que pelo menos seis imóveis foram ou estão sendo construídos a poucos metros de barreiras.

Com o início do período chuvoso na capital maranhense, o solo que forma essas barreiras fica menos firme e mais suscetível a deslizamentos.

Dos seis imóveis vizinhos às barreiras, em apenas um deles havia morador. A empregada doméstica Luciana Santos Lima, de 29 anos, mora com os dois filhos e o esposo em uma residência, construída por ela e o marido há três anos. “Eu realmente vivo com medo, mas não tenho para onde ir”, disse.

Eu realmente vivo com medo, mas não tenho para onde ir”Luciana Santos Lima, empregada doméstica

Ela contou ainda que residia no bairro Coroadinho, até se mudar para o imóvel no Salina do Sacavém. “Lá, eu pagava aluguel. Por isso, vim para cá”. Questionada se o risco de vida valia o benefício de não ter de pagar aluguel, a doméstica foi categórica. “Neste caso, não”, afirmou.

Outros bairros
Além do Salina do Sacavém, com base em levantamento feito por O Estado e informações da Defesa Civil do Município, outros bairros de São Luís possuem riscos maiores de deslizamentos, como Sá Viana e Coroadinho, por exemplo.

Os moradores do Salina do Sacavém, questionados sobre o monitoramento da Defesa Civil, informaram que há vários meses nenhum representante do órgão comparece à localidade para saber sobre novos riscos de deslizamentos de terra. “Faz tempo que não vem ninguém por aqui”, disse a aposentada Iraci Costa.

[e-s001]Uma amostra aparente da omissão da Defesa Civil no bairro está na ausência do suporte do pluviômetro, instalado há alguns anos na localidade pela própria Defesa Civil para o controle das taxas de chuvas na região. O órgão municipal não se pronunciou sobre a ausência do pluviômetro.

Outro lado
Em nota encaminhada a O Estado, a Secretaria Municipal de Segurança com Cidadania (Semusc) informou que reduziu de 66 para 60 o número de regiões consideradas áreas de risco.

A pasta informou, apesar dos posicionamentos dos moradores do Salina do Sacavém, que vem trabalhando preventivamente junto com os moradores que residem nesses locais, por meio de reuniões realizadas periodicamente, onde são passadas orientações na área de Defesa Civill

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.